Não é nenhuma novidade o fato de que o cinema brasileiro sofre muito
preconceito, se as pessoas tivessem a detida paciência, deixaria isso de lado e
apreciariam nossos filmes, eu já fui assim. Há alguns anos atrás, eu não
gostava de filmes brasileiros, sempre que via um, já vinha na mente aquele
sentimento de repúdio. Talvez isso fosse influência de outros, por que
praticamente todo mundo com quem eu convivia também não gostava do cinema
nacional.
Mas, um dia eu parei para assistir ao filme Cidade de Deus ciente de sua fama no cinema mundial, e minha mente
para com o cinema brasileiro ganhou outros olhos. E à medida que ia pesquisando
nossos filmes, eu me deparava com algo bacana, claro que há filmes ruins
também, assim como em qualquer lugar. Mas, sempre vinha algum que me agradava,
inclusive as resenhas sobre filmes brasileiros aqui no blog são de filmes que
agradaram muito, confira a lista, na barra acima clique no nome Brasil.
O famosíssimo O Auto da Compadecida é na minha opinião, um dos melhores filmes produzidos no
Brasil. E recentemente tive o prazer de acompanhar outro longa-metragem do mesmo
diretor, Guel Arraes. Como uma espécie de filho do clássico mencionado, Arraes
lançou Lisbela e o Prisioneiro em
2003, eu via muita gente falar desse filme desde que comecei a dedicar meu
tempo livre às maravilhas da sétima arte, mas nunca parei para assisti-lo.
Porém, eu finalmente consegui ver essa produção brasileira, e o resultado foi
bem positivo, além de conter uma história bem contada, o elenco contribui
bastante para que o resultado seja satisfatório.
E isso não me impressiona, por que um filme que conta com as
participações de Selton Mello, Débora Falabella e Marco Nanini não acabaria
sendo um fiasco. Lisbela e o Prisioneiro não
é uma obra-prima, tal como O Auto da
Compadecida é, mas consegue entreter e divertir de uma forma brilhante,
principalmente se conhecemos a cultura nordestina, como sou do Nordeste, não
tive problema, apenas apreciei o sotaque e as situações divertidas que o filme
retrata.
Lisbela e o Prisioneiro conta a história de um malandro aventureiro e
conquistador Leléu (Selton Mello) e da mocinha sonhadora Lisbela (Débora
Falabella), que adora ver filmes norte-americanos e sonha com os heróis do
cinema. A história se passa no século XX em Pernambuco. Há momentos no filme
que nos lembra do Auto da Compadecida, temos
aqui o valentão e corno, a mulher que trai, tudo isso ambientado na cultura
nordestina. O diferencial são os protagonistas, Lisbela uma jovem que está
noiva que ama ir ao cinema e sonha com os atores, seu pai (André Mattos) é
tenente da polícia que trabalha junto com o Cabo Citonho (Tadeu Mello) que
protagoniza as cenas mais engraçadas do filme! Além dele, existem outros
personagens que fazem com que o humor do filme seja digno o bastante para
roubar a cena.
O drama dos dois protagonistas caminha em um rumo complicado, pois Leléu
é um golpista e vive enganando as pessoas, e Lisbela uma garota delicada e
ainda por cima filha de um policial. O romance chega ao auge quando eles
resolvem deixar tudo pra atrás e viver esse amor, mas, como é previsível há
barreiras no caminho e diante disso, os demais personagens mergulham no humor
com situações divertidas ao longo do filme. No entanto, o final de Lisbela e o Prisioneiro é o que não tem
me agradado em especial, me pareceu muito forçado. Mas, isso não tira os
méritos que o filme alcança, e Guel Arraes mandou bem com essa produção. E
agora eu entendo o porquê muitas pessoas falam bem desse filme, pra mim não foi
algo extraordinário, mas eu recomendaria sim para as pessoas que gostam de uma
comédia romântica.
NOTA: 7,5/10
Veja o trailer no vídeo abaixo:
Muito boa critica, faz um balanço do cinema, gostei, acho que nossos filmes são ótimos, mas precisa disso que diz, querer ver como algo bom e descobrir os filmes que são bons! Valeu.
ResponderExcluiré clichê falar mal do cinema brasileiro. parece que para ser respeitado como brasileiro tem que se unir a maioria e criticar o nosso cinema. e é uma forma bem perversa de eliminar uma cultura, não indo vê-la. não conhecendo a sua cultura fica mais fácil ser manipulado. lisbela é uma graça, embora não seja o meu preferido desse lindo estilo. mas amo a personagem da falabella falando com o público. eu demorei muito pra ver cidade de deus. tecnicamente é impressionante. é muito interessante o documentário 10 anos depois. auto da compadecida está entre os grandes filmes do cinema. beijos, pedrita
ResponderExcluir