As Fábulas Negras é um filme independente de terror de antologia produzido no Brasil em 2015. O filme reúne importantes realizadores de filmes de terror brasileiros para dirigir cinco lendas de personagens do imaginário popular brasileiro em clima macabro.
São seis histórias ao todo, onde tudo começa com uma que é o fio condutor das demais, onde grupo de garotos estão brincando e que resolvem contar histórias horripilantes. A primeira história se chama “Crônicas do Esgoto”, de Rodrigo Aragão, uma mistura de lendas urbanas com um trash macabro e irônico, que retrata o drama de uma população aterrorizada por um monstro carnívoro que habita o sistema de saneamento superfaturado da cidade. A segunda história se chama “Pampa Feroz”, de Petter Baiestorf, um curta onde o foco é descobrir a identidade do Lobisomem que anda devorando muita gente.
A terceira “O Saci”, de José Mojica Marins coloca em prática toda a sua experiência (por trás e também frente às câmeras) e retrata uma tensa história de perseguição, entre “pegadinhas” e armadilhas do garoto lendário de uma-perna-só. Uma garota atravessa a mata para buscar leite e no caminho se depara com o Saci, que castiga quem não respeita o povo da mata. A próxima, “Loira do Banheiro”, de Joel Caetano trazendo fortes influências das narrativas de terror japonês. Conta a história de um internato mal-assombrado. O episódio segue por uma linha com mais suspense e traz a criação de uma atmosfera de tensão de modo mais maduro. E a última, “Casa da Iara”, de Rodrigo Aragão, quando o público conhece a história de uma esposa traída que faz um pacto com o diabo para se vingar do casal. O último episódio é responsável pelo desfecho do filme e remete à cena inicial da produção, quando quatro garotinhos se reúnem na floresta para contar e escutar histórias macabras.
Esse filme é uma prova vida de que o nosso cinema pode criar obras
fantásticas, muito embora seu conteúdo e qualidade técnica não seja a oitava
maravilha do mundo. O que temos aqui é um exemplar perfeito para amantes do
gênero terror, mais precisamente do gore. Os efeitos e o estilo narrativo
não ficam atrás dos filmes de fora do país, e ainda por cima, sendo 100% de
conteúdo brasileiro, pois nos remetem a lendas e personagens folclóricos que
desde crianças ouvimos falar. E é claro, a união dos quatro diretores foi um
grande pilar para que tudo isso pudesse acontecer, e mais ainda, colocar o
saudoso José Mojica Marins para participar desta produção, é o que vai ficar
marcado na história, infelizmente também ficará marcado por este ser um dos
últimos trabalhos do eterno “Zé do Caixão” nos cinemas.
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