O Quarto de Jack, título original Room é um filme de drama fascinante e de
extrema importância assistir, seja por amor ao cinema ou para fins acadêmicos,
como para quem estuda psicologia. O tema desse filme tem tudo a ver com essa
área, é altamente delicado e remete aos mais profundos sentimentos como
solidão, convivência, amor por um filho e aborda também a questão de se adaptar
a um novo ambiente. Esse longa-metragem de 118 minutos de duração foi lançado
em 2015 e teve uma direção brilhante de Lenny Abrahamson. Room é baseado no livro de mesmo nome, cuja autora Emma Donoghue
assina o roteiro do filme.
O Quarto de Jack é estrelado pelo pequeno e
talentosíssimo Jacob Tremblay (protagonista do filme Extraordinário) e a brilhante Brie Larson, esta que acabou vencendo
o Oscar de Melhor Atriz. Além disso, o filme recebeu mais três indicações:
Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Adaptado. E não foi apenas o
Oscar, O Quarto de Jack foi premiado
no Globo de Ouro e BAFTA. Essas premiações em especial foram graças ao
desempenho formidável da atriz Brie Larson, que convenhamos, deu um show de
interpretação!
O filme conta a extraordinária história de Jack (Jacob
Tremblay), um espirituoso garoto de 5 anos que é cuidado por Ma (Brie Larson),
sua mãe amorosa e devotada. Como qualquer boa mãe, Ma dedica-se a manter Jack
feliz e seguro, nutrindo-o com carinho e amor fazendo coisas típicas como jogar
jogos e contar histórias. Mas, sua vida é tudo menos típica – eles estão
presos, confinados em um espaço de 10 por 10 pés que Ma eufemisticamente chamou
de “O Quarto de Jack”. Ma criou todo
um universo para Jack, e ela não hesitará em garantir que, mesmo nesse ambiente
traiçoeiro, Jack seja capaz de viver uma vida completa e satisfatória. Mas, à
medida que a curiosidade do garoto sobre sua situação cresce, e a resistência
de Ma atinge seu ponto de ruptura, eles promulgam um arriscado plano de fuga.
Na verdade, Ma havia sido sequestrada aos 17 anos e ela
passou todo esse tempo em cativeiro a mercê do sequestrador, que a abusava
sexualmente, o que acabou em resultar no garoto protagonista do filme. E isso
dura anos, o menino cresce no cativeiro e como uma forma de ocultar a real
situação, sua mãe conta histórias, como que o mundo é limitado apenas ao quarto
e que fora dele existe o espaço. Também o garoto acreditava que o sequestrador,
que sempre entrava no quarto para deixar comida, água e roupa, era um mágico
que criava as coisas para eles e que as pessoas que aparecem na televisão não
eram reais.
Mas, quando o menino chega a uma certa idade que já
dava para ter um pouco de discernimento, sua mãe lhe revela tudo. E qual a
reação de Jack? Ele não acreditava e passava a chamar sua mãe de mentirosa.
Veja só: o menino estava tão acostumado com seu pequeno mundo que se recusava a
acreditar que aquele quarto era apenas uma minúscula parte do imenso universo
do qual sua mãe falava agora. Mas, após convencê-lo, eles conseguem articular
um plano para escapar, e acontece com êxito. Só que nessa parte, há um detalhe
interessante a chamar atenção: Jack ficou imensamente assustado ao ver pela
primeira vez as árvores, o céu imenso, pessoas diferentes, animais, etc. Dava
pra imaginar que a mente do garoto travou ao se confrontar com uma variedade de
coisas novas, as quais ele nunca imaginaria que existiam.
Após se livrarem do cativeiro em segurança, tudo
parecia que iria ser felicidade e uma vida normal. Negativo! Lembra que eu
disse que os estudantes de psicologia devem assistir a esse filme? Pois é, Jack
teria de se adaptar a um mundo completamente novo, e com o tempo, ele vai
conseguindo nutrir afeto por sua avó, que o ajuda de todas as formas. Mas, o
inesperado acontece com Ma, ela não conseguia mais endireitar suas trilhas
depois de ter ficado presa por mais de sete anos. O estresse emocional é enorme
que ela estava quase ficando louca! E para piorar a situação, o caso de seu
cativeiro havia ficado famoso a ponto da imprensa começar a colocar pressão
para que ela responda uma série de perguntas a respeito do que tinha
acontecido, e a gota d’água vinha com perguntas um tanto tendenciosas em
relação a opção que ela escolheu para seu filho, que foi cria-lo no cativeiro
contando histórias fictícias para ocultar a real trágica situação deles. Nisso,
os entrevistadores a acusam de destruir a infância de Jack. Como vocês acham
que ela se sentiria com isso?
Dentro desse contexto direcionado a questão do comportamento
e a dificuldade em se adaptar, O Quarto
de Jack traz um tema aberto a discussões, reflexões e principalmente lições
a se aprender. E tudo isso seria impossível se não fossem as atuações de Jacob
e Brie. Em poucas palavras, esse filme me surpreendeu, além de mesclar
situações dramáticas e sensíveis, o filme diverte em alguns momentos iniciais,
nos dando um conforto básico e preparatório para o que viria logo em seguida.
Mas, ainda assim O
Quarto de Jack não é um filme perfeito. Em minha modesta opinião, faltou
desenvolver um pouco da relação entre Ma e seu pai, que aparentava estar
incomodado com a presença de Jack, e que isso deixava sua filha completamente fora
de si, como se não bastasse todo o inferno que ela passou durante os anos em
que esteve em cativeiro. Assim sendo, se você não viu ainda O Quarto de Jack, programa-se
imediatamente para assistir, e que com muita atenção você sentirá a agonia de
estar preso e terminará emocionado em poder ver que embora tenhamos
dificuldades em determinadas situações, poderemos vencer qualquer obstáculo se
assim não desistimos de lutar.
NOTA: 8,4/10
Veja o trailer no vídeo abaixo:
Assisti este filme. Emocionante.
ResponderExcluirque filme difícil. e pensar que muitas famílias vivem nessas condições, várias vezes aparecem cativeiros, às vezes da mesma família, onde o pai prende os filhos e os filhos que tem com os filhos. a criança acredita no q é apresentado a ela. tanto q crianças q veem muita violência em casa acha que é assim, que todas as famílias são assim. comentei aqui https://mataharie007.blogspot.com/2017/02/o-quarto-de-jack.html
ResponderExcluirÉ um dos grandes filmes dos últimos anos.
ResponderExcluirAs interpretações de Brie Larson e Jacob Tremblay são sensíveis e perfeitas.
Abraço