terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

A FORMA DA ÁGUA


É do conhecimento de todos aqueles que acompanham o trabalho de Guillermo del Toro há anos, que suas produções geralmente remetem a histórias sombrias, porém, contadas de uma forma ilustre e sensível. O seu mais novo filme A Forma da Água, título original The Shape of Water é mais um filme fantástico para o currículo do cineasta. Esse filme foi lançado aqui no Brasil no dia 01 de fevereiro desse ano de 2018, e como é óbvio, a maioria das pessoas estavam com grandes expectativas, pois teve 13 indicações ao Oscar. 

Eu também tinha grandes expectativas e a maioria delas foram saciadas com a produção, no entanto, eu não acho uma obra-prima do mesmo patamar do filme O Labirinto do Faunodo mesmo diretor. Porém, pretendo ser justo ao falar dessa obra, pois reconheço com toda a minha sinceridade que o filme A Forma da Água foi dirigido com maestria e talento por del Toro, que provou ainda ter fôlego e criatividade para esse tipo de filme. O longa é estrelado por Sally Hawkins, Michael Shannon, Richard Jenkins, Octavia Spencer e Doug Jones.


Sinopse: Em meio aos grandes conflitos políticos e bélicos e as grandes transformações sociais ocorridas nos Estados Unidos, Elisa (Sally Hawkins), zeladora em um laboratório experimental secreto do governo, conhece e se afeiçoa a uma criatura anfíbia (Doug Jones) mantida presa no local para experimentos. Para elaborar um arriscado plano de fuga, ela recorre a um vizinho (Richard Jenkins) e à colega de trabalho Zelda (Octavia Spencer). 

Pode soar muito estranho para as pessoas que não são acostumadas com o estilo de Del Toro, afinal, uma mulher se apaixonar por uma criatura bizarra é algo meio maluco. Porém, é esse o jeito que Guillermo del Toro está acostumado a trabalhar, e se não levar em conta a criatividade e o estilo do cineasta, você está assistindo o filme errado. A Forma da Água é um filme bonito sim, o romance entre humano e monstro não é nenhuma novidade quando nos lembramos de A Bela e a Fera, mas o filme em questão aqui tem uma simplicidade e particularidade que o difere de quaisquer clichês que a princípio possa ter.


Falando da protagonista Elisa, ela é uma mulher que vive só, é muda e sua companhia é nada mais do que a sua colega de trabalho Zelda. Mas, desde o começo percebemos que Elisa não se sente completa, no sentido de haver algo que mude sua maneira de enxergar o mundo. E ao conhecer a criatura que está presa no laboratório de onde ela trabalha, Elisa passa a ver na criatura uma espécie de espelho. Como assim espelho? A criatura não fala e tem dificuldade de se adaptar ao novo ambiente, e um dos aspectos mais importantes que o filme aborda que é a intolerância com respeito às diferenças. Isso é visto com a criatura que sofre terríveis maus tratos e também com pessoas da classe de Elisa, que é uma simples faxineira. E é nesse aspecto que ela enxerga na criatura uma espécie de reflexo, daí entendemos o porquê de sua paixão por ele. Nisso, se percebe claramente que o filme faz uma imensa crítica quanto a intolerância, e para mim em particular, isso foi o forte do longa. 

Doug Jones interpretando o monstro é sensacional! Vale lembrar que ele já faz há muito tempo papéis semelhantes, inclusive foi ele que encarnou o Fauno e o Homem-Pálido no filme O Labirinto do Fauno. Portanto, seu desempenho nesse novo filme de del Toro é também um dos pontos altos da produção, e os atores coadjuvantes como Richard Jenkins e Octavia Spencer cumprem seus papéis de forma excelente. Por isso, outro ponto positivo para o filme é o elenco forte. 

O mundo fantástico abordado nesse filme irá nos mostrar que o monstro cruel é o próprio ser humano. E isso é uma verdade incontestável! Ninguém discorda do fator de que o homem é ganancioso e egoísta, que é capaz de tudo para saciar sua ambição. Em A Forma da Água isso é amplamente nítido com o personagem de Michael Shannon, que controla o laboratório e é o principal responsável por manter a criatura em cativeiro. Por outro lado, o filme não é tendencioso nesse aspecto, ele ainda mostra a empatia do ser humano quando se vê diante de tanta crueldade.


Portanto, o filme não vai abordar apenas o romance e sim diversos pontos importantes, que juntando com as brilhantes atuações e uma direção talentosa, nos obriga a concordar que as indicações ao Oscar foram merecidas, e até que ocorra a cerimônia de premiação (que ocorrerá no próximo dia 4 de março), ficamos na expectativa de quantos Oscar o filme A Forma da Água poderá conquistar. 

De modo geral, A Forma da Água é um filme mágico e ao mesmo tempo angustiante. Um dos pontos negativos que achei, foi que o roteiro forçou bastante da metade para o fim, mas não forçou a ponto de derrubar a produção, o desfecho foi uma espécie de alívio e que terminou muito bem. Por isso, não posso dizer que foi um filme que começou bem e decepcionou, porém, eu não achei uma obra-prima daquelas que te faz assistir várias e várias vezes, o filme tem sim seus méritos e dignamente reconhecidos, todavia, não é o melhor filme de Guillermo del Toro. 

