Clube
dos Cinco é um clássico dos anos oitenta
venerado por muitos até hoje. Esse é mais um filme que eu adiei pra caramba, pois
acabei assistindo há poucos dias atrás, e amei o filme! É uma verdadeira aula
de diálogos! Assim como o impecável filme Doze Homens e uma Sentença (1957), que se desenvolve a partir de um pequeno
argumento, Clube dos Cinco se
sobressai nesse ponto muito bem, uma vez que durante o filme todo o conteúdo se
expande de uma forma sensacional, criando situações entre os personagens que
pareciam impossíveis no primeiro momento.
O filme conta sobre um dia de sábado onde
cinco adolescentes que, por terem se comportado mal na escola, ficam de castigo
durante o dia inteiro na escola tendo que redigir um longo texto, com mais de
mil palavras, sobre o que eles pensam sobre si mesmos. Apesar de muito
diferentes, eles acabam se conhecendo melhor e dividindo seus dramas pessoais.
Esse filme foi escrito e dirigido por John Hughes
e foi lançado em 1985. No elenco temos Emilio Estevez que interpreta Andrew
Clark, um garoto que sofre pressão repentina de seu pai sobre a carreira de
atletismo, podemos chamar esse personagem de “O Atleta”. Tem também a presença
do ator Judd Nelson, que interpreta o personagem John Bender que nada mais é
que um garoto arrogante e rebelde que sempre desafia quem estar por perto. Vamos
chama-lo de “O Criminoso”.
Claro que não podia faltar o nerd da turma, o
garoto Brian Johnson, interpretado pelo ator Anthony Michael Hall, vamos
chama-lo de “Cérebro”. Um pouco parecida com ele pelo fato de sentirem vergonha
de suas virgindades, temos a bela moça Claire Standish, encarnada pela atriz
Molly Ringwald, podemos chama-la de “Patricinha” ou “Princesa”. E por último,
Allison Reynolds, vivida pela atriz Ally Sheedy, uma garota problemática e a
mais interessante dessa turma por causa de sua personalidade ser coberta na
maior parte do filme, vamos chama-la de “Caso Perdido”.
Clube
dos Cinco começa com um ritmo
lento, onde apenas os personagens Andrew e John tem certo destaque por conta da
arrogância do marginal que a todo o momento xinga o Atleta, quanto os demais da
turma. Claire e Brian aos poucos vão se interagindo na turma, mas Allison era a
única que ficava de lado nessa primeira parte. A princípio parece que o filme
não sabe que rumo irá tomar com aqueles cinco adolescentes irritados por
estarem trancados na escola, ao invés de estarem fazendo o que todos deviam
fazer nos fins de semana. O diretor Richard Vernon (Paul Gleason) aparece apenas
para se certificar de que tudo está em ordem, e suas aparições não tomam o
protagonismo dos cinco jovens que literalmente, seguram o filme inteiro.
O forte desse filme são os diálogos. À medida
que o tempo passa, cada um deles vão desenvolvendo uma espécie de amizade e em
suas conversas, eles acabam se dando conta do que eles realmente são e por que
estão ali. Entendem também que cada um tem seus problemas pessoais para
resolver, e que o companheirismo pode ajudar muito nessa hora. Ou seja, a
convivência em lugar fechado com cinco jovens com personalidades diferentes
acaba sendo um perfeito remédio para corrigi-los de seus erros, mesmo que essa
não era a verdadeira intenção do diretor da escola, que não mede esforços para
ser rude com os jovens indisciplinados.
Mas, quanto à personagem Allison? Eu disse
que ela é a mais interessante da turma. Agora, por quê? Ela é uma garota
isolada, quase não fala, eu até cheguei a pensar que ela era muda. Mas, quando
a ligação entre os jovens passa a ser mais forte, a ponto de compartilharem
suas experiências de vida, Allison passa a interagir com o grupo, o que faz
alguns deles ficarem impressionados com sua mudança, já que ela não havia sido
apresentada e ficava sempre ali em seu cantinho, sendo uma menina completamente
estranha.
E ao fim do castigo vem a lição final. O castigo era para que todos eles
escrevessem sobre quem eles pensam quem são, e depois de um consenso entre os
alunos, Brian escreve uma carta muito motivadora que é, em essência, o ponto
principal da história. E ele assina o ensaio como “O Clube dos Cinco”. A carta
de Brian diz o seguinte:
Caro Senhor Vernon
Aceitamos ficar um sábado
inteiro de castigo por aquilo que fizemos de errado, mas achamos besteira o
senhor nos mandar fazer uma redação falando sobre nós mesmos. Pode nos ver do
jeito que quiser da forma mais simples e como achar melhor. Mas, o que
descobrimos é que cada um de nós é um cérebro, um atleta, um caso perdido, uma
princesa e um criminoso. Isso responde a sua pergunta?
Atenciosamente, o Clube dos
Cinco.
Assistir ao filme Clube dos Cinco é uma experiência muito gratificante, pois com todo
o conteúdo dramático que envolve cada momento do filme, há também situações
engraçadas que nos diverte bastante! Criamos uma enorme empatia pelos
personagens, até mesmo quando inicialmente eles nos irritam como é o caso de
John. No entanto, dentre eles eu gostei mais da Allison, suas falas no filme
ficaram muito famosas e ela é uma personagem muito identificável com os
adolescentes da época como também hoje em dia. Uma espécie de reflexo da
juventude conturbada, uma fase que praticamente todos os jovens enfrentam hoje
em dia.
Um detalhe curioso desse filme está na cena em que os jovens fazem um círculo no chão da biblioteca e passam a contar as razões de seu castigo. Nessa cena, não havia falas no roteiro, John Hughes permitiu que os atores falassem o que quisessem, e note: essa cena é uma das melhores cenas do longa. Veja só que façanha eles fizeram! Tem como não amar?
Um detalhe curioso desse filme está na cena em que os jovens fazem um círculo no chão da biblioteca e passam a contar as razões de seu castigo. Nessa cena, não havia falas no roteiro, John Hughes permitiu que os atores falassem o que quisessem, e note: essa cena é uma das melhores cenas do longa. Veja só que façanha eles fizeram! Tem como não amar?
Pra não dizer que não há nada que tenha me
desagradado nesse filme, Clube dos Cinco termina
de uma forma bastante apelativa, que muitos chegaram a criticar: que é o
romance relâmpago entre eles. Na minha opinião, foi algo bem forçado colocarem
principalmente John e Claire juntos, uma vez que o filme inteiro só se passa
durante a detenção na sala de aula, e não sabemos como o clube dos cinco iria
se comportar daí em diante. Tanto é que a premissa do filme foi levantar
questões para se analisar, como conflitos da juventude, base familiar, formação
de caráter, entre outros. Mas, foi apenas isso que me incomodou, por que o
restante do filme me cativou de uma maneira inesquecível. Afinal, clássico é
clássico né?
NOTA: 8,5/10
Veja o trailer no vídeo abaixo:
o roteiro é muito bom. os atores tb. bela lembrança. beijos, pedrita
ResponderExcluirClássico adolescente dos anos oitenta.
ResponderExcluirAbraço