Durante a Tormenta é o
terceiro filme dirigido por Oriol Paulo, o filme chegou à Netflix em março de
2019, e como é evidente intrigou os espectadores com mais uma história surpreendente,
porém que não apela apenas para investigações policiais. Ao invés disso, o
filme trouxe um tema pouco comum no currículo do diretor, um suspense misturado
com ficção científica. O filme é estrelado por Adriana Ugarte, Álvaro Morte e
Chino Darín.
A história gira em torno de
Vera (Adriana Ugarte) que descobre fitas antigas do garoto Nico (Julio Bohigas),
que morava na sua casa há 25 anos. Ao pesquisar a vida do menino na internet, a
mulher descobre que ele morreu atropelado. Enquanto isso, uma tempestade forma
um buraco de minhoca possibilitando Vera conversar com o garoto por meio das
fitas antigas, e assim ele o salva da morte que ainda iria acontecer com ele.
Porém, essa mudança gerou grandes consequências no futuro, pois a vida de Vera é
totalmente apagada, inclusive sua própria filha. Nisso, a mulher vai tentar de
tudo para reverter essa situação e recuperar a menina.
Esse filme é uma mistura de Alta Frequência (2000), Efeito Borboleta (2004) e seu tema também me lembrou
em partes do filme Questão de Tempo (2013). É impossível não se
lembrar desses filmes assistindo Durante
a Tormenta. Mas, apesar da
abordagem ser clichê, o filme acerta em não ser previsível, o que já é de costume
com os filmes dirigidos e escritos por Oriol Paulo. Pra quem nunca chegou a ver
os filmes citados acima, vai se surpreender muito mais com esse filme espanhol.
A narrativa segue um rumo bastante perturbador e confuso, uma vez que absolutamente
tudo muda de uma hora para outra na vida de Vera. Adriana Ugarte é um
dos pontos fortes do filme devido a sua atuação, mas o elenco principal aonde
informações e detalhes cruciais nos são repassados também merece a devida
consideração.
Antes de assistir ao filme,
eu estava ansioso já que me interesso de imediato por qualquer filme desse
diretor. Claro que a abordagem de viagens no tempo foi feita de uma forma muito
familiar para mim e nada original, isso me deixou com uma pulga atrás da
orelha. Felizmente o roteiro opta por um caminho mais perspicaz, embora haja
momentos que ficava cada vez mais confuso. A reversão dos acontecimentos
aonde um personagem importante sacrifica tudo o que ele não queria perder, tem
sido o ponto mais clichê possível, mas se sobressai com a linha do tempo final,
onde me surpreendeu pra caramba! Pode ter terminado com uma interrogação? Sim,
pode. Mas levando em conta que a principal preocupação da protagonista era recuperar
a todo custo algo que ela havia perdido, nesse ponto podemos dizer que a trama fechou
as pontas sem precisar preencher todas as lacunas. Basicamente, todos os filmes
com esse tipo de tema, vai deixar algo em aberto, não tem como exigir o contrário.
Pra quem não entendeu as linhas
temporais, e principalmente por que o filme não segue nenhuma ordem
cronológica, Durante a Tormenta apresenta três linhas temporais: a primeira
é a original, sem nenhuma mudança, onde Vera e sua família vivem naquela casa.
A segunda é quando ela faz a mudança na vida de Nico e consequentemente sua
vida é completamente mudada; e a terceira é quando ela recupera o que perdeu,
mas sem voltar a linha do tempo original, pois houve outra mudança significativa
na vida de Nico.
Durante a Tormenta é um
filme recomendado, bastante complexo, mas com uma estrutura narrativa muito bem
feita e cheia de detalhes importantes. Apesar de suas qualidades, é bem
inferior aos dois trabalhos anteriores de Oriol Paulo: Um Contratempo (2016) e O Corpo (2012).
NOTA:
8/10
Assista
ao filme na Netflix.
Trailer:
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