Um dos clássicos do final dos anos noventa é
sem dúvida o drama Clube da Luta, título
original Fight Club, dirigido por
David Fincher e estrelado por Brad Pitt e Edward Norton. Durante seu
lançamento, o sucesso nas bilheterias não foi como o esperado, porém, o filme
chegou a ser um dos mais comentados daquele ano. Hoje em dia, este filme é
cultuado por uma legião de fãs, além de ser muito bem visto pela crítica. Sua
trama é complexa e imprevisível, o que durante a narrativa somos expostos a uma
série de acontecimentos que rodeiam o protagonista, e nos direciona a uma
espécie de reflexão sobre o que temos e o que gostaríamos de ter. Sem teorizar
demais, irei resumidamente expor o meu ponto de vista sobre o filme.
Edward Norton interpreta um protagonista
anônimo, sem nenhuma identificação sobre si mesmo, sabemos apenas que ele é um
homem comum que está descontente com o seu trabalho de classe média na
sociedade americana. Ele sofre de insônia e consequentemente sua saúde mental
vai ficando cada vez mais fraca. Solitário e sem nenhuma companhia, ele passa
seu tempo livre comprando roupas e peças de decoração. Depois de passar muito
tempo com seu problema de insônia, ele procura um médico, e este por sua vez, o
aconselha a frequentar grupos de apoio.
Nessas reuniões, ele passa a se incomodar com
a presença de Marla Singer, uma misteriosa mulher que sempre aparece fumando no
final da sala. Brad Pitt interpreta um sujeito cujo nome é Tyler Durden, que o
protagonista anônimo acaba conhecendo durante um voo. Tyler é um fabricante de
sabonetes e que seu jeito acaba intrigando o personagem de Norton. Depois de um
incidente envolvendo seu apartamento, o narrador anônimo se encontra com Tyler
e juntos formam o Clube da Luta, e consequentemente isto atrai diversos homens
que vão para lá, não para competirem um com o outro, mas para espalhar atos de
vandalismo pela cidade. As lutas são apenas uma maneira para que eles se sintam
vivos perante à sociedade opressora.
À medida que o filme caminha, a personalidade
do protagonista anônimo vai apresentando uma série de perturbações em relação a
sua pessoa, a de Tyler Durden e a da mulher Marla Singer (aqui interpretada
pela atriz Helena Bonham Carter). Não vou revelar o que de fato acontece
durante o filme envolvendo esses dois homens, mas garanto que é uma surpresa
daquelas. Mesmo antes do plot twist, o filme nos deixa algumas pistas pelo
caminho, só que é muito difícil perceber em primeiro momento. O lado
psicológico do personagem é exposto de uma forma incrível, entendemos a partir
daí algumas alegorias sobre o estilo de vida que ele levava com desprazer. O
filme deixa uma reflexão sobre nós mesmos e sobre o que temos ou gostaríamos de
ter. O filme ensina também que ás vezes a nossa mente nos pregam peças,
dependendo da situação que encontramos, podemos nos deparar falando sozinhos.
Clube
da Luta é um filme que não se pode digerir facilmente. Há inúmeros simbolismos
envolvidos nesta trama muito admirada pelos críticos. Alguns fãs criaram suas
teorias a respeito, enfim, é um filme que deixa a cargo do espectador diversas
interpretações. Porém, aqui não estamos focando tais teorias, e sim o que vemos
no filme e o que pode talvez significar. Deixo claro, entretanto, que qualquer
pessoa pode criar sua interpretação, independentemente se esta é igual ou
diferente das demais.
Ao rever este filme, eu não pude deixar de
notar uma pequena semelhança com o que acontece no filme brasileiro Menos Que Nada, embora este longa
nacional se foque no problema mental da esquizofrenia de uma maneira explícita;
em Clube da Luta, tal correlação é
muito clara mesmo que o caso de doença mental não seja o foco em questão. O
desfecho de Fight Club pode ter
acabado de uma forma bem vaga, mas sua mensagem é tida como o principal aspecto
que o diretor David Fincher preferiu colocar na trama. Vale destacar que Clube da Luta é baseado no romance
homônimo de Chuck Palahniuk publicado em 1996.
Mesmo tendo entendido a mensagem do filme, eu
sinto que há algumas informações que preciso captar em uma outra oportunidade
que vou reservar para assisti-lo. Contudo, eu me incomodei com a longa duração
do filme, e se caso você não esteja muito interessado pelo que está
acontecendo, sem dúvida alguma, a pessoa dorme facilmente. Portanto, assistir
ao filme Clube da Luta é sim uma
experiência e tanto, todavia, esteja 100% interessado pelo conteúdo do filme,
acredito que só assim a pessoa conseguirá discernir o recado que o filme nos
repassa.
NOTA: 8,8/10
Veja o trailer no vídeo abaixo:
Nenhum comentário:
Postar um comentário