Vamos falar hoje sobre um filme bíblico, e
talvez um dos filmes mais pesados que eu já assisti na vida. A Paixão de Cristo foi lançado 2004,
dirigido por Mel Gibson e estrelado por James Caviezel. O filme retrata a
Paixão de Jesus, de acordo com os Evangelhos do Novo Testamento. O filme também
foi inspirado no livro Sexta-Feira das Dores, juntamente com outros escritos devocionais,
como os atribuídos à mística e visionária Anna Catarina Emmerich, beata da
Igreja Católica.
Jesus
Cristo é um dos nomes mais icônicos e influentes de toda a história. Fundador
do Cristianismo, que é até hoje o paradigma do Ocidente. Sua trajetória é
narrada pela Bíblia, que segundo ela, Jesus é o filho de Deus que veio salvar a
humanidade do pecado. É óbvio, portanto, que sua história tinha de ser adaptada
para o cinema. Conhecemos diversas versões da vida e do ministério desse homem
tão querido por muitas pessoas. Temos o clássico Jesus de Nazaré (1977), com 5 horas de duração e A Maior História de Todos
os Tempos (1965), entre outros que narram desde o seu nascimento, até sua
ressurreição, segundo o relato bíblico. Porém, o filme que sem dúvida, mais
chamou mais atenção foi A Paixão de
Cristo.
O diferencial de A Paixão de Cristo é que o filme narra apenas as últimas 12 horas
da vida de Jesus, algumas citações, entretanto, são mostradas em flashbacks ao longo da projeção. O filme
começa com Jesus fazendo sua oração no Jardim de Getsêmani; enquanto isso, um
dos seus discípulos, Judas, negocia com líderes religiosos para entregar o seu
mestre por 30 moedas de prata. Após a traição e ser entregue aos seus inimigos,
Jesus passa por uma série de interrogatórios que vão desde o Sinédrio (tribunal
judaico), ao governador do Império Romano, Pôncio Pilatos.
Seguindo o relato bíblico, o filme mostra com
muita clareza tudo o que aconteceu naquela noite: Pedro negando seu mestre, as
agressões que Jesus estava sofrendo enquanto estava acorrentado, e o
arrependimento de Judas ao saber que Jesus seria condenado à morte. O filme
contém um pouco mais de duas horas de duração, e antes mesmo da morte ser
sentenciada, Jesus passa por uma sessão de tortura absurdamente dolorosa e
brutal!
Em uma das sequências mais impressionantes, Jesus é açoitado sem
piedade por soldados romanos, e um dos instrumentos usados para o castigo foi
um chicote com facas afiadas e pontiagudas nas pontas. Ao cravar no corpo em
carne viva, as lâminas arrancam a pele e muito sangue, fazendo-o se contorcer
de dor. O realismo é impressionante! Essa cena é forte o bastante para incomodar
qualquer um.
E após a sua condenação, conseguida após
fortes provocações do Sumo Sacerdote judeu, chamado Caifás, fazendo-o libertar
um criminoso de nome Barrabás para poder condenar Jesus à morte. Sua sentença
era ser crucificado em um lugar chamado Calvário, e para isso os soldados
romanos o fizeram carregar a pesada cruz até o dito local, passando por várias
ruas de Jerusalém. Durante todo o percurso, Jesus apanha e sofre provocações
das pessoas à sua volta, com exceção de alguns discípulos que acompanhavam de
longe, sua mãe Maria, e alguns outros como uma moça que o ajuda a enxugar o
rosto ensanguentado e um homem estrangeiro que foi obrigado a ajudar a carregar
a cruz.
A
Paixão de Cristo é um filme muito forte e comovente. Segundo os cristãos,
tal acontecimento reflete o amor e a misericórdia de Deus pela humanidade. E
também serve de esperança, pois acreditam que serão recompensados por seguir os
passos do mestre Jesus. Particularmente eu acho a história de Jesus magnífica,
embora eu tenha algumas dúvidas a respeito do que leio no relato bíblico, por
outro lado, os ensinamentos a respeito do amor, da bondade e do perdão são
aspectos que devem ser seguidos por qualquer pessoa, não importando se esta
acredita que Jesus é um ser divino ou não.
Ao contrário dos demais filmes que relatam a
vida do fundador do Cristianismo, A
Paixão de Cristo possui esse diferencial de se aprofundar na questão do sofrimento
dele, embora alguns possam considerar extremamente exagerado, mas nada que
interfira no que realmente o diretor Mel Gibson pretendia repassar com o filme;
ele mesmo chegou a afirmar que o filme é “uma espécie de alarme para que as
pessoas diante de um mundo enlouquecido, possam se lembrar do maior exemplo de
amor e misericórdia”.
NOTA: 8,6/10
Veja o trailer no vídeo abaixo:
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