Quero falar hoje sobre mais
uma relíquia da década de 40 que me agradou muito! The Strange Love of Martha Ivers é o título desta obra-prima do
diretor Lewis Milestone, lançado em 1946. No Brasil, conhecemos este filme como
O Tempo Não Apaga, e contém um elenco
de peso composto por Barbara Stanwick, Van Heflin, Lizabeth Scott, Kirk Douglas
e Judith Anderson.
Sinopse: Casada sem amor com o
promotor de justiça Walter O'Neil, Martha Ivers agora está à frente de um
império comercial na pequena Iverstown, mas seu passado foi violento: dezoito
anos antes, ela acidentalmente matara a tia, que a impedira de fugir com Sam
Masterson, um pobretão que vivia pelas ruas. Agora, Sam está de volta,
andarilho e jogador, e seu caminho cruza-se com o de Toni Marachek, uma jovem
que tem problemas com a polícia. Ao procurar ajuda de Walter, ele desperta
novamente a paixão de Martha, o que resulta em uma espiral de ciúmes,
chantagem, manipulações e morte.
Não é nem preciso destacar o
quanto essa trama pode prender a atenção. Trata-se de um triangulo amoroso que
perdura desde a infância, com segredos entre eles. A história é tão bem
desenvolvida que se você se distrair um pouco, não vai se perder por que a cada
momento, a narrativa faz questão de mencionar aspectos de suma importância. Sem
falar que a tensão aumenta cada vez mais, quando os envolvidos se veem em um
beco sem saída com relação ao incidente ocorrido na infância. Porém, nem tudo é
feito como imaginamos. Nesse sentido, o filme nos traz algumas reviravoltas
surpreendentes e cheias de informações! Sim, quando se trata de um roteiro
muito bem feito, esse é sem sombra de dúvidas o forte desse filme!
O elenco é esplêndido!
Conforme mergulhamos na situação de cada um, é possível sentir o drama que os
torturam por dentro, mesmo que seja um mal entendido ou algo assim. Os
personagens possuem uma personalidade forte, em especial a interpretada por Barbara
Stanwick, que é o pilar de toda a narrativa que se segue, desde os primeiros
segundos até o intrigante desfecho. E falando nele, o final me surpreendeu
muito! Nunca que eu iria imaginar um desfecho tal como acabou sendo. Em minha
opinião, o filme ganha muitos pontos positivos apenas em sua conclusão. Mas,
como já enfatizei, o filme como um todo é sensacional!
Um dos destaques do longa é
o clima pesado entre os três personagens, o casal acredita que Sam queria tirar
vantagem deles sobre o que aconteceu durante suas infâncias, no entanto, mal
eles esperavam que isso não era bem a intenção de Sam, quando este veio a eles
em busca de ajuda. O que se pode ver é que, quem deve teme, mesmo que eles não
tenham total ciência de que seus segredos sejam revelados.
O Tempo Não Apaga deveria ser mais conhecido
do público, assim como filmes atemporais que recebem a admiração e
reconhecimento que merecem. Este filme aqui não deve ficar de fora, embora sua
trama não seja comovente ou que traga algo sempre atual, a façanha está no
roteiro, que para mim foi impecável!
NOTA: 10/10
Como este filme foi lançado
em 1946, ele se encontra em domínio público de acordo com as leis brasileiras. Assista
ao filme completo no vídeo abaixo:
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