A sequência da obra-prima O Poderoso Chefão foi lançada em 1974 e
manteve logicamente a mesma singularidade do anterior, com exceção de alguns
aspectos como flashbacks e mudança de
situação. Mudança? Sim, a parte 2 mostrará o declínio de Michael Corleone como
chefe da máfia, e não apenas em seus negócios, mas também em sua família.
Novamente dirigido por Francis Ford Coppola, o filme é estrelado por Al Pacino,
Robert Duvall, Diane Keaton e Robert De Niro.
Poderoso
Chefão: Parte 2 venceu seis categorias do Oscar: Melhor Filme, Melhor
Diretor (Coppola), Melhor Ator Coadjuvante (De Niro), Melhor Roteiro Adaptado,
Melhor Direção de Arte e Melhor Trilha Sonora. Vale mencionar que foi a
primeira sequência a ganhar na categoria de Melhor Filme. Assim como o
anterior, esse filme é aclamado pela crítica e pelo público, considerado um dos
maiores filmes de todos os tempos.
O filme se resume no seguinte: três anos após
os acontecimentos da primeira parte da saga da família Corleone, que terminou
em 1955, o filme nos conta duas histórias paralelas. A primeira é a continuação
do primeiro filme. Michael (Al Pacino) está mais maduro e ousado no controle da
família, e os Corleones tentam expandir seu império atuando na costa oeste dos
Estados Unidos. Paralelamente, o filme apresenta toda a infância e a mocidade
de Vito Andolini, que mais tarde seria conhecido como Don Vito Corleone. Após a
máfia local matar sua família, o jovem Vito (Roberto De Niro) foge de sua
cidade na Siclília e vai para a América. Já adulto, em Little Italy, Vito luta
para ganhar vida, seja por meios legais ou ilegais, para manter sua esposa e
filhos. Com o tempo, seu poderio aumenta a ponto de ter autoridade sobre muitas
pessoas. Mas, para ele a sua família sempre foi o mais importante.
Do outro lado, temos o legado de família que
são controlados pelo Caçula Michael. Ele planejava fazer, por qualquer meio
necessário, incursões em Las Vegas e Havana, instalando negócios ligados ao
lazer, mas descobre que aliados estão tentando mata-lo. Crescentemente paranoico,
ele também descobre que seu casamento acabou por causa de sua ambição e como se
não bastasse, o seu irmão Fredo (John Cazale) o traiu. E ainda por cima ele
tenta escapar de uma acusação federal.
Esse segundo filme manteve o nível visto no
primeiro. Desenvolvimento impecável, narrativa segura e conduzida com maestria
e isso quando conta duas histórias em diferentes épocas. A trilha sonora é
magistral e as atuações dispensam comentários. Em resumo, O Poderoso Chefão: Parte 2 faz o que poucos filmes no cinema conseguem
que é entre outras coisas se igualar ao primeiro e em alguns aspectos superam. Sim,
é um filme que merece todo crédito e admiração, particularmente eu aprecio a
trilha sonora e atuações, principalmente de Al Pacino.
E um feito impressionante que não só este
filme consegue fazer, como os demais da trilogia é criar emoções no espectador
que são capazes de despertar sentimentos que porventura não criaríamos no
dia-a-dia comum, no que se refere à questão do crime. Por que lamentar a queda
de algo que é baseado em crimes hediondos? Isso é feito através do poderoso
desenvolvimento dos personagens que compõe o filme, não obstante, se não fosse
isso muito provavelmente torcíamos para que a família Corleone desmoronasse sem
dó nem piedade.
Uma das coisas mais intrigantes vista em O Poderoso Chefão 2, é a mudança que
acontece em Michael Corleone, tanto na sua forma de se comportar como a maneira
de enxergar as coisas. Toda aquela personalidade e moralidade pelo bem da
família e o conserto dos negócios de seu pai se tornam com o tempo algo vazio e
incapaz de ser discernido. Em vez de ser um padrinho bom e até melhor do que
seu pai, Michael perde todos os seus valores e fica com a mancha de alguém
bruto e impugnante que não consegue nem mesmo controlar seu olhar perverso.
O maior impacto é ver o seu casamento com Kay
ir por água abaixo por conta de suas atitudes egoístas. Vale mencionar a cena
em que ela conversa com Michael contando que quer ir embora com as crianças, e
mesmo que inicialmente Michael demonstre ser uma pessoa compassiva que entende
a mentalidade de sua esposa quando esta acaba de perder um filho, ele muda de
expressão quando ela faz uma revelação inesperada sobre essa perda, algo que transforma
o seu olhar que até então estava calmo em um olhar fulminante que o faz partir
para uma agressão de grande impacto! Essa cena é memorável graças ao desempenho
de Al Pacino e Diane Keaton, que encantam os olhos dos espectadores com suas
interpretações formidáveis e dignas de admiração! E isso sem mencionar a cena em que Kay vai visitar os filhos e Michael fecha a porta na cara dela.
Em contrapartida, tudo na vida atual de
Michael tem o seu contraste com os flashbacks
da vida de seu pai. Robert De Niro não fica nem um pouco atrás quando se
trata de atuar, o Vito Corleone jovem é um espetáculo de desenvolvimento,
marcado com sua ascensão e posteriormente sua família bem sucedida. Sua vida
contada em detalhes nos mostra mais uma vez o talento do diretor em conduzir
duas tramas diferentes sem que se percam uma na outra. De modo que assistir a
esse filme é uma experiência fascinante e assim como primeiro filme é, por esse
e outros motivos, recomendo que vejam essa famosa trilogia que marcou época na
história da sétima arte.
NOTA: 10/10
Veja o trailer no vídeo abaixo:
esses filmes são muito impressionantes. obra de arte. acho linda a caixa comemorativa de dvds. beijos, pedrita
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