Dirigido por Maria Lease, Boneca Assassina (Dolly Dearest, no original) é um thriller de terror que tenta surfar na onda do sucesso de Brinquedo Assassino (1988), mas tropeça ao oferecer uma narrativa previsível e um terror mais genérico. O filme mistura elementos sobrenaturais e culturais, acompanhando uma família americana que se muda para o México e é assombrada por uma boneca possuída por uma entidade demoníaca.
A
trama se concentra em Elliot Wade (Sam Bottoms), um empresário que compra uma
fábrica de bonecas no México, buscando revitalizar o negócio. No entanto, a
proximidade da fábrica com uma tumba maia recém-descoberta desencadeia uma
série de eventos sobrenaturais. Sua filha, Jessica (Candy Hutson), se apega a
uma das bonecas, que logo se revela o receptáculo de um espírito maligno.
Embora
o filme insira elementos de mitologia maia para justificar a possessão, essa
camada cultural é apenas superficial. A exploração do tema é vaga, e o roteiro
prioriza sustos previsíveis e interações genéricas em vez de desenvolver o
contexto ou os personagens.
Maria
Lease utiliza muitas convenções clássicas do terror, incluindo ângulos baixos
para enfatizar a ameaça da boneca e uma trilha sonora exagerada para criar
tensão. Infelizmente, essas escolhas resultam em um tom datado, mesmo para os
anos 90. Os efeitos práticos usados para animar a boneca, embora eficazes em
algumas cenas, oscilam entre o inquietante e o cômico, prejudicando a imersão.
As
performances no filme são medianas, com Candy Hutson entregando uma
interpretação razoável como a criança inocente manipulada pela boneca. Sam
Bottoms e Denise Crosby (que interpreta Marilyn, a mãe de Jessica) têm atuações
funcionais, mas não conseguem elevar o material limitado. A verdadeira
"estrela" do filme é a boneca, cujas expressões demoníacas
proporcionam os momentos mais memoráveis, mesmo que não completamente
aterrorizantes.
Boneca
Assassina é vítima
de sua própria fórmula derivativa. O roteiro oferece poucos momentos originais,
com a maioria das cenas de terror sendo variações de sustos já vistos em outras
produções da época. Além disso, o filme falha em explorar seu pano de fundo
cultural, reduzindo o potencial de criar um enredo mais rico e envolvente.
Embora tenha algum charme nostálgico para fãs de terror dos anos 90, Boneca Assassina não consegue se destacar no gênero. Sua mistura de possessão demoníaca e bonecas assustadoras é prejudicada por clichês e pela falta de desenvolvimento narrativo. Apesar disso, pode agradar aos que procuram uma experiência descompromissada, mas não espere um clássico do terror.
NOTA: 4,5/10
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