O texto a
seguir contém spoilers!
Já adianto que o
filme é verdadeiro quebra-cabeça. Sim, acontecem muitos eventos que podem nos
confundir, caso não prestemos à devida atenção. O filme é estrelado por Ashton
Kutcher, Amy Smart, Eden Henson e William Lee Scott. Mas seus personagens
passam por três fases, cada um em uma época diferente: a primeira é quando eles
são crianças; a segunda eles são pré-adolescentes e na terceira já são jovens
rumo à vida adulta. Essas fases, no entanto, não ocorrem de forma linear, mas
um aqui outro ali tudo misturado. Percebe-se também que há fatores cruciais
sendo mostradas detalhadamente a cada cena feita. Um modo diferenciado do filme
está na sua premissa perturbadora que assola o protagonista a todo o momento.
Evan (Ashton Kutcher)
é um jovem que desde criança tem surtos que o fazem perder a memória por um
tempo, ele junto com seus amigos tiveram uma infância atordoada por causa do
padrasto de uma delas que se diverte com pornografia infantil, além de
aprontarem juntos causando a morte de uma pessoa. Evan tem um dom. E isso
acontece com seus surtos que o fazem voltar no tempo. Como perde a memória de
tudo que acontece até surtar, ele escreve todos os dias os acontecimentos da
sua vida em um diário, pois caso ele se esqueça de alguma coisa, o diário
torna-se seu amigo inseparável para ajuda-lo de alguma forma. Isso contribui
para os surtos de Evan ao ler aquilo que ele escreve, ele consegue voltar no tempo
no exato acontecimento descrito no diário.
Como ele e seus
amigos não tiveram uma infância legal, Evan volta ao passado e modifica os
acontecimentos, pois ele se sentia culpado por sentimentos ruins que vem nas
suas lembranças, mas isso acaba por afetar o futuro, sempre algum de seus
amigos ou ele mesmo acaba sendo afetado por alguma coisa trágica. Nas mudanças
feitas por ele, algumas vezes o futuro termina bem para um e péssimo para
outro. O que torna uma crise moral na consciência do protagonista em relação às
suas amizades, sua família e a pessoa com quem ele é apaixonado. Parece que
nada, absolutamente nada pode fazer com que tudo acabe bem pra ele e pra todos.
Entre muitas idas e
voltas no tempo, o filme deixa cada detalhe importante nos diálogos ou nas
ações, mesmo as menores feitas por quem compõe o elenco. Devemos prestar muita
atenção nas inúmeras tentativas de Evan em arrumar o passado sem prejudicar o
futuro, em algumas cenas ele leva a pior de todas, por exemplo, em uma de suas
tentativas, o futuro se torna embaraçoso para ele, pois fica em uma cadeira de
rodas, sem as mãos, enquanto todos os seus amigos levam uma vida tranquila.
Evan chega até mesmo tentar um suicídio, mas acaba sendo impedido. E sem
esperanças para consertar tudo, ele arrisca a última opção. Essa última tentativa
foi a mais corajosa de todo o filme. Ela faria com que tudo que havia na vida
de Evan e seus amigos se apagassem por completo.
Alguns cinéfilos, no entanto,
não gostaram disso, mas pergunte-se: teria outra ideia melhor? Não percebem que
o cara tentou de todas as formas consertar o passado sem que o futuro seja
trágico para alguém? É algo pra se pensar! O que se deve levar em conta ao
assistir essa obra é que ela consegue unir todo o quebra-cabeça sem deixar nada
pra trás. Além disso, o filme nos ensina uma importante lição sobre como
devemos fazer nossas escolhas em cada aspecto na vida, pensando em como essas
escolhas afetarão tanto a nós como a outros. Em poucas palavras, Efeito Borboleta crítica de alguma
forma, as escolhas precipitadas que são tomadas sem pensar nas consequências.
Eu particularmente,
não achei o filme cansativo. Ao contrário, ele faz com que sua mente trabalhe
pra encaixar aos poucos as peças do filme. É magnífica essa ideia! Uma pena que
as sequências deixaram a desejar, mas como todo bom filme, esse já deixou a sua
marca registrada, ignorando por completo as sequências que tentaram fazer
igual, mas não conseguiram. Efeito
Borboleta é um filme recomendadíssimo!
NOTA: 10/10
Veja o trailer no
vídeo abaixo:
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