sábado, 8 de agosto de 2020

CAMPO DO MEDO


Campo do Medo é um filme lançado na Netflix em 2019 e causou uma grande divisão entre o público. Sua complexidade embora seja difícil de digerir não é, portanto, algo impossível de entender. O filme foi dirigido por Vincenzo Natali e é estrelado por Laysla de Oliveira, Avery Whitted, Will Buie Jr. Patrick Wilson e Rachel Wilson. O roteiro é baseado em uma obra de Stephen King. 

Os irmãos Cal e Becky estão de carro em uma estrada deserta e por acaso ouvem uma criança gritando por ajuda dentro de um matagal. Assim que eles entram lá dentro, percebem algo estranho: eles não conseguem mais sair, mudam de lugar inexplicavelmente, se perdem muito fácil e sentem que alguém os observa.


À medida que o tempo passa, tudo vai ficando mais bizarro. O campo destorce o tempo e o espaço, fazendo com que os que ali estão, não consigam escapar. O garotinho que estava pedindo ajuda na verdade estava preso junto com a família naquele local. Com o passar dos dias, Travis, o namorado de Becky está à sua procura depois que desapareceu, e ao encontrar o carro do irmão dela na estrada em frente ao matagal, ele se adentra por lá, se tornando assim como os outros, uma nova vítima do campo.

Os primeiros 45 minutos de filme são bem interessantes e criam uma paranoia no espectador que se pergunta: como eles irão sair dali? E como farão isso? Diante dessa premissa perturbadora, o filme consegue prender a atenção, mas a partir do segundo ato somos surpreendidos com uma espécie de limbo que acontece em círculos, e me fez lembrar imediatamente do excelente Triângulo do Medo (2009).


Como isso acontece? Bem, o garotinho Tobin diz que entrou no mato depois de ouvir um homem pedindo ajuda e assim sua família também adentrou, e por não conseguirem mais sair, eles pedem ajuda onde Cal e Becky entram no matagal. Depois disso, Travis à procura de Cal e Becky e assim o círculo se inicia. É bem confuso em um primeiro momento, mas abordagens do tipo foi feita no filme citado acima e deixou referências que nos servem de explicação para esse fenômeno.

Se você for um espectador bem atento, verá que o mesmo acontece em Campo do Medo, por quê? Por que o roteiro deixa nas entrelinhas, alguns detalhes que nos servem de embasamento para entender tudo, absolutamente tudo do filme. Por exemplo, o que é aquela igreja? Se você prestar atenção aquela igreja não é cristã. Em suas janelas vemos a grama, e não há símbolos religiosos comuns. Portanto, podemos concluir que a igreja serve e adora o matagal. Esse é o primeiro ponto.

O segundo ponto é a pedra misteriosa. O que é ela? De onde veio? Seria injusto de nossa parte exigir uma explicação lógica para isso em uma obra de Stephen King, quem é acostumado com seus escritos, sabem que ele adora abordar coisas sobrenaturais e fantasiosas. A pedra no centro do campo pode significar o cérebro daquele local, que sabe tudo que ia acontecer, inclusive com o bebê da Becky, já que aquilo ficou se repetindo por diversas vezes, por isso a mãe do Tobin já tinha visto o corpo da Becky antes. Estão entendendo agora?


Ainda assim, muitas pessoas acham o final confuso e sem explicação. Na verdade, eu posso afirmar que não. Travis quebrou o ciclo e assim, sua namorada e as demais pessoas foram salvas de entrar naquele lugar. Dessa forma, é claro perceber que o filme além de tratar de um terror psicológico, trata também de redenção. Pois Travis havia abandonado sua namorada quando esta engravidou, e sua ação para liberta-la daquele ciclo infinito é como uma redenção de suas ações egoístas. E as figuras misteriosas com o rosto de grama, nada mais é do que as vítimas anteriores, tanto é que do lado de fora, há vários carros abandonados.

Campo do Medo não é um filme que causa sustos e sim que te deixa perturbado. E é um filme que não agrada a todos por causa sua complexidade, mas está longe de ser um filme ruim. Porém, a abordagem poderia ter sido mais precisa.

NOTA: 7/10

Assista ao filme na Netflix.

Veja o trailer no vídeo abaixo:

Um comentário:

  1. Tem falhas, mas a história é bastante interessante e sinistra.

    Abraço

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