segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

A PEQUENA ÓRFÃ - 1935

 


A Pequena Órfã, título original Curly Top, dirigido por Irving Cummings e estrelado por Shirley Temple, é um dos filmes que consolidou a atriz mirim como um ícone do cinema da década de 1930. Este musical familiar combina o carisma irresistível de Temple com uma narrativa simples e calorosa, oferecendo uma experiência nostálgica e emocional para os espectadores.

Na história, Shirley Temple interpreta Elizabeth Blair, uma menina órfã cheia de energia, talento e charme, que vive em um orfanato ao lado de sua irmã mais velha, Mary (Rochelle Hudson). A vida das duas irmãs muda quando Edward Morgan (John Boles), um filantropo rico e benevolente, se encanta pela alegria de Elizabeth e decide adotá-las, levando-as para sua luxuosa mansão. No entanto, o filme não se limita à adoção: ele explora também o relacionamento crescente entre Edward e Mary, criando um enredo que mistura romance, comédia e drama.

O maior trunfo de Curly Top é, sem dúvida, Shirley Temple. Sua atuação é cheia de carisma e naturalidade, e suas performances musicais, incluindo a inesquecível "Animal Crackers in My Soup", são vibrantes e adoráveis. Temple domina a tela com sua presença, trazendo uma energia contagiante que é difícil de resistir.

A direção de Irving Cummings é competente, mas segue uma fórmula bastante previsível para os padrões da época. Ele se apoia fortemente no talento de Temple para carregar o filme, enquanto os outros elementos, como o romance entre Mary e Edward, acabam ficando em segundo plano. John Boles entrega uma atuação charmosa como Edward, mas seu personagem é idealizado e um tanto superficial, funcionando mais como um arquétipo do "bom samaritano" do que como uma figura complexa.

Visualmente, o filme é impecável para a época. Os cenários luxuosos e a direção de arte refletem o contraste entre a vida no orfanato e o mundo privilegiado de Edward, sublinhando a transformação que Elizabeth e Mary vivenciam. A trilha sonora, com suas músicas leves e cativantes, é perfeitamente integrada à narrativa, reforçando o tom otimista e caloroso da produção.

No entanto, a narrativa é simplista e, em alguns momentos, cai em sentimentalismos que podem parecer excessivos para o público contemporâneo. Além disso, algumas situações apresentam dinâmicas sociais e familiares que, hoje, podem ser interpretadas como datadas ou ingênuas.

Ainda assim, Curly Top cumpre o que promete: é um filme feito para encantar e entreter. Ele captura a essência da estrela que foi Shirley Temple, oferecendo um lembrete do papel crucial que ela desempenhou em trazer otimismo a um público em tempos de crise econômica.

NOTA: 7/10

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