127 Horas é uma coprodução dos EUA e Reino Unido lançado no ano de
2010, dirigido por Danny Boyle. Esse filme contará o fato verídico que
aconteceu com o alpinista Aron Ralston, que ficou preso por cinco dias em uma
pedra em Robbers Roost, Utah, em abril de 2003. O filme é estrelado por James
Franco e foi indicado a seis Oscar: Melhor Filme, Melhor Ator (James Franco),
Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Trilha Sonora, Melhor Canção Original e Melhor
Edição.
ATENÇÃO! Será preciso mencionar alguns detalhes importantes do filme
nesta resenha. Sendo assim, se você ainda não viu o filme e detesta Spoilers,
por favor, não siga a leitura. Veja o filme primeiro, coma uma pipoca e depois
volte aqui. Caso não se importe com isso, fiquem à vontade!
Sinopse: Em
Maio de 2003, o alpinista Aron Ralston (James Franco) fazia mais uma escalada
nas montanhas de Utah, Estados Unidos, quando acabou ficando com o seu braço
preso em uma fenda. Sua luta pela sobrevivência durante mais de cinco dias
(durou 127 horas) foi marcada por memórias e momentos de muita tensão e
desespero.
Apesar de ter visto vários trabalhos com o ator James Franco, eu não o
acho um ator excepcional e marcante. Suas interpretações variam entre o mediano
e o bom. Porém, em 127 Horas sua
performance é totalmente diferente dos outros papéis que o vi interpretando.
Aqui ele consegue literalmente segurar o filme inteiro nas costas, sem apelação
ou tornar a narrativa arrastada e cansativa. No começo, tudo parece legal para
ele, afinal, escalar montanhas é seu principal hobby. Mas, quando sua aventura
passa a se transformar no pior dos pesadelos, ele tenta ser racional o máximo
possível.
Quando fica preso na fenda, o local é completamente inacessível, muito
longe do alcance das outras pessoas, tanto é que gritar por socorro não lhe
adianta de nada. Mas, ao invés de entrar em pânico, ele tenta se controlar e
tentar ver alguma forma de sair dali. O tempo passa, a noite chega e o dia
seguinte. Aron tenta praticamente tudo, mas parece impossível tentar mover a
pedra do lugar. Com pouca água e comida disponíveis, ele age prudentemente para
racionar seus recursos.
O tempo em que ele esteve preso foi o fator determinante para que
alucinações venham à tona quase toda hora. Enquanto dormia, ele tinha sonhos de
ter conseguido sair daquele lugar, e lembranças de sua família e amigos é algo
que o motiva a continuar lutando, mesmo sozinho. James Franco encarnou um homem
persistente, mas o motivo de ele ter ido parar naquela situação se deve a um
erro dele mesmo, quando pisou na pedra que estava solta e não percebeu. Seu
acidente foi uma consequência do seu pequeno descuido.
Temendo não poder sair dali e acabar morrendo, Aron passa a gravar
vídeos contando sua situação e também se desculpando pelos seus erros. Nesse
momento, eu percebi uma crítica que o filme faz com relação a nossa própria
personalidade e decisões erradas que tomamos na vida. Tanto é que quando Aron
percebe que está morrendo, pois chega um momento em que ele passa a beber sua
própria urina, ele reflete sobre sua vida e conclui que estava destinado a
morrer ali, e que foram as suas decisões que o levou para aquela situação
desesperadora.
No entanto, o maior arco dramático do filme está em uma premonição que
Aron tem sobre seu filho, após isso ele não vê alternativa a não ser cortar o
seu braço. E mesmo após conseguir isso, ele precisa sair daquele lugar e ainda
andar por vários quilômetros até encontrar alguém que possa ajuda-lo. Nos
minutos finais do filme, vemos imagens do verdadeiro Aron com sua esposa, a
quem conheceu três anos depois e seu filho. Também conta que ele não deixou de
escalar montanhas, mesmo com o braço amputado. Porém, depois de tudo que
passou, ele faz questão de comunicar através de uma nota, onde exatamente ele
está indo.
127 Horas é um filme muito bom! Consegue repassar a dor e o
desespero do protagonista durante as horas de tensão que ele passou preso
naquele lugar. Algumas cenas são muito fortes, me fizeram desviar o olhar e
sentir a dor que ele sentiu. De fato, é um filme bem realista, com uma boa
fotografia, uma brilhante atuação de James Franco e uma direção primorosa de
Danny Boyle, e claro que por ser baseado em fatos reais, conferir esse filme é
mais que uma obrigação para um cinéfilo que se preze.
NOTA: 9/10
Veja o trailer no vídeo abaixo:
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