Um filme que aparenta ser bem simples, mas que ao
conferirmos iremos perceber a profundidade da história e como ela consegue nos
repassar uma grande lição, em virtude do que normalmente acontece no nosso
cotidiano. O longa-metragem brasileiro A
Busca dirigido por Luciano Moura traz uma trama comovente de uma trajetória
de autoconhecimento. O filme foi lançado em 2013 e é estrelado por Wagner
Moura, Mariana Lima, Brás Antunes e Lima Duarte.
Sinopse: Theo Gadelha (Wagner Moura) é um médico, casado com a
também médica Branca (Mariana Lima), pai do adolescente Pedro (Brás Antunes) e
filho de um pai ausente (Lima Duarte). Sua mulher pede separação, seu filho
rejeita sua orientação e a casa que construiu para a família vai ser posta à
venda. Aos poucos, Theo constata que seu mundo está desabando. Mas nada se
compara ao que está por vir: no fim de semana em que completaria 15 anos, seu
filho Pedro some de casa. Theo pega a estrada em busca do filho. A viagem por
vários lugares no interior vira um caminho de autoconhecimento, um percurso
para transformações e descobertas.
A trama se segue em uma situação que acontece com muita
frequência, quem nunca já passou ou pelo menos já presenciou uma família em que
seu chefe é mais ocupado com o trabalho e não faz a menor ideia do que está
acontecendo em casa? Sua relação com a esposa vai enfraquecendo e os filhos vão
ficando cada vez mais distante? É nesse contexto familiar que a família de Theo
no filme se encontrava.
Muitas discussões e brigas é o que não falta nos minutos
iniciais, também as divergências familiares envolvendo a venda da casa ganha um
certo destaque. Porém, esse inicio se torna um pouco arrastado, parecia mais
uma situação de novela onde o marido tenta reconquistar a esposa e fica quase
que enlouquecido ao saber que seu pai que é muito ausente, está tendo contato
com o filho. Essa discussão chega ao limite para motivar ao garoto a fugir de
casa, mas dizendo aos pais que ia sair com um amigo. Mas depois de chegar o dia
do aniversário dele, e que seus pais o estavam aguardando, ele não aparece e é
descoberto que ele não saiu com amigo nenhum. Nesse momento, a preocupação dos
pais vence qualquer obstáculo e divergências familiares que até então dominava
a família.
Theo começa a incessante busca pelo filho, procurando
informações de pessoas que o tenha visto, e nessa jornada ele se confronta com
todo tipo de gente que mora no interior, desde a arrogância de um senhor que se
recusa a emprestar o telefone, a briga com um caipira no meio do mato, a festa
onde muitos jovens se divertiam, inclusive Theo ajuda uma moça que estava em
trabalho de parto, entre muitas outras situações que mudaram a perspectiva do
protagonista de enxergar as coisas, ao mesmo tempo em que ele vai através das
pessoas com quem Pedro teve contato, Theo vai aprendendo coisas sobre o filho
que ele não fazia a mínima ideia.
Além disso, a pequena participação de Lima Duarte é o que
torna o longa mais sensível e capaz de modificar certas atitudes em relação à
família. Pois, é claro perceber que Theo e seu pai não se davam bem um com o
outro, mas ao notar que seu filho e avô possuem uma grande sintonia e que a
fuga de Pedro era justamente para conhecer o avô. Theo percebe a partir daí que
seu distanciamento para com a sua família foi a principal causa que motivou seu
filho a fugir, ele reconhece e tem uma conversa branda com o pai que fala das
qualidades que Pedro tinha, como por exemplo, saber desenhar muito bem. O final
do filme deixa claro, a importância que a união familiar tem, e que mesmo que a
pessoa seja muito ocupada com o trabalho, o pouco tempo que tiver para dedicar
à família vai fazer muita diferença.
Para o filme ter tido a força e a sensibilidade que teve,
foi por causa da atuação brilhante de Wagner Moura, ele expressa sentimentos de
desespero durante sua busca pelo filho. O filme por outro lado, comete alguns
deslizes, pois força muito no roteiro, por exemplo, não sabemos quantos dias
Theo levou para encontrar o filho, pois ele atravessa dois estados. O filme não
explica como Theo passou seus dias durante a busca, onde dormiu o que comeu,
etc. Também não temos conhecimento sobre onde ele consegue gasolina para o
carro. Mas fica claro que a principal preocupação do filme é mostrar essa
jornada de autoconhecimento de uma forma emocionante.
Por ser uma produção brasileira, A Busca pode não chamar atenção de muitas pessoas que nutrem
preconceito com o cinema nacional, mas se tivermos a detida paciência para
entender o estilo brasileiro de fazer filmes, não só este, mas centenas de
produções do nosso país pode chamar atenção. Os conteúdos são riquíssimos e não
decepciona na maioria das vezes. A obra dirigida por Luciano Moura tem sua
mensagem peculiar e que ao mesmo tempo em que nos cativa, também nos ensina
grandes valores a se aplicar na vida, mesmo que o filme de modo geral não seja
uma obra-prima.
NOTA: 7,5/10
Veja o trailer no vídeo abaixo:
eu gostei demais desse filme. exatamente, aparentemente um filme bem simples, com um roteiro bem complexo. eu gostei exatamente por o filme não ser muito explicadinho. uma grande força do filme. aqui meu post http://mataharie007.blogspot.com.br/2013/03/a-busca.html
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