ATUALIZAÇÃO 05/03/2018: A Forma da Água venceu 4 categorias do Oscar, entre eles são: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Trilha Sonora e Melhor Direção de Arte. Para mais informações sobre os demais premiados na noite de cerimônia realizada no dia 4 de março, acesse o link

NOTA: 7,8/10


Veja o trailer no vídeo abaixo:

sábado, 24 de fevereiro de 2018

SUPERMAN: O FILME


Nem precisa entender muito de cinema para saber a importância que Superman: O Filme teve na história. Sendo um clássico dos filmes de super-heróis que deixaram seu legado, e o sucesso obtido fez com que esses tipos de filmes ficassem tão famosos que todo mundo queria ver assim que é lançado nos cinemas. Falando do Super-Homem, um dos personagens mais famosos da DC Comics, o filme em questão aqui é o de 1978, dirigido por Richard Donner e é estrelado por Christopher Reeve (1952-2004), Marlon Brando (1924-2004), Gene Hackman e Margot Kidder. Super-Homem O Filme foi indicado a três Oscar, e venceu o de Melhores Efeitos Visuais.

Sinopse: Antes da destruição do planeta Kripton, Jor-El (Marlon Brando) envia seu filho para um planeta distante a fim de protegê-lo. A Terra é o seu destino e ele será aquele que defenderá a humanidade de todos os perigos. Dotado de super-poderes, ele sobrevoará as cidades mantendo a lei e a ordem, e para manter sua identidade secreta se disfarça no repórter Clark Kent (Christopher Reeve).


O sucesso era garantido para os produtores, que inclusive incluíram logo no inicio a condenação do general Zod e seus aliados para a zona fantasma, acontecimento pelo qual irá gerar a história do segundo filme. O inicio de Superman O Filme é lento, mas necessário para desenvolver cada passo do Homem de Aço, desde a sua ida do planeta Kripton até a Terra, onde é acolhido por Jonatham e Martha Kent, que nomeia o garoto de Clark. Depois de alguns anos, Jonatham morre e Clark descobre um cristal brilhante nos restos de sua espaçonave, esse cristal constrói a Fortaleza da Solidão no Ártico, onde lá Clark descobre suas origens e responsabilidades para com seus poderes, através de uma visão holográfica de Jor-El, seu pai. É dessa forma que ele se torna o Superman.

No dia-a-dia, Clark consegue um trabalho de repórter no Planeta Diário, onde conhece Lois Lane (Margot Kidder), por quem se apaixona perdidamente. Para não levantar suspeita sobre quem ele realmente é, Clark tem um jeito de desastrado e idiotazinho. Sua missão como herói é manter a paz, evitar acidentes e assaltos, salvando assim muitas vidas. O filme tem bons efeitos especiais, que para sua época era algo fascinante. Inclusive, foi este o primeiro filme em que foi visto um homem voar. O roteiro de Superman O Filme é rico e contém boas cenas de ação e algumas pitadas de comédia e romance.


O desempenho de Christopher Reeve como Superman é sensacional! Até hoje muitos o consideram como “o superman original”. Claro que hoje, os filmes com o personagem são dotados de efeitos especiais muito avançados, mas em minha humilde opinião, esse primeiro superman foi o melhor de todos, apesar de suas limitações na época de seu lançamento. Eu acho o superman de 1978 melhor, não apenas no quesito de ter um ator brilhante no papel, mas pela história do filme que é muito bem contada e não deixa buracos grandes no roteiro.

A participação de Marlon Brando como o pai de Clark é um dos ápices do grande sucesso do filme. O ator já era muito conhecido, principalmente após sua passagem no épico e impecável filme O Poderoso Chefão, sua participação em Superman, embora seja curta, é um dos pontos chave para um maior desenvolvimento, não só deste, mas de suas sequências. E o vilão Lex Luthor (Gene Hackman)? Não vou negar que eu detesto esse personagem. Ele, apesar de ser um humano comum, alguém que não tem a menor chance contra o kriptoniano, consegue sair vitorioso em alguns de seus planos malignos. Astúcia? Poderia dizer que sim, o problema é que não entendo como ele consegue informações valiosas sobre o Superman assim tão fácil. Mas tudo bem, isso é bom por que se não fosse pra ser assim, a história do herói não teria tanta graça.


E Margot Kidder no papel da mulher da vida de Clark? Alguns a criticaram por conta da beleza, mas eu em particular não a acho feia para o papel, além do mais a sua interpretação é o que tem de mais importante, ela conseguem refletir sentimentos de uma mulher nitidamente encantada com o famoso herói, que inclusive é a preferida dele, pois teve o prazer de lhe conceder entrevistas. É difícil também esquecer as belas cenas em que o Superman voa com Lois no ar durante uma noite. Um clima romântico até agradável de acompanhar!

