Muita gente conhece o filme “Doce
Vingança”, que fez um grande sucesso após o seu lançamento em 2010, depois
gerou um segundo filme em 2013, que trazia quase que a mesma história, porém com
algumas mudanças de roteiro, o que não causou uma boa recepção. Pensando nisso,
os produtores resolveram gerar uma nova sequência, mas com uma de verdade,
assim foi chamada a atriz Sarah Butler, que protagonizou o filme de 2010 para
reviver o mesmo papel, só que dessa vez a continuidade da história. O filme é
intitulado no Brasil como: Doce Vingança
3: A Vingança é Minha, foi lançado em 2015 e conta os acontecimentos e as
consequências que o estupro sofrido por Jennifer Hills (Sarah Butler) causou após muitos anos.
O longa irá mostrar algo
diferente, uma nova história, as consequências para Jennifer, o trauma
psicológico, bem como tentar organizar a sua vida. Jennifer mudou seu nome para
Ângela, e trabalha em uma empresa de telemarketing, e deixou de lado a vida de
escritora. Mas ainda sofre traumas pelo brutal estupro que sofreu anos atrás,
assim a todo momento ela fica na defensiva com os homens, imagens fortes sendo
produzida pela sua mente perturbada. Ela também passa a frequentar grupos onde
mulheres que sofreram estupro se reúnem para uma incentivar a outra a superar
os traumas que isso causa nelas.
Como foi afetada
emocionalmente, Jennifer não confia em nenhum homem e presume que todos querem
fazer mal a ela, em algumas cenas ela imagina uma ação brutal contra eles, tal
como ela fez com seus agressores no passado. Mas tudo não passa de um fruto da
sua mente afetada, e por isso ela procura sempre conversar com uma psicóloga.
A princípio percebemos que Jennifer tenta
levar uma vida tranquila apesar de seu trauma com o passado, e no grupo onde
ela interage com outras mulheres, ela faz amizade achegada com uma garota que
não tem papas na língua, chamada Marla (Jennifer Landon). Elas passam a se
aventurar, causando sustos e fazendo ameaças a estupradores, como o padrasto de
uma das garotas que se reúne no grupo. Essa tática, por incrível que pareça
funciona e o velhote para de molestar a garota, assim as garotas ficam
convencidas de que podem resolver a situação.
Não espere desse filme um
terror, apesar de ser desse gênero, ele nos trás um suspense misturado com um
pouco de drama, pois a premissa levantada inicialmente é uma defesa na
violência contra a mulher. Mas isso não impede do filme conter cenas fortes tal
como os outros. Pois Marla acaba sendo assassinada pelo ex namorado que a tinha
estuprado, ele foi preso mas acabou solto pela polícia. Isso foi suficiente
para despertar a fúria de Jennifer e sua sede de vingança, armando uma
emboscada contra o criminoso, Jennifer usa sua beleza para seduzi-lo e o mata
de uma forma macabra e brutal, em uma cena capaz de fazer qualquer um borrar as
calças, de minha parte eu me arrepiei todo!
O filme a partir daí pode se
contar como um terror gore fortíssimo
como seus anteriores, no entanto, Jennifer só mata dois homens durante todo o
filme, o segundo foi o padrasto em que ela juntamente com Marla tinha pregado
um susto no velho, e até funcionou por um tempo, mas ele acaba voltando a
molestar sua enteada. Jennifer ao saber disso, conduz o estuprador para uma
armadilha e novamente usa sua beleza para seduzir dessa vez o velho, e isso
gera outra cena forte de doer a mais pequena célula da alma.
Muita gente não aprovou esse
filme, justamente pelo seu final que desandou muito e acabou causando inúmeras
dúvidas quanto à sanidade mental de Jennifer Hills, fazendo que nos
perguntemos: estaria ela realmente fazendo justiça? Não entendemos o que o
roteiro quis dizer ao mostrar algumas cenas perto do final, talvez haja
diversas interpretações. A minha é que Jennifer não se livrou do trauma que a
afetou psicologicamente, e além do desejo de fazer justiça, já que a polícia
não faz. Mas isso ultrapassa os limites e nos leva a eventos que desmoronam
todo o desenrolar do filme, como também toda a franquia. Não estou dizendo que
o filme é ruim, eu particularmente gostei tanto quanto os outros. Mas sua ideia
inicial, não é mantida no topo, e o roteiro acaba fazendo essa ideia ficar no vai
e volta.
Acima de tudo e qualquer
interpretação que se tenha para com o entendimento da história, o filme trata
exclusivamente de consequências. Tudo aquilo que pode resultar após um ato
cometido ou sofrido. Não se pode deixar de destacar a participação da polícia
em relação aos assassinatos que Jennifer cometeu no primeiro filme. E como
consequência disso, a moça afetada precisa de recuperação e não necessariamente
de punição, pois seus crimes teve um propósito e uma causa completamente
razoável, mas isso não a impede de parar na prisão por cometer assassinatos.
Não sei se o filme quer
ensinar que o fato de alguém fazer justiça com as próprias mãos possa alterar o
modo como essa pessoa vê o mundo a partir disso, mas que uma ideia parecida
possa ter sido colocada no roteiro, com o intuito de reconsiderar nossas ações
antes mesmo de fazê-las, isso eu não posso descartar tal possibilidade. A
produção tentou fazer diferente, e realmente conseguiu, mas ao bagunçar um
pouco a história, eu entendo o porquê muita gente acabou desaprovando o filme,
que poderia ter sido bem melhor.
NOTA: 6/10
Veja também: Doce Vingança e Doce Vingança 2.
Veja o trailer de "Doce Vingança 3: A Vingança é Minha" no vídeo abaixo:
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