quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

PERSEGUIÇÃO VIRTUAL


Open Windows, no Brasil conhecido como Perseguição Virtual, é o filme que todo o tempo se passa na tela de um laptop, com várias janelas de vídeo. Dirigido pelo espanhol Nacho Vigalondo. O filme foi lançado em 2014, e tem como protagonista Elijah Wood que é muito conhecido por sua participação na trilogia O Senhor dos Anéis e a também a bastante conhecida só que no cinema adulto, a ex-atriz pornô Sasha Grey.

Sinopse: Nick (Elijah Wood) é um jovem fanático pela atriz Jill (Sasha Grey). Ele ganha um concurso para jantar com a estrela, mas aos poucos ele vai percebendo que tudo não passava de um plano do hacker Chord (Neil Maskell) que oferece a Nick todos os meios de vigiar a atriz através de seu computador. Mas ele logo percebe que o jogo está indo longe demais, e que Chord tem planos para eliminar Jill.


Sasha Grey depois de se aposentar do mundo pornô, uma carreira curta que durou cinco anos 2006-2011, mas de muito sucesso entre os fãs desse gênero de filme, Grey é considerada uma das atrizes mais cultuadas do ramo pornô. Após isso, a musa tenta a carreira de atriz em filmes pouco conhecidos, inclusive dias atrás eu assisti um deles Confissões de uma Garota de Programa (2009) e acabei me decepcionando por que o filme é péssimo, tem uma história rasa e cansativa. Desde então, seus filmes fora do ramo pornográfico vem sendo lançados, mas nenhum gerando grande repercussão.

No entanto, o filme Perseguição Virtual eu achei bem diferente. É um ótimo suspense e uma história bastante promissora que prendeu minha atenção. Claro que o nome de Sasha Grey está ali como um meio bastante eficaz para atrair os marmanjos. A participação de Elijah Wood no filme é também um grande acerto, ele interpretando um fã de uma atriz famosa achando que vai se encontrar com ela, logo é inserido no jogo perigoso de um hacker que a princípio oferece ajuda a ele, pois a atriz não vai comparecer no tal jantar. Aliás, ela nunca soube que ia jantar com um fã, tudo era parte de um plano do bandido. O filme caminha nessa perspectiva, que eu particularmente achei muito interessante, e que me motivou claro a prestar muita atenção até o fim.


O estilo do filme em ser mostrado através do laptop do protagonista é algo bem legal de acompanhar, alguns acharam isso cansativo, mas eu gostei. Além de manter um clima de tensão bastante alto, podemos ver cada local onde estão os personagens. Pra quem não manja muito de assuntos tecnológicos, pode se perder facilmente durante o filme, mas ainda assim, há situações que vão ficando mais fácil de separar.

Quando a coisa começa a esquentar em Perseguição Virtual, o longa passa a nos mostrar tudo através das janelas do laptop uma boa dose de adrenalina, como perseguições a carro, onde o fã desesperadamente tenta ajudar a sua atriz preferida, ao mesmo tempo que tenta descobrir quem é o cara que está hackeando os dois. E para isso, ele conta com a ajuda de um trio de hackers franceses que conseguem manter contato paralelamente. Porém, esse trio de hackers que tenta ajudar é jogado para escanteio da metade para o fim, não dando a devida importância que eles poderiam contribuir para o desfecho da história, esse foi um dos erros do filme.


E eis aí o principal problema de Open Windows: o ato final. O desfecho até tentou surpreender com revelações inesperadas, só que falhou nesse quesito. Além disso, o filme perdeu muito o ritmo nos 30 minutos finais, e acabou culminando em um final vago que não fez muito sentido. Para muitas pessoas, isso comprometeu toda a obra, que de fato estava indo muito bem.

Mas ainda assim, vale a pena conferir Perseguição Virtual devido ao seu clima de tensão e desespero de ambos os personagens de Wood e Grey. A direção Nacho Vigalondo foi muito boa, e eu acho muito bom poder acompanhar filmes que são feitos de um jeito diferente. Ademais, o clima misterioso a respeito do hacker ganha muito espaço durante quase toda a projeção e com um jeito psicopata e maníaco para manipular as pessoas a fazer o que ele quer.


Por outro lado, eu tenho certeza que para muitos, a atração principal do filme é a presença de Sasha Grey. Ela se sai bem com seu papel, apesar de ser um pouco limitado o que se exige dela, mas no fim, seu desempenho foi agradável. Mas ainda acho que para ela conseguir o sucesso que teve ao fazer na indústria pornográfica aquilo que nem preciso mencionar aqui, ela precisa ralar muito. Por que a sétima arte é algo muito diferente do cinema pornô. Claro que os dois têm suas dificuldades e desafios, mas no caso de Grey, ela mostrou que tinha talento para um, enquanto outro ainda não deu para saber se realmente é o que ela tem para oferecer. No entanto, pra quem aprecia um bom suspense, Perseguição Virtual será um bom passatempo, claro que está longe de ser uma obra-prima, mas vale a pena. 

NOTA: 6,8/10

Assista ao trailer de Perseguição Virtual:

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