segunda-feira, 2 de outubro de 2017

SEMPRE AO SEU LADO


Sei que não é o caso da maioria, mas mesmo que você não goste de filmes de drama, acredito que podem existir alguns que serão capazes de te emocionar. Eu por exemplo, sou uma pessoa muito difícil de chorar, até mesmo quando meus pais me castigavam quando eu era criança. Mas se há alguma coisa que me comove, sem dúvidas são os animais (e também situações extremas, óbvio!). Sempre Ao Seu Lado foi um dos filmes que fizeram com que eu rompesse em lágrimas, até mesmo quando não estou assistindo, apenas por pensar no filme. Sua história é tão linda e suave que me fez ter um gosto especial para filmes de drama, o gênero que não mais descarto em hipótese alguma.

Atenção! Texto com spoilers!

Lançado em 2009 e dirigido por Lasse Hallstrom, Sempre Ao Seu Lado é na verdade um remake de um filme japonês de 1987, que nunca foi lançado no Brasil. O filme contava uma história real da lealdade de um cachorro da raça Akita para com seu dono. No remake americano, a história é a mesma, porém com a mudança de ambiente do Japão para os Estados Unidos. O filme é estrelado por Richard Gere, Joan Allen, Sarah Roemer e Jason Alexander.

Sempre Ao Seu Lado é totalmente narrativo, pois no inicio um jovem de nome Ronnie faz uma apresentação na sua classe sobre os heróis pessoais, e sua história seria sobre “Hachiko”, o cão de seu avô. O filme volta no tempo anos antes, contando como um filhote da raça Akita se perde em uma estação de trem e é encontrado pelo seu avô Parker (Richard Gere) que era um professor universitário. E após algumas tentativas de procurar o verdadeiro dono e uma possível adoção do animal, Parker acaba se apegando ao cachorro chegando a brincar com ele durante horas. Sua esposa Cate (Joan Allen) a princípio não aprova a companhia do animal, mas ao perceber como seu marido e ele são felizes juntos, ela decide por aceita-lo como bicho de estimação.

O cachorro é batizado pelo nome de Hachi, que em japonês é o número 8 da “boa sorte”. O filme vai sendo conduzido sem nenhuma apelação, apenas como uma aventura entre o cão e seu dono. Este quando vai trabalhar, o cachorro o acompanha até a estação de trem e quando está perto de voltar, Hachi vai novamente até lá e se senta ali perto a esperando pacientemente pelo seu dono. E essa rotina se repete todos os dias, até que uma tragédia acontece e muda todo o quadro do filme. Durante sua aula, Parker tem um ataque cardíaco fatal e morre. E nesse mesmo dia Hachi, como sempre estava na estação à espera dele, mas dessa vez ele não aparece. Hachi fica a noite toda, deitado na neve por várias horas, até que Michael, filho de Parker vem busca-lo. Mas o cão não se contenta, e foge várias vezes voltando para o mesmo lugar à espera de Parker.

São nesses momentos que o toque dramático do filme ganha força total, emocionando os espectadores, como também os personagens do filme que percebem de longe, a imensa lealdade de Hachi para com seu dono. E isso dura nove anos seguidos até a morte do cachorro. Durante esse tempo, o cão rouba a cena a todo o momento, caminhando pela rua, estação, passando frio, e quando estava sentado no lugar de sempre, alguém que trabalhava ali perto que tinha amizade com Parker dava comida ao cachorro, ele passa a ser o personagem onde o filme se centralizará até o fim. A direção de Lasse Hallstrom é impecável, e mesmo que o filme seja previsível, ele consegue prender a nossa atenção, em especial nessa segunda parte do filme.

Como já dito antes, assistir Sempre Ao Seu Lado é o mesmo que pedir para chorar, mesmo que você se considere forte em segurar as emoções, uma coisa eu digo: quando você menos esperar, já estará chorando sem nem mesmo perceber. E há duas cenas que eu particularmente considero impossível se conter. A primeira é quando já tinha passado anos após a morte de Parker, a sua esposa Cate passou pela estação, ela avista Hachi velho e dolorido, sentado no mesmo lugar, ainda esperando por Parker. Essa foi uma cena que não dava para se segurar, Cate emocionada abraça o cão reconhecendo a lealdade dele. A outra cena está no final, quando o espirito de Parker aparece para Hachi, e este fica tão feliz que pula para abraçar seu dono. É outra cena impossível de se conter!

O amor genuíno e verdadeiro é refletido no filme de uma maneira única e eficaz, a trilha sonora combina com os acontecimentos do longa, sendo apostada em sons de piano, instrumento tocado por Parker, fazendo com que nós nos sentíssemos como o cachorro, levando em conta seus sentimentos. A quem diga que lealdade dos cães é muito maior do que o próprio ser humano. E é por isso que eu admiro os cães amorosos, que sabem o valor da amizade melhor do que qualquer ser vivente.

É mais emocionante ainda saber que o caso de Hachi foi verdadeiro. Isso aconteceu no Japão lá pela década de 20/30. Há inclusive a estátua de Hachiko no exato lugar onde ele passou nove anos a espera do seu dono, em uma bela homenagem a ele. Um grande herói, sem dúvidas. E um exemplo perfeito de lealdade que repassa uma grande lição para nós seres humanos.

Estátua de Hachiko no Japão

NOTA: 10/10

Veja o trailer no vídeo abaixo:

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