sábado, 24 de março de 2018

E O VENTO LEVOU


Um dos maiores filmes da história do cinema, seja pelo sucesso de bilheteria quanto à recepção do público e também a imortalidade que leva os mesmos efeitos por várias gerações, vencedor de dez Oscar e uma aclamação geral da crítica especializada, E o Vento Levou, título original Gone With the Wind, é um filme que foi lançado em 1939 dirigido por Victor Fleming e é uma adaptação homônima de escrita por Margaret Mitchell. O filme se ambienta no sul estadunidense no século XIX, na época da Guerra de Secessão. O filme é estrelado por Viven Leigh (1913-1967), Clark Gable (1901-1960), Leslie Howard (1893-1943), Hattie McDaniel (1895-1952) e Olivia de Havilland. É um elenco de peso, e por isso devido ao bom desempenho deles, a aclamação do filme se tornou ainda maior.


Acredito que para assistir esse filme, a pessoa tem que estar bem preparada. Por que não é só simplesmente assistir o filme, entender o que ali se passa e pronto, bem longe disso, E o Vento Levou vai muito além do que uma simples história. O filme é uma verdadeira aula de cinema e adaptação. Também a longa duração pode parecer cansativa, me refiro há 238 minutos, é mole? E falando nisso, foi esse aspecto que me fez adiar tanto esse filme, assim como também por achar que seria um “novelão”. Mas não é nada disso.

O longa tem uma duração bastante longa por que é necessário, a história de romance é tão completa que é quase impossível encurta-la, e pra quem admira as maravilhas da sétima arte, isso não é problema nenhum, sem falar que esses 238 minutos passa que você não percebe. E sobre ser um “novelão”, há quem diga que as novelas se originaram aqui, por que em quase todas elas abordam temas românticos em meio a muitos conflitos, que são parecidíssimos com o que vemos em E o Vento Levou, mas achar que por parecer uma novela, não é um filme digno de ser assistido, é uma tolice muito grande.


Depois que vi o filme, tal suposição foi totalmente esquecida, e considero mais importante é ver o quão fantástica é essa adaptação e depois de analisar cada segmento, atuações, cenários, figurinos, levar em conta a época histórica em que se passa, é praticamente impossível não ficar maravilhado com esta obra. Por outro lado, sei que há pessoas que não gostaram tanto, o acharam muito superestimado. E nesse caso, cada um com sua opinião e devemos respeitar. Todavia, por experiência própria e como admirador desse filme, só eu sei como foi a sensação que tive depois de ter conferido, assim como todos aqueles que aclamam esse clássico com muito entusiasmo.

Em primeiro lugar, me encantei ao ver Viven Leigh em cena, afinal quem também não a admira? O filme gira completamente em torno de sua personagem, a famosíssima Scarlett O’Hara, que é uma jovem de temperamento forte e o centro das atenções dos marmanjos (óbvio né), e que nutre secretamente uma paixão pelo noivo de sua prima. A história caminha nessa linha narrativa sobre uma mulher apaixonada por alguém que não a corresponde dos mesmos sentimentos, enfrentando a partir disso, conflitos amorosos e desilusões. O que além de gerar desconforto, também culmina em possíveis relações amorosas com outros homens, mesmo quando não se considera apaixonada por nenhum, a não ser aquele que já está comprometido.


Em segundo lugar, o filme faz contraste desse clima romântico com uma guerra civil devastadora, que afeta todos naquela região. Quando o filme começa a mostrar as mudanças que a guerra causa, dividindo os maridos das esposas, é aí que começa a acelerar o ritmo, porém, sem perder o drama romântico que perdura entre os personagens, mesmo diante de tanta violência. Entretanto, quando tragédias passam a acontecer, as disputas amorosas vão ficando de lado, fazendo com que um cuide do outro.

O filme é dividido em duas partes, onde na primeira narra os eventos que antecedem a guerra e o inicio dela, e a segunda narra os eventos que sucedem após várias tragédias causadas no confronto. E mesmo que Scarlett seja a protagonista mais explorada, há também outro personagem que divide quase que igualmente a tela; estou falando também do famoso Rhett Butler, que é interpretado magistralmente por Clark Gable. Ele também é um protagonista, e sua participação na trama ocorre quase que por acaso após cruzar o caminho de Scarlett, mesmo sem intenção. O seu desenvolvimento, embora seja diferente de Scarlett, é bastante útil no que se refere a sua personalidade, ele é um personagem que servirá como provação em diversas situações retratadas no filme. Por isso que agora eu entendo que a dupla Gable e Leigh é muito lembrada e em alguns casos, são citados como exemplo. Butler como o galanteador que não perde uma, e Scarlett a mulher que hipnotiza qualquer homem.


Falando mais um pouco da personagem de Vivien Leigh, embora seu temperamento apresentado no filme possa parecer um tanto feminista, é justo levar em conta que sua maneira de enxergar as coisas em sua volta e por dar importância à família em momentos de desespero, torna a sua personagem bastante profunda e carismática. Entendemos também que a personagem Scarlett O’Hara é bastante complicada e que exigia o máximo da atriz, tanto pelas emoções quanto pela personalidade rude. Ao pesquisar mais sobre ela, constatei que houve mais de 1400 atrizes que foram entrevistadas e muitas delas fizeram testes para o papel, deve ter sido difícil ter escolhido, pois havia tantas atrizes de muito talento naquela época que sem dúvida fariam uma Scarlett tão bem quanto Leigh, mas depois de ver o filme, fica difícil imaginar outra atriz interpretando-a.

E o Vento Levou é um clássico épico e histórico, e que deve ser visto por todo cinéfilo pelo menos uma vez. A importância desse filme é tão grande, que mesmo hoje 79 anos depois continua tendo o mesmo efeito. Literalmente, é um filme que não envelhece, não importa o tempo que passe. Algumas pessoas o consideram como o “melhor filme de todos os tempos”, eu não posso partilhar dessa opinião por que não me sinto bem em exaltar filmes que são de fato obras-primas, em relação a outros que também são obras-primas, mas entendo perfeitamente a aclamação maior por este filme que marcou época. 

NOTA: 10/10

Veja o trailer no vídeo abaixo:

4 comentários:

  1. eu tenho muito afetivo por esse filme. minha mãe disse que é um filme para ver na telona. então quando teve uma série em homenagem ela me levou. era um dos seus filmes preferidos. então sou apaixonada. e me marcou muito ver mesmo na telona. tenho o dvd aqui. adorei o post. bela homenagem, ótimo texto. minha mãe teria gostado. beijos, pedrita

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  2. É um drama colossal em todos os sentidos.

    Abraço

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    1. Sim Hugo, é gigantesco. E a longa duração ainda contribui para isso. rs

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