A Netflix tenta apostar em filmes de terror,
mas em sua grande maioria (para alguns todas as produções originais) falham
drasticamente, decepcionando o público. Eu mesmo já vi inúmeras produções originais
da Netflix e muitas delas se tornaram um verdadeiro fiasco. Porém, eu acho que
há algumas exceções, e o filme Eli,
lançado em outubro de 2019 é um
deles. Calma! Eu não vou elogiar o filme, pois eu terminei bem desapontado, mas
há alguns detalhes que vale a pena discutirmos.
O protagonista que dá nome ao filme é um
menino que possui uma doença altamente severa que, basicamente, o torna
alérgico a tudo. Por isso, sua vida é muito restrita, vivendo confinado em um ambiente
de plástico, e para sair, ele usa um traje que o isola do mundo exterior. Seus pais
tentam desesperadamente curá-lo e, o levam para uma casa remota, onde uma
médica garante a solução para o problema. Lá começa a ser feito uma série de
procedimentos dolorosos e estranhos que levantam a questão de quais seriam suas
reais intenções.
Esse filme foi dirigido por Ciarán Foy, que
conduz a narrativa elevando seus mistérios no decorrer da projeção. Ainda que
abuse de clichês do gênero, Eli se
sobressai prendendo a atenção do espectador ao passo que o tratamento do garoto
vai tomando proporções cada vez mais suspeitas, por parte da equipe médica
comandada pela personagem de Lily Taylor. O filme reúne pistas sobre como será
o desfecho, porém, certos elementos não se encaixam no resultado final, e esse
aspecto foi o que gerou mais revolta da parte do público, pois se sentiram
enganados de uma forma muito banal e incoerente.
De todos no elenco, apenas a atuação do
menino Charlie Shotwell merece ser destacada, afinal, ele é o principal responsável
por manter a nossa atenção no filme, pois ele se vê em situações estranhas e
cada vez mais assustadoras. E falando nisso, as aparições sobrenaturais
conseguem nos assustar, mas não se trata de nada que não tenhamos visto antes.
No entanto, o filme possui boas fórmulas eficientes para o gênero onde, por
exemplo, a aparição aparece e some, aparece e some e, de repente está bem em
cima de você. Todavia, o impacto não é tão grande e não demora muito para que
voltemos à narrativa principal do filme que gira em torno do misterioso
tratamento de Eli.
Agora, o principal motivo para que eu ficasse
decepcionado com esse filme foi a forma como ele terminou. Deixando muitas
pontas soltas e a reviravolta final não teve correlação nenhuma com tudo que o
filme apresentou e, sobretudo, a motivação dos pais de Eli em toda aquela
situação do filho. Nem mesmo aquela garota que conversa com Eli do lado de fora
da casa, deu indícios claros quanto ao conteúdo do roteiro. Não encaixou, ficou
incoerente e nos entregou uma série de interrogações que faz alguns até mesmo
considerarem uma perda total de tempo! No meu caso, o que me fez não considerar
o filme como péssimo, foi justamente a atmosfera sombria e eficaz que perdura
na maior parte do filme, o que até mesmo posso dizer que rendeu uma boa
experiência, apesar do desapontamento final.
Eli é um filme que poderia
ser muito melhor se o roteiro trabalhasse com mais coesão aos seus elementos
então apresentados no decorrer da trama, e não tentar surpreender de uma forma
tão medíocre que fica difícil defender a obra. E vale lembrar que o tipo de
filme que surpreende, é um dos meus estilos favoritos, com a ressalva, é claro,
de que seja feito com coerência.
NOTA: 6/10
Assista ao filme Eli na Netflix.
Veja o trailer no vídeo abaixo:
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