Sei que não é o caso da maioria, mas mesmo que você não
goste de filmes de drama, acredito que podem existir alguns que serão capazes
de te emocionar. Eu por exemplo, sou uma pessoa muito difícil de chorar, até
mesmo quando meus pais me castigavam quando eu era criança. Mas se há alguma
coisa que me comove, sem dúvidas são os animais (e também situações extremas,
óbvio!). Sempre Ao Seu Lado foi um
dos filmes que fizeram com que eu rompesse em lágrimas, até mesmo quando não
estou assistindo, apenas por pensar no filme. Sua história é tão linda e suave
que me fez ter um gosto especial para filmes de drama, o gênero que não mais
descarto em hipótese alguma.
Atenção! Texto com spoilers!
Lançado em 2009 e dirigido por Lasse Hallstrom, Sempre Ao Seu Lado é na verdade um
remake de um filme japonês de 1987, que nunca foi lançado no Brasil. O filme
contava uma história real da lealdade de um cachorro da raça Akita para com seu
dono. No remake americano, a história é a mesma, porém com a mudança de
ambiente do Japão para os Estados Unidos. O filme é estrelado por Richard Gere,
Joan Allen, Sarah Roemer e Jason Alexander.
Sempre Ao Seu Lado é totalmente narrativo, pois no inicio um
jovem de nome Ronnie faz uma apresentação na sua classe sobre os heróis
pessoais, e sua história seria sobre “Hachiko”, o cão de seu avô. O filme volta
no tempo anos antes, contando como um filhote da raça Akita se perde em uma
estação de trem e é encontrado pelo seu avô Parker (Richard Gere) que era um
professor universitário. E após algumas tentativas de procurar o verdadeiro
dono e uma possível adoção do animal, Parker acaba se apegando ao cachorro
chegando a brincar com ele durante horas. Sua esposa Cate (Joan Allen) a
princípio não aprova a companhia do animal, mas ao perceber como seu marido e
ele são felizes juntos, ela decide por aceita-lo como bicho de estimação.
O cachorro é batizado pelo nome de Hachi, que em japonês
é o número 8 da “boa sorte”. O filme vai sendo conduzido sem nenhuma apelação,
apenas como uma aventura entre o cão e seu dono. Este quando vai trabalhar, o
cachorro o acompanha até a estação de trem e quando está perto de voltar, Hachi
vai novamente até lá e se senta ali perto a esperando pacientemente pelo seu
dono. E essa rotina se repete todos os dias, até que uma tragédia acontece e
muda todo o quadro do filme. Durante sua aula, Parker tem um ataque cardíaco
fatal e morre. E nesse mesmo dia Hachi, como sempre estava na estação à espera
dele, mas dessa vez ele não aparece. Hachi fica a noite toda, deitado na neve
por várias horas, até que Michael, filho de Parker vem busca-lo. Mas o cão não
se contenta, e foge várias vezes voltando para o mesmo lugar à espera de
Parker.
São nesses momentos que o toque dramático do filme ganha
força total, emocionando os espectadores, como também os personagens do filme
que percebem de longe, a imensa lealdade de Hachi para com seu dono. E isso
dura nove anos seguidos até a morte do cachorro. Durante esse tempo, o cão
rouba a cena a todo o momento, caminhando pela rua, estação, passando frio, e
quando estava sentado no lugar de sempre, alguém que trabalhava ali perto que
tinha amizade com Parker dava comida ao cachorro, ele passa a ser o personagem
onde o filme se centralizará até o fim. A direção de Lasse Hallstrom é
impecável, e mesmo que o filme seja previsível, ele consegue prender a nossa
atenção, em especial nessa segunda parte do filme.
Como já dito antes, assistir Sempre Ao Seu Lado é o mesmo que pedir para chorar, mesmo que você
se considere forte em segurar as emoções, uma coisa eu digo: quando você menos
esperar, já estará chorando sem nem mesmo perceber. E há duas cenas que eu
particularmente considero impossível se conter. A primeira é quando já tinha
passado anos após a morte de Parker, a sua esposa Cate passou pela estação, ela
avista Hachi velho e dolorido, sentado no mesmo lugar, ainda esperando por
Parker. Essa foi uma cena que não dava para se segurar, Cate emocionada abraça
o cão reconhecendo a lealdade dele. A outra cena está no final, quando o
espirito de Parker aparece para Hachi, e este fica tão feliz que pula para
abraçar seu dono. É outra cena impossível de se conter!
O amor genuíno e verdadeiro é refletido no filme de uma
maneira única e eficaz, a trilha sonora combina com os acontecimentos do longa,
sendo apostada em sons de piano, instrumento tocado por Parker, fazendo com que
nós nos sentíssemos como o cachorro, levando em conta seus sentimentos. A quem
diga que lealdade dos cães é muito maior do que o próprio ser humano. E é por
isso que eu admiro os cães amorosos, que sabem o valor da amizade melhor do que
qualquer ser vivente.
É mais emocionante ainda saber que o caso de Hachi foi
verdadeiro. Isso aconteceu no Japão lá pela década de 20/30. Há inclusive a
estátua de Hachiko no exato lugar onde ele passou nove anos a espera do seu
dono, em uma bela homenagem a ele. Um grande herói, sem dúvidas. E um exemplo
perfeito de lealdade que repassa uma grande lição para nós seres humanos.
NOTA: 10/10
Veja o trailer no vídeo abaixo:
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