terça-feira, 5 de agosto de 2025

NOSFERATU (2024)

A nova versão de Nosferatu, dirigida por Robert Eggers, é uma obra visualmente impactante que presta homenagem ao clássico expressionista de 1922, ao mesmo tempo em que imprime a marca autoral do diretor. Conhecido por filmes atmosféricos como A Bruxa e O Farol, Eggers aposta novamente em um terror estético, lento e carregado de simbolismos.

A trama se mantém fiel à essência da história original: o conde Orlok, uma figura vampírica sombria, se aproxima de uma jovem mulher, Ellen, desencadeando uma sequência de eventos trágicos. A ambientação do século XIX é meticulosamente construída, com figurinos, iluminação e direção de arte que mergulham o espectador em um mundo sombrio, frio e decadente.

Bill Skarsgård surpreende ao interpretar Orlok de maneira grotesca e animalesca. Sua presença é mais perturbadora que charmosa, fugindo totalmente do estereótipo moderno do vampiro sedutor. Já Lily-Rose Depp entrega uma performance delicada e contida, reforçando o caráter sacrificial de Ellen. Nicholas Hoult e Willem Dafoe também compõem o elenco, com atuações que ajudam a sustentar o clima sinistro da obra.

Apesar de seus méritos visuais e da fidelidade ao terror gótico, o filme peca em ritmo. A narrativa se desenvolve de forma lenta, às vezes arrastada, e o envolvimento emocional com os personagens é limitado. Há beleza em cada quadro, mas a emoção muitas vezes se esconde sob camadas de estilo.

Eggers faz um filme mais contemplativo do que assustador. O horror está mais na atmosfera e na sugestão do que em cenas explícitas. Para quem aprecia o gênero “terror artístico”, Nosferatu oferece uma experiência imersiva. No entanto, para o público que espera sustos ou ação, a obra pode soar fria ou até entediante.

No fim, Nosferatu (2024) é uma homenagem respeitosa e tecnicamente impecável, mas que não alcança o mesmo impacto revolucionário do original de Murnau. O clássico de 1922 ainda se mantém como uma obra mais ousada e marcante em seu tempo. A versão de Eggers encanta os olhos, mas deixa a desejar na força dramática e emocional.

NOTA: 7/10


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