Disque M Para Matar, original Dial
M for Murder é um filme de suspense lançado em 1954, dirigido por Alfred
Hitchcock, sendo o seu terceiro filme a cores. Estrelado por Ray Milland, Grace
Kelly e Robert Cummings, este filme é, em minha opinião, um dos melhores de
Hitchcock (se não o melhor). Disque M
Para Matar possui duas refilmagens: a primeira lançada em 1981 com o mesmo
título, e a segunda lançada em 1998 com o título Um Crime Perfeito.
O ex-tenista, Tony Wendice (Ray Milland),
descobre que sua esposa Margot (Grace Kelly) está sendo infiel. Com a chegada
do amante dela, Mark Halliday (Robert Cummings), Tony elabora um plano para
matar sua esposa, mas para isso, ele chantageia Charles Alexander (Anthony
Dawson) um antigo colega da faculdade, para que este mate sua esposa e que
possa ficar com a herança. Mas, Margot mata Charles em defesa própria, e tudo
dá errado. Tony, por sua vez, bola um plano B que fará Margot ser presa e
condenada.
A trama é muito bem amarrada e absolutamente imprevisível sobre como irá
acabar e de que maneira vai ser. Hitchcock conseguiu transformar a peça
original em um filme elegante e criativo, cheio de detalhes e, sobretudo muita
tensão. É incrível poder acompanhar o ritmo de filme que praticamente tem apenas
um cenário, com algumas exceções externas. O elenco é afiado e competente!
Diante dos diálogos iniciais, o filme já prende nossa atenção e nos direciona
ao plano malicioso, contado em detalhes por Tony Wendice. Chega a ser impressionante
o quão frio e calculista ele é, mesmo depois do plano inicial não ter saído
como o planejado. Ele sempre ficou buscando brechas ao seu favor.
Diante disso, um dos momentos mais tensos foi quando o amante de sua
esposa, sem saber da real verdade do fato, tenta expor um plano para salvar
Margot e esse plano é idêntico ao plano A de Tony. E o que não podia ser mais
impressionante, é que Tony usa esses argumentos ao seu favor, mesmo que
parecesse loucura. Alfred Hitchcock conduz esse filme com maestria, não deixando
passar em branco um detalhe sequer. O desempenho de Ray Milland é
impressionante, e ele já tinha um histórico de respeito quando venceu o Oscar
de Melhor Ator em 1946 pelo filme Farrapo
Humano.
Já a belíssima Grace Kelly traz uma personagem de duas faces. E falando
nisso, é impossível não se cativar com o talento do diretor ao apresentar seus
personagens em poucos minutos mostrando quem eles são na verdade. Grace Kelly
interpretando Margot, leva uma vida dupla, onde em uma ela é uma esposa modesta
ao lado do marido; e quando está com o amante, sua vestimenta é decotada e
avermelhada. Dito isso, não criamos logo de cara nenhuma simpatia por Margot e
nos colocamos no lugar de Tony.
Mas, como é evidente e claro ver com o diretor Alfred Hitchcock, tais
clichês não iriam predominar em seu filme. O marido é então, a partir daí visto
como um vingativo cruel que se deixa levar por interesses próprios, mesmo
passando por cima de outros. Assim, é muito difícil ao espectador criar alguma
empatia com o sujeito e torce para que final seu plano dê errado.
Disque M Para Matar é uma obra-prima do suspense e um filme
estritamente obrigatório! Perceba a mudança de atmosfera e simpatia pelos personagens,
à medida que eles revelam o outro lado da face, mesmo com seus erros graves. Simplesmente,
uma obra simples e de baixo orçamento, mas com uma grandeza imensa que merece,
de fato, ter o nome de um dos maiores cineastas de todos os tempos.
NOTA: 10/10
Veja o trailer no vídeo abaixo:
Um dos vários grandes filmes de Hitchcock.
ResponderExcluirAbraço