quinta-feira, 13 de julho de 2017

DOCE VINGANÇA 3: A VINGANÇA É MINHA


Muita gente conhece o filme “Doce Vingança”, que fez um grande sucesso após o seu lançamento em 2010, depois gerou um segundo filme em 2013, que trazia quase que a mesma história, porém com algumas mudanças de roteiro, o que não causou uma boa recepção. Pensando nisso, os produtores resolveram gerar uma nova sequência, mas com uma de verdade, assim foi chamada a atriz Sarah Butler, que protagonizou o filme de 2010 para reviver o mesmo papel, só que dessa vez a continuidade da história. O filme é intitulado no Brasil como: Doce Vingança 3: A Vingança é Minha, foi lançado em 2015 e conta os acontecimentos e as consequências que o estupro sofrido por Jennifer Hills (Sarah Butler) causou após muitos anos. 


O longa irá mostrar algo diferente, uma nova história, as consequências para Jennifer, o trauma psicológico, bem como tentar organizar a sua vida. Jennifer mudou seu nome para Ângela, e trabalha em uma empresa de telemarketing, e deixou de lado a vida de escritora. Mas ainda sofre traumas pelo brutal estupro que sofreu anos atrás, assim a todo momento ela fica na defensiva com os homens, imagens fortes sendo produzida pela sua mente perturbada. Ela também passa a frequentar grupos onde mulheres que sofreram estupro se reúnem para uma incentivar a outra a superar os traumas que isso causa nelas. 

Como foi afetada emocionalmente, Jennifer não confia em nenhum homem e presume que todos querem fazer mal a ela, em algumas cenas ela imagina uma ação brutal contra eles, tal como ela fez com seus agressores no passado. Mas tudo não passa de um fruto da sua mente afetada, e por isso ela procura sempre conversar com uma psicóloga.

A princípio percebemos que Jennifer tenta levar uma vida tranquila apesar de seu trauma com o passado, e no grupo onde ela interage com outras mulheres, ela faz amizade achegada com uma garota que não tem papas na língua, chamada Marla (Jennifer Landon). Elas passam a se aventurar, causando sustos e fazendo ameaças a estupradores, como o padrasto de uma das garotas que se reúne no grupo. Essa tática, por incrível que pareça funciona e o velhote para de molestar a garota, assim as garotas ficam convencidas de que podem resolver a situação. 

Não espere desse filme um terror, apesar de ser desse gênero, ele nos trás um suspense misturado com um pouco de drama, pois a premissa levantada inicialmente é uma defesa na violência contra a mulher. Mas isso não impede do filme conter cenas fortes tal como os outros. Pois Marla acaba sendo assassinada pelo ex namorado que a tinha estuprado, ele foi preso mas acabou solto pela polícia. Isso foi suficiente para despertar a fúria de Jennifer e sua sede de vingança, armando uma emboscada contra o criminoso, Jennifer usa sua beleza para seduzi-lo e o mata de uma forma macabra e brutal, em uma cena capaz de fazer qualquer um borrar as calças, de minha parte eu me arrepiei todo!

O filme a partir daí pode se contar como um terror gore fortíssimo como seus anteriores, no entanto, Jennifer só mata dois homens durante todo o filme, o segundo foi o padrasto em que ela juntamente com Marla tinha pregado um susto no velho, e até funcionou por um tempo, mas ele acaba voltando a molestar sua enteada. Jennifer ao saber disso, conduz o estuprador para uma armadilha e novamente usa sua beleza para seduzir dessa vez o velho, e isso gera outra cena forte de doer a mais pequena célula da alma.

Muita gente não aprovou esse filme, justamente pelo seu final que desandou muito e acabou causando inúmeras dúvidas quanto à sanidade mental de Jennifer Hills, fazendo que nos perguntemos: estaria ela realmente fazendo justiça? Não entendemos o que o roteiro quis dizer ao mostrar algumas cenas perto do final, talvez haja diversas interpretações. A minha é que Jennifer não se livrou do trauma que a afetou psicologicamente, e além do desejo de fazer justiça, já que a polícia não faz. Mas isso ultrapassa os limites e nos leva a eventos que desmoronam todo o desenrolar do filme, como também toda a franquia. Não estou dizendo que o filme é ruim, eu particularmente gostei tanto quanto os outros. Mas sua ideia inicial, não é mantida no topo, e o roteiro acaba fazendo essa ideia ficar no vai e volta.  

Acima de tudo e qualquer interpretação que se tenha para com o entendimento da história, o filme trata exclusivamente de consequências. Tudo aquilo que pode resultar após um ato cometido ou sofrido. Não se pode deixar de destacar a participação da polícia em relação aos assassinatos que Jennifer cometeu no primeiro filme. E como consequência disso, a moça afetada precisa de recuperação e não necessariamente de punição, pois seus crimes teve um propósito e uma causa completamente razoável, mas isso não a impede de parar na prisão por cometer assassinatos. 

Não sei se o filme quer ensinar que o fato de alguém fazer justiça com as próprias mãos possa alterar o modo como essa pessoa vê o mundo a partir disso, mas que uma ideia parecida possa ter sido colocada no roteiro, com o intuito de reconsiderar nossas ações antes mesmo de fazê-las, isso eu não posso descartar tal possibilidade. A produção tentou fazer diferente, e realmente conseguiu, mas ao bagunçar um pouco a história, eu entendo o porquê muita gente acabou desaprovando o filme, que poderia ter sido bem melhor. 

NOTA: 6/10

Veja o trailer de "Doce Vingança 3: A Vingança é Minha" no vídeo abaixo:

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