Dirigido por Daniel Espinosa, Vida é um thriller de ficção científica que mistura elementos de horror e suspense para narrar uma história claustrofóbica ambientada no espaço. Embora traga uma premissa promissora e ecos de clássicos como Alien (1979), o filme acaba sendo ofuscado por suas convenções genéricas e previsibilidade, apesar de seu elenco de peso e estética visual competente.
A trama
acompanha uma equipe de cientistas a bordo da Estação Espacial Internacional
que descobre uma forma de vida alienígena — batizada de Calvin — originária de
Marte. Inicialmente celebrada como um marco científico, a criatura rapidamente
se transforma em uma ameaça letal, forçando os personagens a lutarem pela
sobrevivência enquanto tentam impedir que o organismo alcance a Terra.
O filme se
beneficia de uma direção sólida e de uma atmosfera sufocante que aproveita ao
máximo os corredores apertados e o ambiente zero-gravidade da estação espacial.
O design da criatura, especialmente em seus estágios iniciais, é intrigante e
transmite uma combinação de beleza e perigo. No entanto, à medida que Calvin se
torna mais monstruoso, perde parte de sua complexidade visual, assumindo o
papel de um predador genérico.
O elenco,
liderado por Jake Gyllenhaal, Rebecca Ferguson e Ryan Reynolds, entrega
performances competentes, mas os personagens carecem de profundidade e
desenvolvimento. Suas motivações e histórias pessoais são pouco exploradas,
tornando difícil para o público se conectar emocionalmente com eles. Isso
enfraquece o impacto das mortes e do terror que permeiam a narrativa.
Tecnicamente, Vida é impressionante. A cinematografia captura o isolamento do espaço de maneira eficaz, enquanto os efeitos visuais dão vida (literalmente) ao alienígena de forma convincente. A trilha sonora ajuda a construir a tensão, embora em alguns momentos pareça mais intrusiva do que necessária.
Onde o filme
tropeça é em sua originalidade. Muitas das reviravoltas e situações de perigo
parecem recicladas de outros filmes do gênero, o que diminui o impacto de suas
cenas mais intensas. O desfecho, apesar de ousado, pode ser previsto por
espectadores mais atentos e, embora tenha mérito por subverter expectativas,
não é executado com a força emocional que poderia ter.
Em resumo, Vida é um thriller de ficção científica competente, mas limitado. Ele entretém com sua tensão constante e estética bem trabalhada, mas carece de identidade própria e profundidade emocional para se destacar em um gênero tão competitivo. É um filme que cumpre sua função de divertir, mas dificilmente será lembrado como um marco da ficção científica.
NOTA: 6,5/10
Nenhum comentário:
Postar um comentário