Nos últimos meses, o cinema sul-coreano tem me
impressionado bastante com suas produções bem originais, e até mesmo as que são
clichês conseguem cumprir um propósito muito diferente dos padrões de
Hollywood. Sobre um filme clichê, mas impressionante na estrutura narrativa
cheia de tensão e desespero, A Gripe foi
dirigido por Kim Sung-soo, sendo lançado em 2013 e obteve um desempenho muito
favorável, apesar de o tema ser bastante abordado em outras produções. O que há
de diferente aqui é o modo como o filme caminha, levando o espectador a sentir-se
na pele dos personagens, nos causando tensão e agonia durante duas horas que
passam muito rápido, sem que percebamos.
Sinopse: Na Coreia do Sul, mas especificamente no subúrbio de
Seul, está passando por uma epidemia devastadora. Byung-woo morre em
decorrência de um vírus desconhecido. No inicio, o vírus não recebe
importância, e a população não se previne. Em pouco tempo, centenas de
moradores da região são atingidas pelo vírus. O caos se instaura. O governo do
país pede isolamento da área. Enquanto isso, um especialista procura o sangue
que será capaz de desenvolver a vacina contra a doença.
Assisti a esse filme no canal Space há uns dias atrás, e
literalmente o filme me prendeu. Tenho uma preferência para filmes que abordam
epidemias, o que talvez seja a explicação para que esta produção coreana tenha
me agradado bastante, pois eu sei que nem todos aprovaram por sua abordagem ser
clichê e previsível. Mas, que isso importa? O filme te deixa tenso? Te faz
tremer as pernas? Consegue parar sua respiração? Consegue libertar seu
sentimento de aflição e desespero, mesmo que o afetado não seja você? A
resposta para todas estas perguntas é sim, quando se trata do filme A Gripe.
A epidemia é introduzida no filme quando um grupo de
imigrantes ilegais chegam à cidade, e um de seus membros se encontra tossindo
muito. E mesmo que no momento, isso não se tenha dado muita atenção, quando
menos esperamos o vírus se espalha de uma forma impressionante. Afetando muitas pessoas e o contágio é inevitável.
As autoridades começam a agir, mas se vê sem alternativa a não ser deixar o
local em quarentena. E as pessoas infectadas são imediatamente separadas das
pessoas sadias, o que gera mais e mais conflitos onde famílias não querem se
separar.
Além de conter cenas fortes, onde famílias se separam,
pessoas morrendo em virtude da doença e o governo desesperado com toda a
situação, o longa ainda nos traz uma possível solução. Uma das pessoas do filme
não é afetada pelo vírus, o que resulta na esperança de um antídoto. Mas como
faria para descobrir essa pessoa, no meio de todo o caos que se instalou na
cidade e que se espalha rapidamente? De fato, é uma das maiores dificuldades de
se fazer, e isso torna o filme bem mais interessante.
Conforme todos os que viram este filme sabem, sejam quem
gostou ou não, o longa é ágil e rápido. E mesmo com os clichês, ele nos repassa
todo o sofrimento e medo que os personagens que compõem o filme sentem.
Particularmente eu adorei o filme, prendeu minha atenção até o final, e eu
gosto quando isso acontece ao assistir algum filme, independente de seu
conteúdo. Mesmo com um tema não tão original, é importante mencionar que o
cinema sul-coreano não se limita apenas a copiar assuntos já abordados. Existem
filmes deles que são tão originais que colocam Hollywood no bolso, como por
exemplo, um que assisti recentemente A Criada, e os filmes clichês como Invasão Zumbi que cumpre sua premissa melhor de muitas produções conhecidas do
gênero. Em resumo, o cinema asiático tem seus méritos e nesse ano irei
explorá-lo ao máximo possível.
NOTA: 8,8/10
Veja o trailer de A
Gripe no vídeo abaixo:
O cinema sul-coreano foi o que mais cresceu em qualidade nos últimos.
ResponderExcluirSão vários dramas, suspenses, policiais até ficção.
Este eu ainda não assisti.
Abraço
Olá Hugo
ExcluirConcordo com você, a qualidade dos filmes do Coreia do Sul tem ganhado um amplo espaço em um curto intervalo de tempo. Até o momento, assisti vários e estou listando outros mais para ver nesse ano. Realmente, confesso que me deparei com cada surpresa boa deles, que fiz questão de mencionar na resenha "coloca Hollywood no bolso", se continuar a produzir mais filmes de qualidade, seria injusto o cinema sul-coreano continuar desconhecido.
Abraço! :)