Por fim, o filme se resume nisso: luta para fazer o bem e salvar vidas, romance e um vilão diabólico, tudo acompanhado de muita diversão ao longo de 143 minutos. As sequências finais do filme onde o herói salva muitas vidas é ótima, exceto aquela em que ele voa ao redor do planeta e faz o tempo voltar, sinceramente esse foi o único defeito no roteiro, é muito sem lógica e explicação que tal fenômeno podia ser feito, mesmo que seja em um filme de super-herói. Porém, isso não tira os méritos que esta grande produção teve, assisti-la é algo estritamente obrigatório para os fãs de filmes de heróis e das famosas HQs. 

NOTA: 9/10

Veja o trailer no vídeo abaixo:

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

INFÂMIA (1961)


Que poder tem a mentira? Qual o tamanho da consequência gerada a partir de um boato falso? Foram essas as perguntas que fiz a mim mesmo, após assistir ao filme Infâmia, título original The Children’s Hour de 1961, dirigido pelo cineasta William Wyler. O filme é baseado na peça teatral homônima de Lillian Hellman, que inclusive já havia sido adaptada para o cinema em 1936 com a mesma direção de Wyler, só que o conteúdo envolvendo homossexualidade e lesbianismo foi retirado do roteiro, e mesmo assim causou polêmica. Na década de 60, isso mudou em Hollywood, o que fez com que Wyler realizasse o filme novamente, só que dessa vez seria fiel à peça teatral.

Infâmia foi indicado a cinco Oscar, e obteve um tremendo sucesso tanto na crítica quanto no público, mesmo quando seu conteúdo para a época era algo muito polêmico e que a maioria das pessoas estranhavam. O filme é estrelado por Audrey Hepburn (dona de um dos rostos mais lindos que já vi no cinema clássico), e Shirley MacLaine (em sua melhor performance na carreira). As duas interpretam as professoras Karen Wright e Martha Dobie respectivamente, que juntas dirigem uma instituição escolar para meninas. Karen está para se casar com o médico Joe (James Garner) e seu relacionamento com ele causa certo desconforto em Martha que de alguma forma sente ciúmes da amiga.


Dentre as crianças que estudam na instituição, somos apresentados a Mary (Karen Balkin), uma menina rebelde, problemática, manipuladora e mimada, que por conta de seu comportamento delinquente vive sendo castigada pelas professoras. A garota não mede as palavras e chega até mesmo a dizer que ela é odiada pelas duas, e após ser pega em uma mentira e ser novamente castigada, ela decide se vingar das professoras contando para sua avó Amelie (Fay Bainter) que as duas mantêm um relacionamento anormal, que a avó logo conclui que se trata de lesbianismo. O resultado deste boato culmina na falência da escola, quando Amelie, rica e poderosa na cidade, comunica a todos os pais das meninas, que imediatamente tiram suas filhas da instituição, com o medo de que o comportamento considerado anormal influencie as crianças.

E para piorar, quando Karen e Martha vão em busca de respostas para tudo aquilo que estava acontecendo, elas se deparam com a mentira de Mary, que é resultado de um mal entendido envolvendo a tia de Martha, Lily Mortar (Miriam Hopkins) que falava demais, e através de uma simples fala envolvendo Karen e Martha resulta na mentira contada pela garota. A atuação de Karen Balkin reflete uma menina que é o completo demônio, que diferente por exemplo, de Klara do filme A Caça (2012) que espalhou uma mentira devido a sua inocência como criança, Mary é ciente das mentiras, é calculista e cria toda a história, até mesmo se aproveitando de um delito cometido por outra garota para chantageá-la a confirmar o boato. Sim, Mary é uma espécie de encarnação do Mal, seja nas suas mentiras ou até mesmo em sua expressão facial. Quem viu o filme, com certeza deve ter odiado essa menina com todas as forças!


A vida das professoras vira um inferno quando tudo e todos se voltam contra elas, e mesmo com um processo por difamação, elas perdem por que a única pessoa capaz de esclarecer o mal entendido não compareceu à audiência. Quem é essa infeliz? Nada mais, nada menos do que a tia papagaio de Martha, que só retorna quando precisa de dinheiro, para a completa revolta das professoras e também do espectador claro. Juro que fiquei com ódio de Mary e também dessa tia Lily Mortar.

Mas há algo na história que o diretor resolve ir mais a fundo, explorando sentimentos suspeitos no decorrer do longa. Quando chega ao clímax do filme, no meio do desespero e sentimento de culpa, vem à tona a revelação de que o boato era verdadeiro em partes. E depois de todo o alvoroço causado, há mais consequências por vir, só que desta vez piores do que as de antes. O desfecho foi para mim, um soco no estômago!


