Uma única palavra para resumir esse clássico dos anos
50: espetacular! Doze Homens e uma
Sentença, título original 12 Angry
Men lançado em 1957 é um dos filmes mais aclamados do cinema antigo, tanto
pelo público ou pela crítica especializada. Mas, o que torna essa produção tão
especial? O que tem de tão fascinante nesse filme a ponto de receber
incontáveis elogios?
Sinopse: Um jovem porto-riquenho é acusado de ter matado o próprio pai e vai a
julgamento. Doze jurados se reúnem para decidir a sentença, com a orientação de
que o réu não deve ser considerado culpado
ao menos que isso seja indubitável. Onze dos jurados, cada um com sua convicção,
votam pela condenação. O jurado número 8, o sr. Davis, é o único que duvida da
culpa do jovem e, enquanto tenta convencer os outros a repensarem a sentença,
traços de personalidade de cada um dos jurados vão sendo revelados.
Doze Homens e Uma Sentença foi dirigido habilmente por
Sidney Lumet (1924-2011) e é produzido e protagonizado pelo talentoso Henry
Fonda (1905-1982), que é um nome bastante conhecido no cinema clássico.
Esse filme sensacional é conhecido por se ambientar
quase que por completo em uma única sala, onde ali apresenta um argumento que
aos poucos vai crescendo e formando uma trama completa, mas isso é feito de uma
forma em que não é necessário sair daquele lugar e mostrar os possíveis
acontecimentos apresentados pelos personagens, o espectador é quem produz na
imaginação as situações e a forma como elas são postas na mesa vem através de
excelentes argumentos e teorias. O filme é uma verdadeira aula de diálogos!
A princípio, poderíamos pensar que o roteiro por ser muito simples, iria
se tornar cansativo em vista de que ia passar mais de uma hora e meia em um
mesmo local. Porém, enquanto assistimos ao filme, percebemos que a premissa
nunca é deixada de lado, e a cada minuto que passa, a tensão vai aumentando e a
história ficando cada vez mais interessante. Claro que as atuações são a força
que mantém essa história sempre de pé. E vou confessar uma coisa a vocês:
quando eu assisti esse filme, eu estava com um pouco de sono devido a um dia
muito corrido e cansativo, mas acredite, o filme não deixou que eu adormecesse.
Veja só: a história se desenrola de uma maneira tão empolgante que é
praticamente impossível sair da tela com o medo de perder algo importante. A
pegada do filme é tão poderosa que dá vontade de vibrar em vários momentos. É como
uma torcida durante uma competição esportiva, quando o time que gostamos faz
algo que o ajuda a subir na competição, nós torcedores vibramos juntos. Com o
filme acontece algo similar. São doze jurados, sendo que onze votam a favor da
condenação e apenas um vota pela inocência, como foram alertados pelo juiz a não
trazer o veredito de condenação se não for por decisão unânime, eles precisam
debater com o jurado que votou contra a condenação, e este por sua vez,
apresentará argumentos que provam e dão embasamento para sua tese.
À medida que o tempo passa e o debate se intensifica, o placar vai
mudando, se estava 11x1 a favor da condenação, passa a ficar 8x4, 6x6, 5x7,
2x10 e finalmente o placar se inverte 1x11. Nesse momento, vemos como ás vezes
o ser humano tenta ignorar os fatos apenas por nutrir na mente um sentimento de
revolta que nada tinha a ver com o caso em questão. Mas, é como diz ditado: “Contra fatos não há argumentos”, chega
uma hora em que a razão fala mais alto que a emoção, e consequentemente o mais
rancoroso percebe que não tem como lutar mais em prol do que ele acreditava.
É interessante perceber que o filme é bem enfático ao nos trazer à tona
que pode acontecer de julgar alguém de forma errada, e ainda por cima
condená-lo a morte por isso. Também toca na questão de julgamento precipitado e
apressado, onde pessoas não procuram levar em conta diversos fatores e julgam
apenas pelo que sua mente quer enxergar, não importando se isso afetará a vida
de alguém. É nítido também o fato de que testemunhos podem ou não condizer com
a realidade da situação, caso não seja feito a devida averiguação do testemunho
dentro da ocasião que está sendo julgada. Tudo isso é apresentado a partir de
um simples e pequeno argumento. Então, como não amar esse filme?
Sinceramente, a aqueles que não gostaram do filme, eu gostaria muito de
entender o porquê não gostaram, eu cheguei a ver alguns argumentos como o fato
do filme não mostrar o réu e nem nada sobre o que aconteceu durante o
julgamento, entretanto, isso não foi necessário, uma vez que durante a reunião
dos jurados, é feito várias menções sobre os testemunhos, argumentos da defesa
e da acusação, como também a própria defesa do réu. Nesse sentido, cabia ao
espectador enxergar com os olhos da imaginação o que havia ocorrido antes
daquela reunião. Também vi um argumento, muito inútil por sinal, de uma pessoa
que não aprovou o filme que dizia que o filme terminava muito vazio, pois não
diziam se o réu era de fato inocente ou culpado. Eu disse que é um argumento
inútil, pois o filme responde essa questão sem precisar dar atenção ao fim do
julgamento. Enfim, eu gostaria de poder ver argumentos fortes que negativassem
esse filme de forma concreta e sólida. Até agora, eu não vi...
Esse filme possui um roteiro extremamente inteligente e que prova de
forma indiscutível que não é necessário possuir uma história longa e complexa para
gerar uma obra-prima. Também prova que não é preciso ter inúmeros personagens
ou até mesmo uma caixa cheia de Flashbacks.
Além disso, Doze Homens e uma
Sentença é um filme premiado, venceu prêmios no BAFTA, Festival de Berlim,
entre outros, isso sem falar as três indicações ao Oscar: Melhor Diretor,
Melhor Filme e Melhor Roteiro Adaptado. E com toda a certeza, esse filme entra
para o meu TOP 10 de melhores filmes que já assisti.
NOTA: 10/10
Veja o trailer no vídeo abaixo:
é incrível mesmo e há outra versão dessa história. eu ainda vi uma ótima adaptação no teatro que fez tanto sucesso que volte e meia reestreia mas já não mais com o incrível elenco que vi. o q mais me impressiona nesse roteiro é a atualidade. o quanto condenamos sem nem pensar se fizemos ou não justiça. beijos, pedrita minhas postagens desse roteiro https://mataharie007.blogspot.com/search?q=12+Homens+e+Uma+Senten%C3%A7a
ResponderExcluirSensacional. Clássico absoluto.
ResponderExcluirA segunda versão que a Pedrita cita é de William Friedkin e foi produzida em 1997. Também é um ótimo filme.
A peça de teatro também tem o mesmo nível de qualidade.
Abraço