quarta-feira, 30 de abril de 2025

MAD MAX (1979)


Mad Max, dirigido por George Miller, é um marco do cinema australiano e um exemplo pioneiro de ficção científica distópica com baixo orçamento. Lançado em 1979, o filme apresenta um mundo em colapso, marcado pela escassez de recursos e pelo colapso das instituições, cenário que serve de pano de fundo para uma história de vingança intensa e brutal. 

A trama acompanha Max Rockatansky (Mel Gibson, em início de carreira), um policial rodoviário tentando manter a ordem em um ambiente cada vez mais caótico. À medida que a sociedade desmorona, gangues de motoqueiros aterrorizam as estradas, e Max se vê pessoalmente atingido pela violência. A transformação emocional do protagonista — de um agente da lei em busca de justiça a uma figura fria e vingativa — é o eixo dramático do filme. 

Apesar de contar com recursos limitados, Mad Max impressiona pela criatividade técnica. As perseguições automobilísticas, filmadas com câmeras coladas ao asfalto, transmitem uma sensação crua de velocidade e perigo. O uso de locações áridas e estradas desertas reforça a atmosfera de desolação. O ritmo é eficiente, alternando momentos de tensão silenciosa com explosões de violência repentina.

O filme não oferece explicações elaboradas sobre o estado do mundo, mas essa ausência de contexto detalhado acaba funcionando a favor da narrativa: o colapso é sentido mais do que explicado, criando uma angústia constante no espectador. A violência, embora estilizada, não é gratuita; ela ilustra o desespero e a perda progressiva da humanidade que acomete o protagonista.

Mad Max pode não ter o refinamento técnico de grandes produções, mas compensa com ousadia estética e uma direção segura. O filme influenciou gerações de cineastas e ajudou a definir os contornos do subgênero “pós-apocalíptico” no cinema. Sua maior força está justamente na capacidade de fazer muito com pouco — e de apresentar um herói que, no fim das contas, não salva o mundo, mas apenas tenta sobreviver a ele. 

NOTA: 7,8/10

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