domingo, 8 de dezembro de 2019

A PAIXÃO DE CRISTO


Vamos falar hoje sobre um filme bíblico, e talvez um dos filmes mais pesados que eu já assisti na vida. A Paixão de Cristo foi lançado 2004, dirigido por Mel Gibson e estrelado por James Caviezel. O filme retrata a Paixão de Jesus, de acordo com os Evangelhos do Novo Testamento. O filme também foi inspirado no livro Sexta-Feira das Dores, juntamente com outros escritos devocionais, como os atribuídos à mística e visionária Anna Catarina Emmerich, beata da Igreja Católica. 

Jesus Cristo é um dos nomes mais icônicos e influentes de toda a história. Fundador do Cristianismo, que é até hoje o paradigma do Ocidente. Sua trajetória é narrada pela Bíblia, que segundo ela, Jesus é o filho de Deus que veio salvar a humanidade do pecado. É óbvio, portanto, que sua história tinha de ser adaptada para o cinema. Conhecemos diversas versões da vida e do ministério desse homem tão querido por muitas pessoas. Temos o clássico Jesus de Nazaré (1977), com 5 horas de duração e A Maior História de Todos os Tempos (1965), entre outros que narram desde o seu nascimento, até sua ressurreição, segundo o relato bíblico. Porém, o filme que sem dúvida, mais chamou mais atenção foi A Paixão de Cristo.


O diferencial de A Paixão de Cristo é que o filme narra apenas as últimas 12 horas da vida de Jesus, algumas citações, entretanto, são mostradas em flashbacks ao longo da projeção. O filme começa com Jesus fazendo sua oração no Jardim de Getsêmani; enquanto isso, um dos seus discípulos, Judas, negocia com líderes religiosos para entregar o seu mestre por 30 moedas de prata. Após a traição e ser entregue aos seus inimigos, Jesus passa por uma série de interrogatórios que vão desde o Sinédrio (tribunal judaico), ao governador do Império Romano, Pôncio Pilatos.

Seguindo o relato bíblico, o filme mostra com muita clareza tudo o que aconteceu naquela noite: Pedro negando seu mestre, as agressões que Jesus estava sofrendo enquanto estava acorrentado, e o arrependimento de Judas ao saber que Jesus seria condenado à morte. O filme contém um pouco mais de duas horas de duração, e antes mesmo da morte ser sentenciada, Jesus passa por uma sessão de tortura absurdamente dolorosa e brutal! 


Em uma das sequências mais impressionantes, Jesus é açoitado sem piedade por soldados romanos, e um dos instrumentos usados para o castigo foi um chicote com facas afiadas e pontiagudas nas pontas. Ao cravar no corpo em carne viva, as lâminas arrancam a pele e muito sangue, fazendo-o se contorcer de dor. O realismo é impressionante! Essa cena é forte o bastante para incomodar qualquer um.

E após a sua condenação, conseguida após fortes provocações do Sumo Sacerdote judeu, chamado Caifás, fazendo-o libertar um criminoso de nome Barrabás para poder condenar Jesus à morte. Sua sentença era ser crucificado em um lugar chamado Calvário, e para isso os soldados romanos o fizeram carregar a pesada cruz até o dito local, passando por várias ruas de Jerusalém. Durante todo o percurso, Jesus apanha e sofre provocações das pessoas à sua volta, com exceção de alguns discípulos que acompanhavam de longe, sua mãe Maria, e alguns outros como uma moça que o ajuda a enxugar o rosto ensanguentado e um homem estrangeiro que foi obrigado a ajudar a carregar a cruz.


A Paixão de Cristo é um filme muito forte e comovente. Segundo os cristãos, tal acontecimento reflete o amor e a misericórdia de Deus pela humanidade. E também serve de esperança, pois acreditam que serão recompensados por seguir os passos do mestre Jesus. Particularmente eu acho a história de Jesus magnífica, embora eu tenha algumas dúvidas a respeito do que leio no relato bíblico, por outro lado, os ensinamentos a respeito do amor, da bondade e do perdão são aspectos que devem ser seguidos por qualquer pessoa, não importando se esta acredita que Jesus é um ser divino ou não.

Ao contrário dos demais filmes que relatam a vida do fundador do Cristianismo, A Paixão de Cristo possui esse diferencial de se aprofundar na questão do sofrimento dele, embora alguns possam considerar extremamente exagerado, mas nada que interfira no que realmente o diretor Mel Gibson pretendia repassar com o filme; ele mesmo chegou a afirmar que o filme é “uma espécie de alarme para que as pessoas diante de um mundo enlouquecido, possam se lembrar do maior exemplo de amor e misericórdia”. 

NOTA: 8,6/10

Veja o trailer no vídeo abaixo:

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