terça-feira, 10 de outubro de 2017

A ORIGEM (2010)


“O filme dos sonhos”. É dessa forma que muitos fãs enxergam o filme A Origem de Christopher Nolan, que mais uma vez surpreende os fãs da sétima arte com suas produções cinematográficas que marcam época. Sem dúvidas, A Origem será considerado um clássico do cinema nas próximas gerações. O filme foi lançado em 2010, sendo escrito, produzido e dirigido por Nolan, e é estrelado por Leonardo DiCaprio, Ellen Page e Joseph Gordon-Levitt. O filme foi indicado a oito Oscar incluindo Melhor Filme, e venceu quatro categorias: Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som, Melhor Fotografia e Melhores Efeitos Visuais.

Sinopse: Em um mundo onde é possível entrar na mente humana, Cobb (Leonardo DiCaprio) está entre os melhores na arte de roubar segredos valiosos do inconsciente, durante o estado de sono. Além disto, ele é um fugitivo, pois está impedido de retornar aos Estados Unidos devido à morte de Mal (Marion Cotillard). Desesperado para rever seus filhos, Cobb aceita a ousada missão proposta por Saito (Ken Watanabe), um empresário japonês: entrar na mente de Richard Fischer (Cillian Murphy), o herdeiro de um império econômico, e plantar a ideia de desmembrá-lo. Para realizar este feito ele conta com a ajuda do parceiro Arthur (Joseph Gordon-Levitt), a inexperiente arquiteta de sonhos Ariadne (Ellen Page) e Eames (Tom Hardy), que consegue se disfarçar de forma precisa no mundo dos sonhos.

Observação para quem não viu o filme: quando eu digo nesse texto que os personagens do filme mergulham em vários sonhos, significa que é um sonho dentro de outro sonho. Para exemplificar, imagine que você está sonhando sentado em um parque, e nesse parque você acaba dormindo e sonha assistindo filme no cinema. Aqui você tem dois sonhos, o que você está no parque e o que você está no cinema. Só que o sonho do cinema surge a partir do momento em que você dorme no parque. Os níveis de sonhos do filme acontecem exatamente dessa forma.

Eu poderia caracterizar esse filme como um daqueles complexos, pois eu precisei assistir duas vezes para poder entender a mensagem geral que ele repassa. A ideia de Nolan em abordar sonhos é extremamente interessante, por que nosso subconsciente projeta situações quando estamos, por assim dizer, desligados. O filme aborda esse assunto de uma maneira tão bem feita, que mesmo com toda a complexidade que tem, não encontramos nenhuma incoerência. Os personagens principais do filme são como um grupo de ladrões, que roubam informações ao penetrar no subconsciente de suas vítimas. É claro que tudo isso é surreal demais, no entanto, o modo como a trama se desenrola torna-se tão real que queríamos muito poder fazer como eles.

O evento central do filme é quando Cobb e Arthur são abordados por um de seus clientes, Sr. Saito para realizar o procedimento com o filho do dono de uma empresa concorrente, Robert Fischer, o intuito disso é que ele feche a empresa do pai que estava morrendo. No entanto, a equipe de Cobb acaba se deparando com uma situação muito difícil, pois o procedimento passa a ser o inverso da extração, sendo chamada de inserção, e para ter êxito, eles precisam penetrar bem fundo na mente da vítima, fazendo com que mergulhem em vários níveis de sonhos para se aproximar do subconsciente, e antes disso, Cobb havia contratado uma arquiteta Ariadne, que criará todo o ambiente dos sonhos.

Porém, Cobb enfrenta um dilema familiar que aconteceu no passado, e essa luta interna acontece durante todo o filme, que muitas vezes o afeta e impede de realizar seu trabalho de uma forma segura. As características envolvendo sonhos no filme são magníficas, pois o que acontece na vida real enquanto se esta dormindo, a mente faz com que tal acontecimento seja incorporado dentro do sonho. Por exemplo, em uma das melhores cenas do filme na parte em que eles mergulham em vários sonhos, em que a duração de tempo em ambos difere muito. No primeiro sonho, eles estão em uma van sendo perseguidos, e apenas o motorista está acordado, o restante mergulham em um segundo sonho no hotel, onde apenas Arthur permanece acordado, e é nessa cena em que é acionado de uma forma espetacular o que estava ocorrendo com a van (no primeiro sonho), o carro começa a capotar, e no hotel onde Arthur estava acordado começa a girar em até 360°, fazendo com que ele corra pelas paredes e pelo teto. Uma cena sensacional misturada com movimentos da câmera de uma maneira impecável!

Outra cena que merece destaque pela sua fotografia está na criação do ambiente que o personagem está sonhando, Ariadne, por exemplo, em uma cena ela cria o ambiente da cidade de onde vive, fazendo com que as ruas se tornem paredes e tetos, sendo possível caminhar através deles. E outro detalhe que merece atenção está na maneira que faz a pessoa acordar, sendo chamada de “chute”, é a sensação de queda que sentimos nos sonhos que fazem nosso coração disparar acordando-o em seguida. Tudo isso é mencionado e utilizado com precisão nesse filme.

A Origem é realmente uma produção divina, uma obra de arte sem igual, e que merece toda a admiração dos cinéfilos! Nolan já havia mostrado talento com outras grandes obras, tais como Batman: O Cavaleiro das Trevas, e dirigir novamente outra obra-prima e mais uma vez usando um elenco fortíssimo, não poderia deixar de ser um grande filme. Para alguns, esse filme foi fácil de entender, já para outros, o longa foi bem complexo e necessitou ver mais de uma vez para entender, e eu me encaixo nessa segunda categoria. E se você ainda não assistiu A Origem, corra imediatamente para ver. 

NOTA: 10/10

Veja o trailer no vídeo abaixo:

Um comentário:

  1. O DiCaprio deveria ter ganhado o Oscar de Melhor Ator por causa desse filme. Que mundo injusto. rs

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