Infâmia é um filme muito ousado para sua época, e mesmo hoje onde existe uma aceitação melhor do relacionamento homossexual, claro que o preconceito ainda existe, mas em comparação com a década de 60, não há como negar a ousadia do filme. Imagine as pessoas da época que não eram acostumadas com situações do tipo. De fato, isso ainda dar o que falar. Mas o que o filme de modo geral nos ensina? Eu aprendi que as consequências de um boato podem ser devastadoras para os envolvidos, mesmo que há algo verdadeiro no meio. O efeito dominó que vem após uma série de preconceitos com determinada atitude reflete de maneira impecável a realidade que nos rodeia. Hoje em dia, os homossexuais infelizmente ainda sofrem um terrível preconceito com seu estilo de vida, mas ao contrário da década de 60 e de 30 principalmente que era a época onde a peça original foi feita, não existia grupos de apoio e nem leis que os protegiam, os envolvidos teriam de lutar sozinhos, se é que podiam.

Recomendo muito o filme Infâmia, que é bem estruturado em sua narrativa que não se perde e não acrescenta nada desnecessário, a força dramática do filme é poderosíssima, capaz de nos fazer ficar grudados e sentir a dor dos personagens. Além disso, a fotografia é um espetáculo à parte e as atuações são formidáveis, principalmente de Audrey e Shirley, que nos cativa com suas interpretações impecáveis e dignas de serem vistas e admiradas. Também é importante elogiar o trabalho do diretor William Wyler, que sabia da importância desse filme, e após ter a mudança em relação a assuntos envolvendo pessoas do mesmo sexo, ele trouxe mais uma vez o filme baseado na polêmica peça da década de 30. Simplesmente genial! 

NOTA: 8,6/10

Assista ao trailer no vídeo abaixo:

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

O PERIGO VEM DO LAGO


O Perigo Vem do Lago título original Beneath é um filme de terror trash lançado em 2013. Dirigido por Larry Fessenden e estrelado por Daniel Zovatto, Bonnie Dennison, Chris Conroy, Griffin Newman e Jonny Orsini. Essa é mais uma daquelas produções que são detonadas pela crítica e pela maioria do público, e não posso deixar de concordar em diversos aspectos com a crítica. De fato, o filme tinha uma boa premissa, mas peca muito do desenrolar da história além de atuações muito fracas. Mas, devo dizer também que mesmo com todos os defeitos, esse filme prendeu a minha atenção e tenho certeza que aconteceu com muitos também.


A história é bem simples, um grupo de jovens recém-formados decide fazer um acampamento para comemorar o fim e o começo de uma nova etapa na vida deles. Quando atravessam um lago, eles decidem parar para tomar banho, o que eles não esperavam é que dentro da água, havia um peixe gigante carnívoro que passa a atacar o grupo, encurralando-os dentro do barco sem chance de escapar. Então, o que era uma simples diversão se torna agora uma luta para sobreviver, os jovens passam a enfrentar provas de amizade entre eles.

Vamos falar primeiro dos defeitos do filme, começando pelas atuações. Nenhum dos personagens tem carisma e forçam muito na interpretação que qualquer cinéfilo pode facilmente detectar, além de que a personalidade de cada um é podre e irritante, mas isso não é necessariamente um defeito, mas sim algo explícito pelo roteiro. Mas que de alguma forma bastante eficiente nos faz sentir ódio de cada personagem a cada minuto que passa.


Um deles sabia da existência do peixe carnívoro naquele lago, mas em nenhum momento ele avisa aos seus amigos esse fato... Só podia dar merda! Veja só: um grupo de jovens vão atravessar o lago e antes disso o cara não fala nada sobre o que vive naquelas águas? É muita burrice! Aliás, isso é bem comum nesses filmes de terror dessa década. O grau de burrice é tão grande que mesmo após serem atacados pelo peixe, a única alternativa que tinham era remar até a margem para salvar suas vidas. Mas o que esses personagens burros fazem? Eles atacam o peixe com o remo. Isso mesmo, ele quebram o remo atacando o animal, e agora? Como eles irão fazer para sair dali?

A ideia de um dos personagens era ganhar tempo para poderem remar todos juntos com a mão, enquanto o peixe estaria ocupado. E para isso eles jogam uma das amigas que foi a primeira a ser morta dentro da água para que o animal a devore. Mas quando o plano não dar muito certo, eles passam a olhar uns aos outros para ver quem seria o próximo voluntário. E é aí que vejo uma força na narrativa que o filme propõe que irei falar mais adiante.


Falando do peixão do filme. É semelhante a uma piranha, só que muito mal feito, parece mais àqueles feitos de borracha. Entendo que o filme é de baixo orçamento, mas ainda assim ver aquele bicho dentro da água tocando o terror na vida dos jovens é algo meio surreal e difícil de engolir, porém, a criatura é mecânica e isso foi uma boa alternativa a se escolher do que ser feito a partir de efeitos especiais, que talvez fosse deixar mais tosco ainda. No entanto, eu não estou dizendo que o filme é 100% ruim, não é isso. Eu até que gostei do filme, mesmo que em termos técnicos ele merece ser detonado, mas em contrapartida, ele é mil vezes melhor do que aquelas produções horríveis de tubarões do Syfy, como Sharknado e Tubarão de 3 cabeças, 5 cabeças ou seja lá quantas cabeças o povo querem inventar. O Perigo Vem do Lago em comparação com estas produções é muito, mas muito melhor. Pelo menos contém uma história legal para passar o tempo.

