O segundo filme de
Bruce Lee conhecido no Brasil como A
Fúria do Dragão foi lançado em 1972 em Hong Kong e dirigido por Lo Wei.
Além de Bruce Lee, o elenco conta com James Tien e Nora Miao, os demais são
basicamente os mesmos atores que participaram do primeiro grande sucesso de
Lee, O Dragão Chinês. E por causa de seu primeiro filme, Bruce já era bastante
conhecido, e que gerou muitas expectativas dos fãs para seu novo filme, e fez
muito sucesso! Em alguns países esse filme é conhecido como Chinese Connection, em português, Conexão Chinesa.
Atenção:
leves spoilers!
A história desse
filme é bem simples e com o tema da vingança. Chen (Bruce Lee) viaja para
Xangai após saber que seu mestre Huo Yuanjia faleceu sob circunstâncias
misteriosas. Desconfiado com as causas da morte, que fora dito que era pneumonia,
Chen acredita que seu mestre foi assassinado. Assim, ele inicia uma
investigação por conta própria. Um filme com belas lutas de um personagem
movido pela raiva. Bruce Lee usa pela primeira vez o famoso nunchaku, dando um verdadeiro show nas
habilidades do kung fu, mas especificamente o seu estilo Jeet Kune Do.
Um problema bastante visível
no filme é a influência japonesa que despreza os chineses. O filme é baseado na
época da década de 20, onde a cidade de Xangai, embora esteja localizado na China,
tinha influência de outros países, entre eles o Japão. É justamente nisso que
Chen suspeita, já que uma escola japonesa rival sempre os provoca, até mesmo
durante o último discurso fúnebre ao mestre chinês falecido. Embora o filme seja
bem melhor que o primeiro, as atuações continuam toscas, se salvando novamente
pelo carisma de Bruce Lee. Fúria do
Dragão aborda acima de tudo, uma rivalidade entre chineses e japoneses,
além de ser o único filme onde Bruce Lee luta com um ódio imenso, muitas das
cenas dão close no seu rosto dominado pela raiva.
O personagem de Bruce
Lee cansado de tanta opressão japonesa chega a ponto de extrapolar as regras do
seu mestre e de sua escola, provocando os rivais para briga. Se bem que em uma
cena, Chen invade a escola japonesa para devolver um quadro que fora dado pelos
rivais, insultando os chineses. O protagonista desafia qualquer lutador da
escola, o que resulta em uma bela sequência de luta entre Chen e todos os
alunos da escola japonesa. Uma cena muito bem filmada, onde em um certo
momento, Bruce Lee puxa seu nunchaku, e
espanca todos os japoneses que estão ali. Ele mostra uma facilidade imensa ao
movimentar a arma de uma mão para outra com muita rapidez. Vale destacar que
nessa cena, um dos lutadores japoneses era Jackie Chan que trabalhava como
dublê.
O filme mostra, entre
outras coisas, uma guerra de escolas. A escola japonesa demonstra orgulho e não
aceita que outra escola seja melhor que a deles, principalmente quando se trata
de uma escola chinesa. Ao descobrirem as habilidades de Chen, que era
considerado o melhor lutador do dojo rival, os japoneses se aliam com a máfia e
também com o consulado japonês para deter Chen, pois este estava descobrindo a
verdadeira causa da morte de seu mestre. E em uma de suas descobertas, Chen
percebeu que havia um tipo de infiltração dos japoneses na escola chinesa, e
ele foi o único a descobrir isso.
Falando sobre o
preconceito contra os chineses, tem uma cena que chega a ser revoltante. Chen tenta entrar em um parque, mas
é impedido pelo porteiro que aponta uma placa onde dizia: “Proibido cachorros e chineses!”. E para complicar, o preconceito dos
japoneses vai ao extremo quando um deles chega para Chen e diz que se ele
imitar um cachorro ele pode entrar no parque. Furioso, Chen surra os
provocadores e ainda quebra a placa com seu famoso chute. Uma cena memorável!
Em contrapartida, o filme peca no desenrolar da história, chega a ser um pouco
cansativo, em especial pelas interpretações amadoras de diversos personagens.
Porém, há um pouco de humor no filme, principalmente quando vemos Bruce Lee
disfarçado de velhinho, fazendo uma investigação e estudo da área onde ele ia
agir para dar o inicio a sua vingança.
É triste saber que
após esse, Bruce Lee só iria fazer mais dois filmes, além de outro que ficou
inacabado. E mesmo seus filmes não seja grande coisa comparado com os de hoje,
leve em conta a sua época, também na questão de qualidade técnica ou a falta de
boas atuações, mesmo com todos os defeitos, o astro conquistou o mundo em pouco
tempo, e se tornaria um ícone das artes marciais, o principal responsável pela
popularização do gênero no Ocidente, abrindo as portas de Hollywood para
estrelas orientais, entre eles Jackie Chan e Jet Li.
NOTA: 7,8/10
Veja o trailer no
vídeo abaixo:
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