terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

VIDA (2017)

 


Dirigido por Daniel Espinosa, Vida é um thriller de ficção científica que mistura elementos de horror e suspense para narrar uma história claustrofóbica ambientada no espaço. Embora traga uma premissa promissora e ecos de clássicos como Alien (1979), o filme acaba sendo ofuscado por suas convenções genéricas e previsibilidade, apesar de seu elenco de peso e estética visual competente.

A trama acompanha uma equipe de cientistas a bordo da Estação Espacial Internacional que descobre uma forma de vida alienígena — batizada de Calvin — originária de Marte. Inicialmente celebrada como um marco científico, a criatura rapidamente se transforma em uma ameaça letal, forçando os personagens a lutarem pela sobrevivência enquanto tentam impedir que o organismo alcance a Terra.

O filme se beneficia de uma direção sólida e de uma atmosfera sufocante que aproveita ao máximo os corredores apertados e o ambiente zero-gravidade da estação espacial. O design da criatura, especialmente em seus estágios iniciais, é intrigante e transmite uma combinação de beleza e perigo. No entanto, à medida que Calvin se torna mais monstruoso, perde parte de sua complexidade visual, assumindo o papel de um predador genérico.

O elenco, liderado por Jake Gyllenhaal, Rebecca Ferguson e Ryan Reynolds, entrega performances competentes, mas os personagens carecem de profundidade e desenvolvimento. Suas motivações e histórias pessoais são pouco exploradas, tornando difícil para o público se conectar emocionalmente com eles. Isso enfraquece o impacto das mortes e do terror que permeiam a narrativa.

Tecnicamente, Vida é impressionante. A cinematografia captura o isolamento do espaço de maneira eficaz, enquanto os efeitos visuais dão vida (literalmente) ao alienígena de forma convincente. A trilha sonora ajuda a construir a tensão, embora em alguns momentos pareça mais intrusiva do que necessária. 

Onde o filme tropeça é em sua originalidade. Muitas das reviravoltas e situações de perigo parecem recicladas de outros filmes do gênero, o que diminui o impacto de suas cenas mais intensas. O desfecho, apesar de ousado, pode ser previsto por espectadores mais atentos e, embora tenha mérito por subverter expectativas, não é executado com a força emocional que poderia ter.

Em resumo, Vida é um thriller de ficção científica competente, mas limitado. Ele entretém com sua tensão constante e estética bem trabalhada, mas carece de identidade própria e profundidade emocional para se destacar em um gênero tão competitivo. É um filme que cumpre sua função de divertir, mas dificilmente será lembrado como um marco da ficção científica. 

NOTA: 6,5/10

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