domingo, 27 de maio de 2018

ESCRITORES DA LIBERDADE


Quando comecei a assistir filmes que aborda temas que envolvem a educação das pessoas, em especial os jovens, eu passei a ter um grande apreço por essa temática, na qual considero de suma importância. Recentemente, eu assisti ao filme Mentes Perigosas (1995) que aborda esse tema de uma forma bastante interessante e motivadora. Não irei falar desse filme aqui, ele está reservado para outra ocasião, por que agora quero chamar atenção para o filme Escritores da Liberdade lançado em 2007, que possui uma trama parecidíssima com o filme de 1995 já mencionado, inclusive eu até achava que se tratava da mesma história verídica, na qual foi baseada. Mas, eu sei que são histórias diferentes, mas a essência de cada uma é a mesma, no que se refere à educação de jovens problemáticos.

Escritores da Liberdade, título original Freedom Writers foi dirigido por Richard LaGravenese, e é estrelado por Hilary Swank. O filme vai contar a história de uma dedicada professora chamada Erin que vai trabalhar em uma escola dividida por raças, e que sua turma de alunos é composta por adolescentes que convivem no submundo da violência e das drogas. Ela tenta inspirá-los a acreditarem em si mesmos e a atingirem o sucesso, pois estão prestes a serem reprovados. O que torna esse filme forte é que ele é inspirado nos eventos reais relatados pelo livro The Freedom Writers Diaries, baseado nos relatos da professora Erin Gruwell e seus diversos alunos.


A professora Erin se vê diante de um imenso e pesado obstáculo após receber uma turma, digamos assim, da pesada. Onde a maioria dos jovens possui um comportamento bruto, e em alguns casos, pode ser considerado hostil para a professora, pois muitos deles a consideram como uma representante do domínio dos brancos no país, o que sem dúvida, gera revolta em alguns alunos que sofrem preconceito. Convenhamos enfatizar que, nos Estados Unidos, o racismo é algo preocupante, então temos aqui um realismo forte envolvido nessa história.

E para piorar, Erin não tem apoio de ninguém da direção da escola, até mesmo eles consideram aquela classe em especial, como jovens sem nenhuma solução. E isso começa a causar desconforto na professora, que não desiste de dar o melhor para seus alunos, mesmo que eles não estejam lá muito interessados em suas aulas. O maior desafio de Erin é prender a atenção dos jovens, e ela tenta de todas as formas, e mesmo fracassando na maioria delas, a professora não desiste. Ela consegue através de sua profissão, ser um perfeito exemplo de força de vontade e de nunca desistir de seus objetivos. E isso vai aos poucos amolecendo o coração de alguns dos jovens de sua classe, que passam a enxerga-la como uma pessoa disposta a ajuda-los.

Mesmo com toda a oposição dos oficiais da escola, Erin passa a utilizar diferentes métodos para conquistar seus alunos e a que surtiu efeito foi quando ela abre a oportunidade para que cada um deles escreva sobre suas vidas, como uma forma de serem ouvidos. Esse filme mostra o outro lado da moeda que muitos preferem não enxergar, e de fato, a dedicação de Erin em renunciar regras de trabalho, até mesmo deixar de lado algumas de suas tarefas pessoais, para poder mergulhar na vida de seus alunos como uma auxiliadora de problemas foi o que a fez enxergar um mundo obscuro, no qual vários dos jovens viviam suas vidas.


A simpatia da professora conquista aqueles jovens brigões e moças arrogantes, que agora são vistos como gente civilizada em sala de aula, ainda que problemas pessoais perdurem em suas rotinas. O legal é que a empatia da professora é tida como uma fonte de consolo e compreensão pelos jovens. E com isso, a brilhante atuação da talentosa Hilary Swank é o que tem feito com que o drama fosse forte, não deixando nada interferir na essência do filme. Uma grande atuação que encanta e nos prende, e os jovens que interpretam os alunos possuem uma boa sintonia com Hilary, no inicio tem o desprezo pela professora e depois passam a ter amor e carinho por ela.

Um detalhe interessante e que acho importante mencionar é que a educação que se tem em uma escola pode muito bem interferir na vida de uma criança ou jovem. No Brasil, por exemplo, existem professores dedicados e que se interessam realmente pelo desempenho escolar e a educação de seus alunos, mas também há aqueles que se consideram professores, mas que não estão exercendo sua profissão com o devido cuidado e dedicação. Alguns só estão nesse ramo por causa do dinheiro; seus alunos, não importa para eles se estão bem ou mau, não interessa. Ou seja, aqueles por quem os professores estão responsáveis por educar, ensinar, acompanhar o desempenho de cada um, são muitas vezes jogados de um lado para o outro, sem o consentimento de como estão suas notas, melhorias ou pontos a melhorar.


No caso do filme, Erin recebe aleatoriamente uma turma, por quem os outros professores haviam desistido deles. Resumindo, são jovens destroçados pela sociedade e que nem mesmo a escola se esforçou em melhorar o comportamento deles ou ajudá-los em seus problemas pessoais, não que isso justifique qualquer tipo de vandalismo ou crime cometido por essas pessoas, mas é de total responsabilidade do Estado em tentar educa-los da melhor maneira, se após isso o jovem continuar com sua vida de antes, aí já é problema dele. Por isso, o filme critica não só o racismo, mas também a falta de dedicação que profissionais tem para educar, e por mais que haja jovens problemáticos e aparentemente impossíveis de disciplinar, esse filme consegue mostrar que com dedicação e paciência se pode chegar a algum lugar, tem até um ditado popular que fala muito a verdade: “Insista, persista, mas não desista!” Isso é o que os educadores têm que fazer, mesmo em casos difíceis, afinal, se chegou até a profissão de educador é por que tem essa capacidade.

Mas, mesmo com todos estes temas importantes que são brilhantemente abordados no filme, a segregação social é o principal tema a ser discutido. Não só nos Estados Unidos, mas em várias partes do mundo sofrem com esse tipo de problema, e não se limita apenas na cor da pele, mas também na classe social que divide os ricos e os pobres. Escritores da Liberdade é um grande filme e altamente recomendável! Com sua mensagem por trás, além do drama vivido pelos personagens, o filme ainda opta por situações divertidas e descontraídas, tornando a produção muito agradável de assistir. 

NOTA: 9,5/10

Veja o trailer no vídeo abaixo:

Um comentário:

  1. É uma história extremamente sensível. A cena de maior destaque é a conversa dos jovens com a senhora austríaca que deu abrigo a Anne Frank na Segunda Guerra.

    Abraço

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