Vamos falar do lado bom do filme, como dito no parágrafo anterior, ele contém uma história legal, mas o que mais gostei foi o modo como o diretor aborda o psicológico dos personagens, que em meio ao desespero de uma morte iminente fazem de tudo para sobreviver, até mesmo a ponto de matar seus amigos. Essa foi uma abordagem bacana e que me fez dar mais crédito ao filme, pois deu uma força maior na narrativa, que nos induz a assistir até o fim para ver como tudo aquilo irá acabar. Inclusive, há muitas pessoas que gostaram desse aspecto o que para eles o filme não se torna tão ruim assim.


Outra coisa interessante é a maneira como o filme termina. Pra ser sincero, o final de O Perigo Vem do Lago é digno de aplaudir, sério gente, não estou brincando. O que acontece no decorrer do filme nos causa um imenso sentimento de revolta contra os personagens que chega a ser impossível criar empatia por eles. Além de serem irritantes, são os típicos “amigos-da-onça”. Por isso, o final salva toda a projeção, e por isso eu não o considero uma produção do mesmo patamar dos lixos produzidos pelo Syfy. É um filme trash (por causa do baixo orçamento), mas não é um terror daqueles de causar medo, e sim é mais para o lado psicológico.

É bom assistir esse filme por que ele vai explorar o lado humano, onde tudo começa na amizade, todo mundo se dando bem um com o outro, e quando o clima fica tenso onde a vida está em jogo, pode esquecer que existe amizade. Assim sabemos quem são os amigos verdadeiros e os falsos. 

NOTA: 6/10

Veja o trailer no vídeo abaixo:

domingo, 18 de fevereiro de 2018

COM AS PRÓPRIAS MÃOS (2004)


Quem não gosta de um bom filme de ação daqueles que diverte? Acredito que exista um bom público alvo para esse tipo de entretenimento, e eu particularmente gosto de filmes de ação que mesmo sendo longe de ser algo excepcional, vale a pena passar o tempo, assistir junto com os amigos ou com a família. Com As Próprias Mãos, título original Walking Tall é um filme americano lançado em 2004, que eu já vi e revi várias vezes como uma maneira de se entreter. Apesar de conter uma história bem simples e sem muitas complicações, e também cheia de clichês, é um filme que vale a pena assistir, mas sem exigir demais.

Com as Próprias Mãos foi dirigido por Kevin Bray, e é protagonizado pro Dwayne Johnson (o famoso The Rock) que era e ainda é um lutador de Wrestling conhecido por trabalhar na WWE e estava em inicio de carreira no cinema, antes mesmo desse filme, The Rock já havia protagonizado dois, como O Escorpião Rei (2002) e Bem-Vindo à Selva (2003), portanto, o ator já era conhecido no mundo da sétima arte, mesmo que seus filmes na época não sejam os famosos Blockbuster. O elenco de Com as Próprias Mãos também contam com as participações de Johnny Knoxville, Neal McDonough e Ashley Scott.


Sinopse: Chris Vaughn (Dwayne Johnson) é um soldado aposentado das Forças Especiais do exército americano, que retorna para sua cidade natal com a intenção de reatar antigos laços e iniciar uma nova vida. Porém, a cidade em que ele nasceu não é mais a mesma, sendo agora um local controlado pelo crime. Jay Hamilton (Neal McDonough), seu rival dos tempos de colégio, fechou a serraria que possuía e é agora o chefe dos negócios criminosos do local. Decidido a reverter à situação, Chris é eleito xerife da cidade e busca a ajuda de seu velho amigo Ray (Johnny Knoxville), prometendo acabar com os negócios de Jay. Suas ações colocam em perigo sua própria família, mas Chris não está disposto a aceitar intimidações e pretende fazer com que a cidade retorne à calmaria de quando era jovem.


Há pouco o que considerar a respeito do filme. Sabemos que sua trama é ambientada em uma pequena cidade onde é palco de atividades criminosas e que o protagonista após voltar do exército não mais reconhece a cidade de onde nasceu, até mesmo uma serraria que seu pai trabalhava se encontrava fechada. E mesmo que alguns de seus amigos de infância o recebem calorosamente, há um clima tenso de disputa entre eles, como por exemplo, em uma partida de futebol americano. O local principal da cidade é um cassino, onde acontecem as atividades criminosas da cidade, como prostituição e tráfico de drogas.

A polícia também é corrupta e o xerife local trabalha para o chefe do crime Jay. Depois de perceber no cassino a forma desonesta como eles trabalham, Chris arruma briga com os seguranças, onde na primeira vez ele acaba sendo torturado e jogado na rua. Depois de se recuperar, ele se irrita quando seu sobrinho é vítima de drogas que provém daquele lugar, onde culmina em uma das melhores cenas do filme, com Chris armado com um pedaço de pau quebra todo o cassino e fere os seguranças, no fim acaba preso, mas é inocentado em julgamento. E após isso se candidata a xerife, ganha a eleição e começa o trabalho para limpar a sujeira na cidade.


