segunda-feira, 17 de julho de 2017

O DRAGÃO CHINÊS



Bruce Lee foi um dos maiores artistas marciais de todos os tempos, chegando até mesmo a fundar seu próprio estilo de luta: o Jet Kune Doo. Bruce Lee ao longo de sua curta vida, sempre ansiava o sucesso e o reconhecimento do público. Filho de um ator de teatro, ele chegou a trabalhar com seu pai quando criança, e que sem dúvida contribuiu muito com seu passo para o universo cinematográfico. Sem obter o sucesso que queria em Hollywood, Bruce teve a oportunidade de estrelar no cinema de Hong Kong, o filme O Dragão Chinês que foi lançado em 1971, e mesmo sendo um filme simples e com roteiro fraco, bateu o recorde de bilheteria na época, o sucesso foi tão grande que Hollywood começou a ficar de olho no astro.


Dragão Chinês é uma formiga comparado com os filmes do século XXI, com um roteiro fraco e atores de nível amador, sem contar no ambiente precário onde o longa é ambientalizado, mostrando um orçamento fraco e que o filme foi produzido às pressas. Ainda assim, vale a pena assisti-lo, pois foi a partir daí que Bruce Lee expandiu seu estilo e ganhou a fama que dificilmente alguém ganharia com apenas um filme.

A história de Dragão Chinês mostra Cheng Chao-An (Bruce Lee) indo morar com seus primos na Tailândia, e lá consegue um emprego em uma fábrica de gelo, onde seus primos também trabalhavam. Cheng leva consigo um colar, que para ele serve de lembrança para nunca mais se envolver em uma briga. Porém, alguns de seus parentes começam a desaparecer quando descobrem que seu chefe é na verdade um traficante de drogas, e que usava a fábrica de gelo como faixada para cometer atos ilegais. E se algum empregado descobre, ou ele aceita fazer parte do esquema ou é assassinado. E isso explica o desaparecimento das pessoas, e Cheng se vê em um grande dilema: continuar cumprindo a sua promessa ou usar seus punhos para acabar com o seu chefe e sua gangue.

É uma história bastante interessante que ficaria quase que perfeita se fosse composta por bons atores e é claro, um bom diretor, mas isso esteve bem longe. Algumas atuações são tão toscas que qualquer um percebe a maneira de expressar é fracassada, mesmo quando o ator tenta forçar ao máximo que pode. Alguns diálogos também são toscos e que nada tem a ver com a trama. As lutas em si são forçadas também, salvo algumas com Bruce Lee, que passa a primeira metade do filme sem lutar. Entretanto, mesmo com uma direção fraca, coreografias toscas, Bruce Lee salva o filme com sua atuação e suas lutas. Não posso colocar os defeitos na conta do Bruce, pois o que faz a diferença nas cenas não é o ator e sim o diretor, que talvez estava com pressa pra lançar o filme que pegou qualquer cena que fizeram e colocou no filme, mesmo quando nós percebemos que as cenas poderiam ter sido muito melhor e mais bem executadas. (Os outros filmes do Bruce Lee mostra isso)

Mesmo com seus defeitos e atuações toscas, Dragão Chinês é um clássico, que colocou um dos maiores mestres das artes marciais no mundo do cinema. Pra você ver que um lutador marcial era tão admirado no oriente (hoje no mundo todo), que as cenas de luta salva o filme, mesmo com seu contexto sendo ignorado. O que o povo amante de filmes de luta se interessa é nas próprias lutas. Não interessa se o filme tem atores ruins ou se o roteiro é medíocre, o que importa realmente é se vai ter porrada!


É interessante que em Dragão Chinês, Bruce Lee não seria o protagonista, esse papel seria de James Tien, que interpretou um dos primos de Cheng e que desaparece no meio do filme, de alguma forma, eles dividiram esse papel, e isso talvez explique o porquê o personagem de Bruce não luta até a metade do longa, já que esse seu primo também é bom de briga. Há boatos de que a história do colar de Cheng foi incluída no roteiro  por recomendação do próprio Lee, pois para ele, isso era uma maneira de retratar um acontecimento de sua vida. Pois em sua adolescência, ele costumava se envolver em brigas na escola, até que sua mãe o fez prometer nunca mais lutar. 

O filme contém um alto grau de violência, algumas cenas foram até censuradas e não puderam mais ser exibidas. Há, no entanto, cenas onde Bruce Lee fica embriagado e posteriormente dorme com uma prostituta, bem como cenas onde os personagens pulam alto, a ponto até mesmo de passar uma cerca alta. Totalmente surreal! Mas quem é fã do Bruce Lee e de artes marciais, não vai ligar para esses detalhes errôneos do roteiro. Um filme digno de ser um clássico, isso sem dúvida alguma, mas indigno de ser comparado com os filmes de hoje. Seria muito bom se Bruce não tivesse morrido tão cedo, assim poderíamos ver em primeira mão o seu desenvolvimento no cinema, tal como aconteceu com seus compatriotas Jet Li e Jackie Chan. 

NOTA: 6,5/10

Veja o trailer no vídeo abaixo:

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