Quando comecei a assistir filmes que aborda temas que envolvem a
educação das pessoas, em especial os jovens, eu passei a ter um grande apreço
por essa temática, na qual considero de suma importância. Recentemente, eu
assisti ao filme Mentes Perigosas (1995) que
aborda esse tema de uma forma bastante interessante e motivadora. Não irei
falar desse filme aqui, ele está reservado para outra ocasião, por que agora
quero chamar atenção para o filme Escritores
da Liberdade lançado em 2007, que possui uma trama parecidíssima com o
filme de 1995 já mencionado, inclusive eu até achava que se tratava da mesma
história verídica, na qual foi baseada. Mas, eu sei que são histórias
diferentes, mas a essência de cada uma é a mesma, no que se refere à educação
de jovens problemáticos.
Escritores da Liberdade, título original Freedom Writers foi dirigido por Richard LaGravenese, e é estrelado
por Hilary Swank. O filme vai contar a história de uma dedicada professora chamada Erin que vai trabalhar em uma escola dividida
por raças, e que sua turma de alunos é composta por adolescentes que convivem no submundo da violência e das drogas. Ela tenta inspirá-los a acreditarem em si mesmos e a
atingirem o sucesso, pois estão prestes a serem reprovados. O que torna
esse filme forte é que ele é inspirado nos eventos reais relatados pelo livro The Freedom Writers
Diaries, baseado nos relatos
da professora Erin Gruwell e seus diversos alunos.
A professora Erin se vê diante de um imenso e pesado
obstáculo após receber uma turma, digamos assim, da pesada. Onde a maioria dos
jovens possui um comportamento bruto, e em alguns casos, pode ser considerado
hostil para a professora, pois muitos deles a consideram como uma representante
do domínio dos brancos no país, o que sem dúvida, gera revolta em alguns alunos
que sofrem preconceito. Convenhamos enfatizar que, nos Estados Unidos, o
racismo é algo preocupante, então temos aqui um realismo forte envolvido nessa
história.
E para piorar, Erin não tem apoio de ninguém da direção
da escola, até mesmo eles consideram aquela classe em especial, como jovens sem
nenhuma solução. E isso começa a causar desconforto na professora, que não
desiste de dar o melhor para seus alunos, mesmo que eles não estejam lá muito
interessados em suas aulas. O maior desafio de Erin é prender a atenção dos
jovens, e ela tenta de todas as formas, e mesmo fracassando na maioria delas, a
professora não desiste. Ela consegue através de sua profissão, ser um perfeito
exemplo de força de vontade e de nunca desistir de seus objetivos. E isso vai
aos poucos amolecendo o coração de alguns dos jovens de sua classe, que passam
a enxerga-la como uma pessoa disposta a ajuda-los.
Mesmo com toda a oposição dos oficiais da escola, Erin
passa a utilizar diferentes métodos para conquistar seus alunos e a que surtiu
efeito foi quando ela abre a oportunidade para que cada um deles escreva sobre
suas vidas, como uma forma de serem ouvidos. Esse filme mostra o outro lado da
moeda que muitos preferem não enxergar, e de fato, a dedicação de Erin em
renunciar regras de trabalho, até mesmo deixar de lado algumas de suas tarefas
pessoais, para poder mergulhar na vida de seus alunos como uma auxiliadora de problemas
foi o que a fez enxergar um mundo obscuro, no qual vários dos jovens viviam
suas vidas.
A simpatia da professora conquista aqueles jovens
brigões e moças arrogantes, que agora são vistos como gente civilizada em sala
de aula, ainda que problemas pessoais perdurem em suas rotinas. O legal é que a
empatia da professora é tida como uma fonte de consolo e compreensão pelos
jovens. E com isso, a brilhante atuação da talentosa Hilary Swank é o que tem feito com que o
drama fosse forte, não deixando nada interferir na essência do filme. Uma
grande atuação que encanta e nos prende, e os jovens que interpretam os
alunos possuem uma boa sintonia com Hilary, no inicio tem o desprezo pela
professora e depois passam a ter amor e carinho por ela.
Um detalhe interessante e que acho importante mencionar é que a educação
que se tem em uma escola pode muito bem interferir na vida de uma criança ou
jovem. No Brasil, por exemplo, existem professores dedicados e que se interessam
realmente pelo desempenho escolar e a educação de seus alunos, mas também há
aqueles que se consideram professores, mas que não estão exercendo sua
profissão com o devido cuidado e dedicação. Alguns só estão nesse ramo por
causa do dinheiro; seus alunos, não importa para eles se estão bem ou mau, não
interessa. Ou seja, aqueles por quem os professores estão responsáveis por
educar, ensinar, acompanhar o desempenho de cada um, são muitas vezes jogados
de um lado para o outro, sem o consentimento de como estão suas notas,
melhorias ou pontos a melhorar.
No caso do filme, Erin recebe aleatoriamente uma turma, por quem os
outros professores haviam desistido deles. Resumindo, são jovens destroçados pela
sociedade e que nem mesmo a escola se esforçou em melhorar o comportamento
deles ou ajudá-los em seus problemas pessoais, não que isso justifique qualquer tipo de vandalismo ou crime cometido por essas pessoas, mas é de total responsabilidade do Estado em tentar educa-los da melhor maneira, se após isso o jovem continuar com sua vida de antes, aí já é problema dele. Por isso, o filme critica não só o racismo, mas também a falta de
dedicação que profissionais tem para educar, e por mais que haja jovens
problemáticos e aparentemente impossíveis de disciplinar, esse filme consegue
mostrar que com dedicação e paciência se pode chegar a algum lugar, tem até um
ditado popular que fala muito a verdade: “Insista,
persista, mas não desista!” Isso é o que os educadores têm que fazer, mesmo
em casos difíceis, afinal, se chegou até a profissão de educador é por que tem
essa capacidade.
Mas, mesmo com todos estes temas importantes que são brilhantemente
abordados no filme, a segregação social é o principal tema a ser discutido. Não
só nos Estados Unidos, mas em várias partes do mundo sofrem com esse tipo de
problema, e não se limita apenas na cor da pele, mas também na classe social
que divide os ricos e os pobres. Escritores
da Liberdade é um grande filme e altamente recomendável! Com sua mensagem por
trás, além do drama vivido pelos personagens, o filme ainda opta por situações
divertidas e descontraídas, tornando a produção muito agradável de assistir.
NOTA: 9,5/10
Veja o trailer no vídeo abaixo:
É uma história extremamente sensível. A cena de maior destaque é a conversa dos jovens com a senhora austríaca que deu abrigo a Anne Frank na Segunda Guerra.
ResponderExcluirAbraço