Pode parecer um filme meio bobo, mas quando se sabe que é baseado em história real, talvez essa perspectiva muda e passamos a encarar o filme como algo bom de conferir. Além de boas cenas de ação e pancadaria, o filme é também recheado de cenas cômicas e uma pitada de romance entre Chris e uma amiga de infância. A rivalidade entre ele e o antagonista é um ponto bem forte, apesar das diferenças físicas entre ambos. A sintonia entre The Rock e Johnny Knoxville como dupla é também algo legal dentro do filme.

Com as Próprias Mãos não há enrolação e nem um roteiro difícil, é bem simples e direto no ponto. Com apenas 86 minutos de duração, podemos encontrar um bom entretenimento para assistir e se divertir. E por se tratar de um fato verídico, não importa muito se encontramos clichês ou se o filme é previsível. 

NOTA: 7,8/10

Veja o trailer no vídeo abaixo:

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

O QUARTO SECRETO


O Quarto Secreto, título original La Cara Oculta, é uma coprodução da Espanha e Colômbia, dirigido por Andrés Baiz, o filme foi lançado em 2011. Os nomes principais do elenco são: Clara Lago, Quim Gutiérrez e Martina García. Este é mais um filme de língua espanhola que entra pra minha lista de favoritos. A única coisa chata aqui é esse título brasileiro idiota. O original é muito mais interessante e chamativo. Mas só foi apenas isso que não gostei, por que o conteúdo do filme é sensacional, bem montado e conduzido em uma narrativa que não é linear, e o mais legal de tudo é que os mesmos acontecimentos são vistos em pontos diferentes.

Atenção! O texto a seguir contém spoilers do filme, assim sendo, se você ainda não assistiu La Cara Oculta, pare a leitura aqui mesmo e vá assistir, e depois retorne para continuar.

Sinopse: Adrián (Quim Gutierrez) é o novo diretor da Orquestra Sinfônica de Bogotá, que com sua relação aparentemente ideal com a namorada Belén (Clara Lago), se encontra em um momento perfeito tanto pessoal como profissionalmente. Mas tudo isso começa a mudar quando Belén passa a duvidar da fidelidade dele, é aí que ela desaparece sem deixar rastro. Adrián consumido pela culpa e tristeza pelo abandono, uma noite vai parar em um bar para tentar esquecer suas mágoas, ali conhece Fabiana (Martina García), a empregada do bar. A partir daquela noite ele vai começar um relacionamento com a jovem garçonete que, junto com sua paixão pela música, vai ajuda-lo a tentar esquecer Belén. Mas na medida em que o relacionamento progride, começa a surgir perguntas sobre o misterioso desaparecimento de Belén.


Podemos dividir o filme em quatro partes, em que cada um irá mostrar detalhes importantes sobre o filme de modo geral. Na primeira parte, vemos a frustração de Adrián que após ver um vídeo de sua namorada Belén, que dizia que estava indo embora e que não era para ele procura-la. Dominado pela tristeza e solidão de ter sido abandonado, Adrián vai parar em um bar onde conhece Fabiana, uma das empregadas que servem bebidas. Ele logo encontra na pessoa dela uma maneira de afogar as mágoas e talvez esquecer Belén. Porém, dentro da casa, Fabiana começa a sentir uma estranha presença, mas sem saber do que se trata.

A segunda parte volta no tempo e nos conta como era o relacionamento entre Adrián e Belén. No começo eles moram na Espanha, mas após Adrián ganhar uma vaga para ir a Bogotá na Colômbia para conduzir uma orquestra filarmônica, eles se mudam imediatamente e Belén abandona tudo para acompanhar o namorado. Tudo parece bem entre eles, até que certas atitudes de Adrián para com uma das violonistas começam a incomodar Belén, e isso passa a gerar desconfianças quanto à fidelidade do seu namorado.


Na terceira parte, a dona da casa que é muito amiga de Belén conta um segredo a respeito de um quarto secreto, e a jovem queria realmente saber como Adrián reagiria se Belén sumisse, daí ela tem uma ideia. Esse quarto secreto fica de trás do guarda-roupa e do banheiro, onde através dos espelhos a pessoa que está lá dentro pode ver e ouvir tudo o que acontece do lado de fora. Belén começa a planejar pregar uma peça em Adrián, grava o vídeo que vemos no inicio do filme, pega todas as roupas e se tranca no quarto. Quando Adrián chega assiste o vídeo e passa a ficar desesperado. Depois de ver que ele realmente sentia falta dela, Belén resolve dar um fim na brincadeira, só que ao procurar a chave que abre a porta do quarto secreto, ela percebe que no momento em que ela ia entrar, ela tinha perdido a chave que havia caído no chão.

