“O filme dos sonhos”. É dessa forma que muitos fãs
enxergam o filme A Origem de
Christopher Nolan, que mais uma vez surpreende os fãs da sétima arte com suas
produções cinematográficas que marcam época. Sem dúvidas, A Origem será considerado um clássico do cinema nas próximas
gerações. O filme foi lançado em 2010, sendo escrito, produzido e dirigido por Nolan,
e é estrelado por Leonardo DiCaprio, Ellen Page e Joseph Gordon-Levitt. O filme
foi indicado a oito Oscar incluindo Melhor Filme, e venceu quatro categorias:
Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som, Melhor Fotografia e Melhores
Efeitos Visuais.
Sinopse: Em um mundo onde é
possível entrar na mente humana, Cobb (Leonardo DiCaprio) está entre os
melhores na arte de roubar segredos valiosos do inconsciente, durante o estado
de sono. Além disto, ele é um fugitivo, pois está impedido de retornar aos
Estados Unidos devido à morte de Mal (Marion Cotillard). Desesperado para rever
seus filhos, Cobb aceita a ousada missão proposta por Saito (Ken Watanabe), um
empresário japonês: entrar na mente de Richard Fischer (Cillian Murphy), o
herdeiro de um império econômico, e plantar a ideia de desmembrá-lo. Para
realizar este feito ele conta com a ajuda do parceiro Arthur (Joseph
Gordon-Levitt), a inexperiente arquiteta de sonhos Ariadne (Ellen Page) e Eames
(Tom Hardy), que consegue se disfarçar de forma precisa no mundo dos sonhos.
Observação para quem não viu o filme:
quando eu digo nesse texto que os personagens do filme mergulham
em vários sonhos, significa que é um sonho dentro de outro sonho. Para
exemplificar, imagine que você está sonhando sentado em um parque, e nesse
parque você acaba dormindo e sonha assistindo filme no cinema. Aqui você tem
dois sonhos, o que você está no parque e o que você está no cinema. Só que o
sonho do cinema surge a partir do momento em que você dorme no parque. Os
níveis de sonhos do filme acontecem exatamente dessa forma.
Eu poderia caracterizar esse filme como um daqueles
complexos, pois eu precisei assistir duas vezes para poder entender a mensagem
geral que ele repassa. A ideia de Nolan em abordar sonhos é extremamente
interessante, por que nosso subconsciente projeta situações quando estamos, por
assim dizer, desligados. O filme aborda esse assunto de uma maneira tão bem
feita, que mesmo com toda a complexidade que tem, não encontramos nenhuma
incoerência. Os personagens principais do filme são como um grupo de ladrões,
que roubam informações ao penetrar no subconsciente de suas vítimas. É claro
que tudo isso é surreal demais, no entanto, o modo como a trama se desenrola
torna-se tão real que queríamos muito poder fazer como eles.
O evento central do filme é quando Cobb e Arthur são
abordados por um de seus clientes, Sr. Saito para realizar o procedimento com o
filho do dono de uma empresa concorrente, Robert Fischer, o intuito disso é que
ele feche a empresa do pai que estava morrendo. No entanto, a equipe de Cobb acaba
se deparando com uma situação muito difícil, pois o procedimento passa a ser o
inverso da extração, sendo chamada de inserção, e para ter êxito, eles precisam
penetrar bem fundo na mente da vítima, fazendo com que mergulhem em vários
níveis de sonhos para se aproximar do subconsciente, e antes disso, Cobb havia
contratado uma arquiteta Ariadne, que criará todo o ambiente dos sonhos.
Porém, Cobb enfrenta um dilema familiar que aconteceu no
passado, e essa luta interna acontece durante todo o filme, que muitas vezes o
afeta e impede de realizar seu trabalho de uma forma segura. As características
envolvendo sonhos no filme são magníficas, pois o que acontece na vida real
enquanto se esta dormindo, a mente faz com que tal acontecimento seja
incorporado dentro do sonho. Por exemplo, em uma das melhores cenas do filme na
parte em que eles mergulham em vários sonhos, em que a duração de tempo em
ambos difere muito. No primeiro sonho, eles estão em uma van sendo perseguidos,
e apenas o motorista está acordado, o restante mergulham em um segundo sonho no
hotel, onde apenas Arthur permanece acordado, e é nessa cena em que é acionado
de uma forma espetacular o que estava ocorrendo com a van (no primeiro sonho),
o carro começa a capotar, e no hotel onde Arthur estava acordado começa a girar
em até 360°, fazendo com que ele corra pelas paredes e pelo teto. Uma cena sensacional
misturada com movimentos da câmera de uma maneira impecável!
Outra cena que merece destaque pela sua fotografia está
na criação do ambiente que o personagem está sonhando, Ariadne, por exemplo, em
uma cena ela cria o ambiente da cidade de onde vive, fazendo com que as ruas se
tornem paredes e tetos, sendo possível caminhar através deles. E outro detalhe
que merece atenção está na maneira que faz a pessoa acordar, sendo chamada de “chute”,
é a sensação de queda que sentimos nos sonhos que fazem nosso coração disparar
acordando-o em seguida. Tudo isso é mencionado e utilizado com precisão nesse
filme.
A Origem é realmente uma produção divina, uma obra de arte sem
igual, e que merece toda a admiração dos cinéfilos! Nolan já havia mostrado
talento com outras grandes obras, tais como Batman: O Cavaleiro das Trevas, e dirigir novamente outra obra-prima e mais uma vez
usando um elenco fortíssimo, não poderia deixar de ser um grande filme. Para alguns,
esse filme foi fácil de entender, já para outros, o longa foi bem complexo e
necessitou ver mais de uma vez para entender, e eu me encaixo nessa segunda
categoria. E se você ainda não assistiu A
Origem, corra imediatamente para ver.
NOTA: 10/10
Veja o trailer no vídeo abaixo:
O DiCaprio deveria ter ganhado o Oscar de Melhor Ator por causa desse filme. Que mundo injusto. rs
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