Derivada de Diários de um Vampiro, Os Originais estreou em 2013 com a promessa de expandir o universo sobrenatural de Mystic Falls, desta vez com foco nos primeiros vampiros da história. Ambientada em Nova Orleans, a série acompanha Klaus Mikaelson (Joseph Morgan), seus irmãos Elijah (Daniel Gillies) e Rebekah (Claire Holt), e a luta pela supremacia em uma cidade repleta de vampiros, bruxas e lobisomens. Com uma atmosfera mais sombria e madura, a série conquistou seu espaço ao construir uma narrativa que vai além do entretenimento adolescente de sua antecessora.
A maior força de Os Originais está em seu núcleo principal de personagens. Klaus, Elijah e Rebekah carregam traumas e rivalidades milenares, mas também compartilham uma devoção inquebrável à família, resumida no lema "Sempre e para sempre". Essas dinâmicas familiares, frequentemente abaladas por traições e sacrifícios, criam uma complexidade emocional que se destaca em cada episódio.
A ambientação de Nova Orleans é outro destaque. A cidade, com sua rica história cultural e seu ar místico, funciona quase como um personagem próprio. A trama explora rivalidades entre facções sobrenaturais — vampiros, bruxas e lobisomens — que disputam o controle da cidade, criando um ambiente de tensão constante.
Apesar de sua qualidade geral, Os Originais por vezes peca por se apoiar em conflitos repetitivos. Klaus, enquanto personagem central, é frequentemente retratado como alguém incapaz de aprender com seus erros, o que pode frustrar o público. Além disso, algumas temporadas enfrentam problemas de ritmo, com tramas secundárias que se arrastam ou não chegam a uma resolução satisfatória.
A série também sofre com a necessidade de balancear um elenco extenso. Enquanto personagens como Marcel (Charles Michael Davis) e Hayley (Phoebe Tonkin) ganham arcos ricos e bem explorados, outros, como Freya Mikaelson (Riley Voelkel), nem sempre recebem o mesmo nível de atenção, especialmente em relação a seu impacto emocional na narrativa.
Um dos arcos mais impactantes de Os Originais é o nascimento de Hope Mikaelson, a filha híbrida de Klaus e Hayley. Hope representa não apenas uma nova era para os Mikaelson, mas também um ponto de esperança para Klaus, que luta para se tornar um pai digno de sua filha. Esse conflito interno adiciona profundidade ao personagem, especialmente nas temporadas posteriores.
Outro momento marcante ocorre na terceira temporada, quando os Mikaelson enfrentam a profecia de que "um amigo, um inimigo e uma família" os destruirão. A trama eleva as apostas, levando à morte de personagens queridos e a uma separação forçada da família. O sacrifício final de Klaus e Elijah na última temporada, para garantir a segurança de Hope, é um desfecho emocional e poderoso, encapsulando o tema central da série: o amor e o sacrifício familiar.
Um aspecto particularmente interessante é a forma como a série conecta seus temas sobrenaturais com questões humanas. A luta por poder em Nova Orleans reflete os próprios dilemas dos Mikaelson, que enfrentam as consequências de seus erros e as limitações de sua imortalidade. É um lembrete constante de que, mesmo vivendo para sempre, suas escolhas têm um peso irreversível.
Embora Os Originais não tenha alcançado o mesmo nível de popularidade que Diários de um Vampiro, a série conseguiu construir uma base sólida de fãs e deixou um legado significativo. Sua exploração de temas maduros, combinada com um tom mais sombrio, tornou a série um marco entre os dramas sobrenaturais. Além disso, Hope Mikaelson se tornou a protagonista de Legacies, o segundo spin-off da franquia, demonstrando o impacto duradouro dos Mikaelson no universo de The Vampire Diaries.
Os Originais é uma série que combina intrigas sobrenaturais com profundos dramas familiares, resultando em uma experiência rica e emocionalmente envolvente. Apesar de alguns tropeços narrativos, a força de seus personagens e a atmosfera única de Nova Orleans fazem dela uma produção memorável. Para quem busca um drama sobrenatural mais maduro e intenso, Os Originais é uma escolha indispensável.
NOTA: 8/10
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