A partir desse ponto, o desespero toma de conta. Sem poder se comunicar com Adrián, Belén passa a ficar descontrolada, tendo que enfrentar fome e sede dentro do quarto. E para piorar, depois de alguns dias, Adrián conhece a Fabiana e eles passam a morar juntos, e aquela primeira parte é novamente mostrada, só que do ponto de vista de Belén que fica louca ao ver seu namorado com outra mulher, tendo que aguentar ouvir as relações sexuais entre ambos e por Fabiana ter sido sua substituta na casa.


Lembra que Fabiana sentia algo estranho na casa? Pois bem, essa é a quarta parte do filme, Fabiana procura tentar entender o que é as presenças e sons estranhos que ouve na casa. A única forma que Belén tinha para tentar se comunicar era batendo com um ferro nas tubulações fazendo com que a água da pia e da banheira tremesse. Aos poucos ela vai conseguindo informar à Fabiana que estava viva e presa em um quarto que fica atrás dos espelhos. E depois de procurar, Fabiana encontra a chave e a porta principal, só que vem a dúvida. Se ela libertasse Belén, ela iria perder o amor de Adrián? Fabiana fica em um dilema, e resolve optar por deixar Belén presa, sem comunicar esse fato crucial ao namorado.

Após alguns dias, Fabiana tenta conversar com Belén novamente, só que não ouve resposta. Poderíamos imaginar que ela morreu de fome no local, e Fabiana resolve abrir o quarto e encontra Belén deitada, só que tudo não passava de uma armadilha. Em um ato de vingança, Belén golpeia Fabiana e finalmente consegue sair do quarto deixando a garota presa. O personagem Adrián não passava de um idiota que tinha sua namorada, tanto Belén e Fabiana, mas traía as duas com a violonista da Orquestra. Assim, Belén vai embora para a Espanha e o filme não mostra mais o que acontece a Fabiana que agora estava presa. Podemos presumir que Adrián teria um final trágico, já que um policial amigo de Fabiana que sabia das traições de Adrián o ameaçou caso acontecesse alguma coisa com a moça, e no fim do filme isso vem à mente, apesar da trama encerrar antes disso.


Bem, eu achei o filme incrível! Bem montado e repleto de tensão que nos leva aos sentimentos de culpa, traição, e medo do que o amor é capaz de nos levar. Pra ser bem mais específico eu não consegui encontrar algum defeito no filme. Mas, há opiniões diferentes a respeito. Citando dois “defeitos” que alguns dizem ter encontrado no filme, tentarei justificar com base no que eu entendi:

“Belén foi muito burra levou todas as roupas sendo que não ia trocar, e acabou não levando os principais, que era comida e a chave.”

Bem, em primeiro lugar, a ideia de Belén não era passar muito tempo dentro do quarto, o que justifica ela não ter levado comida nenhuma. Assim que ela percebesse a reação desesperadora de Adrián, ela iria sair do quarto e dizer que foi pegadinha. Em segundo lugar, a hora em que ela perde a chave não foi por que esqueceu, ela realmente tinha colocado a chave em cima da bolsa. Mas no momento em que ela estava para entrar lá, Adrián havia chegado, então foi a hora que ela se apressou e ao pegar a bolsa, a chave acidentalmente cai no chão. E em terceiro lugar, ela leva todas as roupas, por que seu plano era dar a entender que ela tinha ido embora, não iria fazer nenhum sentido se deixasse as roupas lá.


“Fabiana não merecia terminar daquela forma. Que culpa ela tinha?”

Realmente, Fabiana não tinha culpa de nada até o momento em que ela propositalmente escolheu deixar Belén presa depois de descobrir tudo o que se passava. Sua atitude gerou duas consequências, uma foi que o amor de Adrián não valia a pena, já que ele traia tanto ela quanto Belén, e a outra foi terminar presa no quarto. Por mais doloroso que isso possa parecer, eu sinceramente não via outro final melhor. Cada um paga pelos seus erros, cada um com consequências diferentes.  Considerando cada ponto que vemos no decorrer do filme, sabemos que apenas uma das pessoas desse triângulo amoroso é vítima nessa história, a Belén apesar de um ato meio infantil, ela não fez nada de errado. Apenas seguiu seu extinto motivado pelo amor que sentia. O filme consegue fazer com que perguntemos: até onde o amor irá nos levar? Que consequências isso pode ter?

Realmente fiquei fascinado com o conteúdo de La Cara Oculta, compreendo que o desfecho foi um tremendo soco no estômago de muita gente. Mas, leve em conta a criatividade, o roteiro bem trabalhado, a direção e fotografia. Tudo isso faz do filme uma grande façanha, digna de ter seu espaço no cinema. Um clima inicia com um drama romântico que logo irá ganhar elementos de tensão e suspense que perdura até o intrigante desfecho. Sim, recomendo La Cara Oculta, sei inclusive que os gostos podem variar, mas não há como negar que foi um filme bem trabalhado. 


