quarta-feira, 25 de abril de 2018

FENDA NO TEMPO


Particularmente eu gosto muito dos filmes baseados nas obras de Stephen King, e claro que estou ciente de que existem alguns que são limitados em sua produção como qualidade baixa e efeitos bem toscos, mas que carregam um tema bastante chamativo. Um desses filmes é Fenda no Tempo, título original The Langoliers lançado em 1995 e dirigido por Tom Holland. Na verdade essa produção é vista como uma minissérie, pois contém uma duração de 3 horas. O filme é estrelado por Patricia Wettig, Dean Stockwell, David Morse, Frankie Faison e Kate Maberly.

Sinopse: Em um voo rotineiro de Los Angeles para Boston algo extraordinário acontece, pois dez passageiros, que dormiam, ao acordarem constatam que são as únicas pessoas no avião. Brian Engle (David Morse), um dos passageiros, é um piloto que está acostumado em lidar com jatos, assim tenta levar a aeronave para algum lugar.


Em vista de sua longa duração, o ponto fraco do filme é ser um pouco cansativo. A sua interessante história que envolve o mistério do desaparecimento dos outros passageiros é o que nos mantém atentos e curiosos para saber o que houve. Aos poucos o filme vai desenrolando esse enigma e é feito principalmente através de teorias propostas por um dos passageiros. Claro que no meio disso, a estrutura narrativa opta por desenvolver alguns dos personagens que ocupam os papéis principais, e eles por sua vez vão demonstrar diferentes tipos de comportamento que variam entre o mais calmo e o mais desesperado.

Como é de costume na maioria das obras de King, há algo sobrenatural envolvido, e nesse caso em questão se trata de um deslocamento no tempo que acontece após o avião atravessar uma espécie de aurora boreal, que segundo a teoria de um dos passageiros, ali se tratava na realidade de um campo de deslocamento no tempo. Mas não é na primeira teoria que eles se dão conta da real situação em que estavam, e sim durante o desenvolvimento do longa, havia muita coisa diferente como a comida com gosto diferente, o fogo não acende, não há eletricidade, o som não faz eco, enfim, há muito mistério nessa história. Talvez essa atração principal pudesse ter seu tempo reduzido e assim ter tido maior consideração das pessoas impacientes com filmes longos.

O tema é interessante, e fica mais ainda quando no local onde eles pousam a aeronave, eles escutam um barulho estranho vindo de longe e à medida que o tempo passa, esse barulho vai aumentando, como se estivesse chegando perto. A curiosidade dos personagens e também do espectador vai ganhando espaço, e momentos de tensão chegam ao auge quando o grupo se divide, por assim dizer, onde o personagem com comportamento desesperado perde o controle.


A explicação que é nos dada é que na verdade eles voltaram no tempo alguns minutos, mas voltaram para um mundo que não existe mais, e tudo que estava no vazio iria desaparecer logo, o que inclusive explica as comidas ter gosto diferente, o fogo não acende e não há eletricidade, e diversos fatores estranhos nesse mundo vazio, e os barulhos que se ouviam ao longe aumentam cada vez mais e nos minutos finais eles percebem que irão desaparecer se não sair dali. Portanto, a teoria para que eles voltassem ao mundo normal, seria atravessar novamente a aurora boreal, mas depois ficam em um dilema, pois os que ficarem durante esse trajeto acordados irão desaparecer como tinha acontecido antes, então quem iria controlar o avião?

Além de ser cansativo, o filme abusa um pouco ao mostrar uma das personagens como uma vidente assim do nada, sem nenhuma explicação ou contexto geral. Portanto, o filme pode não ser o melhor das obras adaptadas de Stephen King, mas em vista de seu tema ser extremamente complexo, ele merece sim atenção. Seria muito bom se tivessem feito um filme mais curto com esse tema, mas infelizmente nem tudo é como queríamos. 

NOTA: 6,5/10

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