O cineasta tailandês Prachya Pinkaew tinha ganhado grande notoriedade
após dirigir grandes filmes como Ong Bak: Guerreiro Sagrado e O Protetor, ambos protagonizados por Tony Jaa que é especialista em artes
marciais, onde ali as cenas eram recheadas com lutas eletrizantes e
maravilhosamente bem coreografadas. Mas, quem achava que Pinkaew limitava-se
apenas em promover Tony Jaa, se enganou. Em 2008, ele lançou o filme Chocolate que também é de artes
marciais, só que ao invés de ser um homem no papel principal, aqui temos uma
mulher.
Mas essa não é uma mulher qualquer. Eu diria que Tony Jaa teria trabalho
em ter que encarar essa moça no mano a mano, inclusive eles trabalharam juntos
no filme O Protetor 2, eu estou
falando aqui de Jeeja Yanin, talvez você não conheça esse nome, mas ela já fez
algumas participações em filmes americanos, como por exemplo, O Alvo 2 estrelado por Scott Adkins.
Essa garota foi testada para o cinema tailandês no filme Chocolate, e acredite se quiser, ela deixou o público e a crítica
boquiabertos.
Sinopse: Uma jovem mulher autista, metade tailandesa,
metade japonesa, filha de um Yakuza, e apaixonada por chocolate e filmes de
artes marciais, revela ter dons especiais e reflexos apurados. Ela começa a
treinar imitando movimentos de filmes. Quando ela testemunha o espancamento da
mãe por alguns gangsters, suas habilidades se tornarão necessárias, já que
confrontos reais surgirão além da televisão. Também ela se responsabiliza em
arrumar dinheiro para tratar sua mãe que sofre de câncer.
Após o filme Chocolate, muitos
consideram Jeeja Yanin a nova rainha das artes marciais, para outros, esse selo
pertence a japonesa Rina Takeda. E não vou compará-las com atrizes que fizeram
papéis de lutadoras, mas que não são especialistas no assunto, como no caso de
Uma Thurman do ótimo filme Kill Bill. Aqui
o caldo é bem mais grosso! Em Chocolate somos
presenteados com pancadaria de alta qualidade, que varia de socos, chutes,
joelhadas, cotoveladas e algumas pauladas. Sem mencionar o fato de estar
repleto de cenas altamente perigosas e que a jovem Jeeja Yanin não usou nenhum
dublê em suas cenas, e inclusive nos créditos do filme somos apresentados às
gravações e a maioria delas mostra que os atores se arriscaram de verdade,
terminando com várias lesões.
O cinema asiático, mas especificamente o tailandês vinha investindo em
filmes assim desde o sucesso estrondoso de Ong
Bak, e grande parte estavam agradando muito os amantes desse tipo de filme,
e Chocolate é um dos principais. E
confesso a vocês que fiquei impressionado com filme e com o talento da
protagonista. E também por mais que a história seja simples e repleta de cenas
de luta, existe um drama tocante envolvido que nos direciona a lições de
superação e vencer o preconceito. De modo simples, eu diria que Chocolate é mais essencialmente
dramático do que um simples filme de ação.
Então, vamos ao filme. No começo somos apresentados com um romance de
uma jovem tailandesa com um Yakuza. Porém, o relacionamento não agrada um
gangster que está interessado na garota e ele se tornaria um perigo tanto para
ela quanto para ele. A mulher engravida do Yakuza, mas vira mãe solteira, pois
o pai teve de voltar ao Japão. A filha dela nasce autista e possui sentidos
aguçados. À medida que ela cresce, a menina costuma assistir filmes de artes
marciais como os de Tony Jaa e os de Bruce Lee, os movimentos das lutas no
filme passam a ser memorizados pela mente especial da menina que passa a
treinar sozinha.
Depois que cresce, ela e seu amigo Moom fazem shows nas ruas em troca de
dinheiro. E por Zen (Jeeja Yanin) ser alguém com habilidades especiais, ela
agrada muitas pessoas com os shows de rua. No entanto, eles não conseguem
evitar o preconceito de algumas pessoas que ridicularizam a jovem e até mesmo
tentam se aproveitar dela. Mas, isso não seria uma boa ideia, pois Zen por mais
inocente que aparenta ser, sabe se defender muito bem, e por ter treinado muito
à base do que ela assistia em filmes de artes marciais, ela se torna alguém
aparentemente imbatível.
Essa primeira parte é bem lenta e sem muita empolgação, mas quando a mãe
de Zen descobre o câncer, e que para trata-lo é preciso de muito dinheiro, Zen
e Moon descobrem uma lista de pessoas que deviam dinheiro a ela, a grana era
tanta que poderia pagar o tratamento. Então, Moon e Zen partem em busca dessas
pessoas para cobrar o dinheiro, nem que para isso tenha que usar a força. E
nessa busca pelo dinheiro, eles acabam se encontrando com o gangster do inicio,
que se tornara um inimigo da mãe de Zen por ter se relacionamento com Yakuza, e
que agora ele queria prestar contas com a mãe de Zen, não importando se ela
está doente.
Essa é a história do filme Chocolate,
ela nos trará elementos que envolvem a família, preconceito, ganancia e
ciúmes. Mas, atração principal é sem dúvida alguma as cenas de luta. E há
homenagens a grandes ídolos do mundo das artes marciais sendo feita, como o já
mencionado Tony Jaa que seus filmes são assistidos pela protagonista, e também
Bruce Lee, inclusive em um dos palcos de combate é feito em uma fábrica de
gelo, uma clara referência e homenagem ao filme O Dragão Chinês, e nessa cena, Jeeja Yanin imita os gritos
de Bruce Lee enquanto enfrenta os capangas. São cenas memoráveis!
Como já foi mencionado, uma das coisas que também me impressionou são as
cenas perigosas. O filme está repleto delas, desde o combate na fábrica de
gelo, no açougue, entre outras. Os dublês se machucaram de verdade, e na cena
dos créditos mencionada anteriormente, mostra alguns sendo levados ao hospital.
E o que dizer da nossa querida protagonista? Arrebentou-se toda a coitada! Mas,
se arrebentou com gosto, pois a dedicação dela para com o filme é algo para se
admirar.
Jeeja Yanin foi um verdadeiro achado de Prachya Pinkaew, e outros filmes
que ela protagonizou com, por exemplo, Fênix
Indomável que é também um filme bastante recomendável, só que Chocolate tem sua singularidade e
reconhecimento maior. Mas, eu queria muito que essa garota protagonizasse mais filmes
na Tailândia, eu não gostaria que ela tentasse carreira em Hollywood, por que
Tony Jaa está lá há mais de cinco anos e não tem um filme digno, com exceção de
Velozes e Furiosos 7, que foi a sua
estreia no cinema norte americano. Portanto, se você é fã de filmes de artes
marciais, assistir Chocolate é um
dever obrigatório. E há duas coisas das quais eu garanto que irá sair
impressionado: a coreografia das lutas e o realismo delas, pois são pancadas de
verdade. Vai por mim, tô falando é sério!
NOTA: 8/10
Veja o trailer no vídeo abaixo:
Adoro filmes, com mulheres, metendo bronca ! Lutando, atirando ou as duas coisas.Assisti chocolate, e realmente, é 10 ! José Remi Rodrigues Reis.
ResponderExcluirMuito bom
ResponderExcluir