Ninja 2: A Vingança (Ninja: Shadow of a Tear), lançado em 2013 e novamente estrelado por Scott Adkins, é a sequência de Ninja (2010), também dirigida por Isaac Florentine. Continuando a história do protagonista Casey (Scott Adkins), o filme adentra uma trama de vingança após a morte de sua esposa, forçando Casey a buscar justiça contra aqueles responsáveis pelo ataque. Se o primeiro filme já oferecia boas sequências de ação, Ninja 2: A Vingança leva isso a um novo nível, mas ainda falha em construir uma narrativa envolvente e personagens mais complexos.
Uma
das principais melhorias do filme em relação ao seu antecessor é a ênfase na
ação, que é mais intensa e visceral. Florentine se dedica a criar lutas ainda
mais impressionantes e estilizadas, com Scott Adkins demonstrando sua
habilidade nas artes marciais em coreografias rápidas e bem executadas. As
cenas de combate são a principal atração do filme, com Adkins, como de costume,
se destacando por sua agilidade, potência e entrega física nas lutas. A
violência é mais brutal e sangrenta, o que aumenta a sensação de tensão durante
os confrontos, trazendo uma sensação de urgência e emoção para o filme,
especialmente para os fãs de filmes de ação e artes marciais.
No
entanto, o enredo segue a mesma fórmula simples do primeiro filme: vingança e
justiça pessoal. O filme começa com uma tragédia pessoal – a morte da esposa de
Casey – e, a partir daí, a história se desenrola com o protagonista em busca de
seus algozes. Embora a premissa seja direta e eficaz no que diz respeito a
motivar a jornada de Casey, o desenvolvimento da trama é bastante raso. A
vingança de Casey não possui muitas surpresas ou complexidade emocional, e os
personagens secundários continuam a ser pouco explorados, tornando difícil para
o espectador se conectar mais profundamente com a narrativa. O vilão, mais uma
vez, segue o clichê do antagonista impiedoso, sem grandes motivações além do
desejo de poder e domínio.
O
filme também se aprofunda pouco nas questões de identidade e honra que já
haviam sido introduzidas em Ninja,
e as relações interpessoais, como a que Casey tem com a memória de sua esposa,
não são exploradas de forma significativa. Embora haja um esforço para dar
maior peso emocional ao personagem principal, com ele buscando redenção e uma
justificativa para suas ações violentas, o desenvolvimento psicológico de Casey
ainda é limitado. Isso faz com que o protagonista, embora carismático e habilidoso,
não se torne alguém com quem o público se importe além de suas habilidades de
combate.
Além
disso, o roteiro, mais uma vez, carece de criatividade. O filme segue a linha
de muitos outros thrillers de ação e vingança, com poucos elementos inovadores
ou que se destaquem. Embora seja um filme de ação competente, a narrativa não
consegue equilibrar a ação com um desenvolvimento mais envolvente de
personagens ou de temas mais profundos. O filme foca mais em como as lutas
podem ser visualmente empolgantes do que em criar um enredo que cative o
espectador fora das cenas de combate.
A
cinematografia é eficaz, aproveitando ao máximo os cenários de combate,
principalmente nas lutas em ambientes fechados ou nas sequências de
perseguição. A iluminação sombria e a trilha sonora intensa reforçam o clima de
tensão e ação, mas novamente não há um elemento visual ou musical que faça Ninja 2: A Vingança se
destacar de outros filmes do gênero. A direção de Florentine é sólida, mas sua
ênfase em sequências de ação acaba deixando a parte dramática e narrativa do
filme em segundo plano.
Em resumo, é um filme que agradará aos fãs de Scott Adkins e das artes marciais, entregando uma dose intensa de lutas e ação. No entanto, como o seu antecessor, o filme peca ao não oferecer uma narrativa mais profunda ou personagens mais complexos. Se você está em busca de um filme com uma história mais envolvente ou com uma análise mais profunda sobre vingança e redenção, Ninja 2 pode ser frustrante. Por outro lado, para quem busca um entretenimento rápido e visualmente estimulante, repleto de combates emocionantes, o filme cumpre seu papel de maneira satisfatória.
NOTA: 6,7/10
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