Um dos maiores filmes da história do cinema, seja pelo sucesso de
bilheteria quanto à recepção do público e também a imortalidade que leva os
mesmos efeitos por várias gerações, vencedor de dez Oscar e uma aclamação geral
da crítica especializada, E o Vento Levou, título original Gone
With the Wind, é um filme que foi lançado em 1939 dirigido por Victor Fleming e é uma adaptação homônima de escrita por
Margaret Mitchell. O filme se ambienta no sul estadunidense no século XIX, na
época da Guerra de Secessão. O filme é estrelado por Viven Leigh (1913-1967),
Clark Gable (1901-1960), Leslie Howard (1893-1943), Hattie McDaniel (1895-1952)
e Olivia de Havilland. É um elenco de peso, e por isso devido ao bom desempenho
deles, a aclamação do filme se tornou ainda maior.
Acredito que para assistir esse filme, a pessoa tem que estar bem
preparada. Por que não é só simplesmente assistir o filme, entender o que ali
se passa e pronto, bem longe disso, E o Vento Levou vai muito além do que uma simples história. O filme é uma
verdadeira aula de cinema e adaptação. Também
a longa duração pode parecer cansativa, me refiro há 238 minutos, é mole? E
falando nisso, foi esse aspecto que me fez adiar tanto esse filme, assim como
também por achar que seria um “novelão”. Mas não é nada disso.
O longa tem uma duração bastante longa por que é necessário, a história
de romance é tão completa que é quase impossível encurta-la, e pra quem admira
as maravilhas da sétima arte, isso não é problema nenhum, sem falar que esses
238 minutos passa que você não percebe. E sobre ser um “novelão”, há quem diga
que as novelas se originaram aqui, por que em quase todas elas abordam temas
românticos em meio a muitos conflitos, que são parecidíssimos com o que vemos
em E
o Vento Levou, mas achar que
por parecer uma novela, não é um filme digno de ser assistido, é uma tolice
muito grande.
Depois que vi o filme, tal suposição foi totalmente esquecida, e
considero mais importante é ver o quão fantástica é essa adaptação e depois de
analisar cada segmento, atuações, cenários, figurinos, levar em conta a época
histórica em que se passa, é praticamente impossível não ficar maravilhado com
esta obra. Por outro lado, sei que há pessoas que não gostaram tanto, o acharam
muito superestimado. E nesse caso, cada um com sua opinião e devemos respeitar.
Todavia, por experiência própria e como admirador desse filme, só eu sei como
foi a sensação que tive depois de ter conferido, assim como todos aqueles que
aclamam esse clássico com muito entusiasmo.
Em primeiro lugar, me encantei ao ver Viven Leigh em cena, afinal quem
também não a admira? O filme gira completamente em torno de sua personagem, a
famosíssima Scarlett O’Hara, que é uma jovem de temperamento forte e o centro
das atenções dos marmanjos (óbvio né), e que nutre secretamente uma paixão pelo
noivo de sua prima. A história caminha nessa linha narrativa sobre uma mulher
apaixonada por alguém que não a corresponde dos mesmos sentimentos, enfrentando
a partir disso, conflitos amorosos e desilusões. O que além de gerar desconforto,
também culmina em possíveis relações amorosas com outros homens, mesmo quando
não se considera apaixonada por nenhum, a não ser aquele que já está
comprometido.
Em segundo lugar, o filme faz contraste desse clima romântico com uma
guerra civil devastadora, que afeta todos naquela região. Quando o filme começa
a mostrar as mudanças que a guerra causa, dividindo os maridos das esposas, é aí
que começa a acelerar o ritmo, porém, sem perder o drama romântico que perdura
entre os personagens, mesmo diante de tanta violência. Entretanto, quando
tragédias passam a acontecer, as disputas amorosas vão ficando de lado, fazendo
com que um cuide do outro.
O filme é dividido em duas partes, onde na primeira narra os eventos que
antecedem a guerra e o inicio dela, e a segunda narra os eventos que sucedem
após várias tragédias causadas no confronto. E mesmo que Scarlett seja a
protagonista mais explorada, há também outro personagem que divide quase que
igualmente a tela; estou falando também do famoso Rhett Butler, que é
interpretado magistralmente por Clark Gable. Ele também é um protagonista, e
sua participação na trama ocorre quase que por acaso após cruzar o caminho de
Scarlett, mesmo sem intenção. O seu desenvolvimento, embora seja diferente de
Scarlett, é bastante útil no que se refere a sua personalidade, ele é um
personagem que servirá como provação em diversas situações retratadas no filme.
Por isso que agora eu entendo que a dupla Gable e Leigh é muito lembrada e em
alguns casos, são citados como exemplo. Butler como o galanteador que não perde
uma, e Scarlett a mulher que hipnotiza qualquer homem.
Falando mais um pouco da personagem de Vivien Leigh, embora seu
temperamento apresentado no filme possa parecer um tanto feminista, é justo
levar em conta que sua maneira de enxergar as coisas em sua volta e por dar
importância à família em momentos de desespero, torna a sua personagem bastante
profunda e carismática. Entendemos também que a personagem Scarlett O’Hara é
bastante complicada e que exigia o máximo da atriz, tanto pelas emoções quanto
pela personalidade rude. Ao pesquisar mais sobre ela, constatei que houve mais
de 1400 atrizes que foram entrevistadas e muitas delas fizeram testes para o
papel, deve ter sido difícil ter escolhido, pois havia tantas atrizes de muito
talento naquela época que sem dúvida fariam uma Scarlett tão bem quanto Leigh,
mas depois de ver o filme, fica difícil imaginar outra atriz interpretando-a.
E o Vento Levou é um
clássico épico e histórico, e que deve ser visto por todo cinéfilo pelo menos
uma vez. A importância desse filme é tão grande, que mesmo hoje 79 anos depois
continua tendo o mesmo efeito. Literalmente, é um filme que não envelhece, não
importa o tempo que passe. Algumas pessoas o consideram como o “melhor filme de
todos os tempos”, eu não posso partilhar dessa opinião por que não me sinto bem
em exaltar filmes que são de fato obras-primas, em relação a outros que também
são obras-primas, mas entendo perfeitamente a aclamação maior por este filme
que marcou época.
NOTA: 10/10
Veja o trailer no vídeo abaixo:
eu tenho muito afetivo por esse filme. minha mãe disse que é um filme para ver na telona. então quando teve uma série em homenagem ela me levou. era um dos seus filmes preferidos. então sou apaixonada. e me marcou muito ver mesmo na telona. tenho o dvd aqui. adorei o post. bela homenagem, ótimo texto. minha mãe teria gostado. beijos, pedrita
ResponderExcluirObrigado Pedrita, pelo belo comentário!
ExcluirÉ um drama colossal em todos os sentidos.
ResponderExcluirAbraço
Sim Hugo, é gigantesco. E a longa duração ainda contribui para isso. rs
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