NOTA: 8/10

Veja o trailer no vídeo abaixo:


quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

PERSEGUIÇÃO VIRTUAL


Open Windows, no Brasil conhecido como Perseguição Virtual, é o filme que todo o tempo se passa na tela de um laptop, com várias janelas de vídeo. Dirigido pelo espanhol Nacho Vigalondo. O filme foi lançado em 2014, e tem como protagonista Elijah Wood que é muito conhecido por sua participação na trilogia O Senhor dos Anéis e a também a bastante conhecida só que no cinema adulto, a ex-atriz pornô Sasha Grey.

Sinopse: Nick (Elijah Wood) é um jovem fanático pela atriz Jill (Sasha Grey). Ele ganha um concurso para jantar com a estrela, mas aos poucos ele vai percebendo que tudo não passava de um plano do hacker Chord (Neil Maskell) que oferece a Nick todos os meios de vigiar a atriz através de seu computador. Mas ele logo percebe que o jogo está indo longe demais, e que Chord tem planos para eliminar Jill.


Sasha Grey depois de se aposentar do mundo pornô, uma carreira curta que durou cinco anos 2006-2011, mas de muito sucesso entre os fãs desse gênero de filme, Grey é considerada uma das atrizes mais cultuadas do ramo pornô. Após isso, a musa tenta a carreira de atriz em filmes pouco conhecidos, inclusive dias atrás eu assisti um deles Confissões de uma Garota de Programa (2009) e acabei me decepcionando por que o filme é péssimo, tem uma história rasa e cansativa. Desde então, seus filmes fora do ramo pornográfico vem sendo lançados, mas nenhum gerando grande repercussão.

No entanto, o filme Perseguição Virtual eu achei bem diferente. É um ótimo suspense e uma história bastante promissora que prendeu minha atenção. Claro que o nome de Sasha Grey está ali como um meio bastante eficaz para atrair os marmanjos. A participação de Elijah Wood no filme é também um grande acerto, ele interpretando um fã de uma atriz famosa achando que vai se encontrar com ela, logo é inserido no jogo perigoso de um hacker que a princípio oferece ajuda a ele, pois a atriz não vai comparecer no tal jantar. Aliás, ela nunca soube que ia jantar com um fã, tudo era parte de um plano do bandido. O filme caminha nessa perspectiva, que eu particularmente achei muito interessante, e que me motivou claro a prestar muita atenção até o fim.


O estilo do filme em ser mostrado através do laptop do protagonista é algo bem legal de acompanhar, alguns acharam isso cansativo, mas eu gostei. Além de manter um clima de tensão bastante alto, podemos ver cada local onde estão os personagens. Pra quem não manja muito de assuntos tecnológicos, pode se perder facilmente durante o filme, mas ainda assim, há situações que vão ficando mais fácil de separar.

Quando a coisa começa a esquentar em Perseguição Virtual, o longa passa a nos mostrar tudo através das janelas do laptop uma boa dose de adrenalina, como perseguições a carro, onde o fã desesperadamente tenta ajudar a sua atriz preferida, ao mesmo tempo que tenta descobrir quem é o cara que está hackeando os dois. E para isso, ele conta com a ajuda de um trio de hackers franceses que conseguem manter contato paralelamente. Porém, esse trio de hackers que tenta ajudar é jogado para escanteio da metade para o fim, não dando a devida importância que eles poderiam contribuir para o desfecho da história, esse foi um dos erros do filme.


E eis aí o principal problema de Open Windows: o ato final. O desfecho até tentou surpreender com revelações inesperadas, só que falhou nesse quesito. Além disso, o filme perdeu muito o ritmo nos 30 minutos finais, e acabou culminando em um final vago que não fez muito sentido. Para muitas pessoas, isso comprometeu toda a obra, que de fato estava indo muito bem.

Mas ainda assim, vale a pena conferir Perseguição Virtual devido ao seu clima de tensão e desespero de ambos os personagens de Wood e Grey. A direção Nacho Vigalondo foi muito boa, e eu acho muito bom poder acompanhar filmes que são feitos de um jeito diferente. Ademais, o clima misterioso a respeito do hacker ganha muito espaço durante quase toda a projeção e com um jeito psicopata e maníaco para manipular as pessoas a fazer o que ele quer.


Por outro lado, eu tenho certeza que para muitos, a atração principal do filme é a presença de Sasha Grey. Ela se sai bem com seu papel, apesar de ser um pouco limitado o que se exige dela, mas no fim, seu desempenho foi agradável. Mas ainda acho que para ela conseguir o sucesso que teve ao fazer na indústria pornográfica aquilo que nem preciso mencionar aqui, ela precisa ralar muito. Por que a sétima arte é algo muito diferente do cinema pornô. Claro que os dois têm suas dificuldades e desafios, mas no caso de Grey, ela mostrou que tinha talento para um, enquanto outro ainda não deu para saber se realmente é o que ela tem para oferecer. No entanto, pra quem aprecia um bom suspense, Perseguição Virtual será um bom passatempo, claro que está longe de ser uma obra-prima, mas vale a pena. 

NOTA: 6,8/10

Assista ao trailer de Perseguição Virtual: