quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

RUBBER: O PNEU ASSASSINO


Em algum lugar do deserto californiano, um pneu telepático acorda subitamente para uma missão demoníaca, isto é, assassinar todos os seres que vir pela frente. Os habitantes da região assistem incrédulos aos crimes cometidos por esta espécie de serial killer das rodovias, que se sente misteriosamente atraído por uma bela jovem. Em paralelo, uma investigação é lançada. 

Esse filme é Rubber: O Pneu Assassino, dirigido por Quentin Dupieux, e que foi lançado em 2010. Apesar de ser uma produção francesa, esse filme foi rodado nos EUA e é inteiramente filmado em inglês.


Rubber é um filme metalinguístico por que é um filme dentro de outro filme. Sim, dentro do filme há um grupo de pessoas que assiste ao próprio filme. Na introdução, há um discurso feito por um policial que, honestamente, é em essência a principal proposta do filme: nenhuma razão.

Esse filme é muitas vezes mal compreendido pelo público, pois embora ele seja trash, ele funciona muito bem com uma sátira de filmes de serial killers. E mesmo não sendo uma super produção, ele é feito com inteligência e se o espectador for atento aos detalhes, poderá perceber que esse filme não deve ser levado a sério.


E o fato do assassino ser um pneu, não significa que o filme precisa seguir os estilos de filmes de terror mais comuns. Até mesmo por que, no cinema há muitos assassinos bizarros como boneca, carro, morto-vivo, casa, etc. E disso ninguém reclama. Então qual o problema do assassino ser um pneu? Devemos ter em mente o seguinte: o filme só é ruim, não pelo que ele aborda e sim como ele aborda. E nessa linha de raciocínio que podemos diferenciar os filmes ruins que são bons, dos filmes ruins que são realmente ruins.

Rubber: O Pneu Assassino possui um roteiro complexo e obviamente sem nenhum sentido. Porém, é interessante observar algumas metalinguagens no filme. Durante a introdução, o policial está conversando com a câmera sobre uma série de coisas sem sentido, mas com comparações furadas como forma de justificar a bizarrice que o filme irá mostrar, e isso não é erro de roteiro, mas o personagem querendo dar uma de sabe tudo. E quem disse que ele falava com a câmera? Para a nossa surpresa, ele estava falando com o público dentro do filme que iria assistir ao filme.


Esse público representa o espectador. E é interessante notar como o roteiro o apresentou com uma série de realismos que envolvem as salas de cinema. Enquanto o filme está, pessoas conversando, uns querendo desistir, piratas gravando o filme, pessoas reclamando, etc.

Então, em meio a tantas bizarrices propositalmente feitas para fazer chacota, não devemos dizer que Rubber é um filme ruim e que é perda de tempo. Pois ele é ciente de suas estranhezas e sua proposta é cumprida muito bem. Além disso, o filme contém uma bela fotografia e algumas referências ao gênero faroeste. Portanto, deem uma chance e procurem compreender a premissa do longa, pois dessa forma você irá digerir melhor a mensagem que ele repassa. 

NOTA: 6,5/10

Veja o trailer no vídeo abaixo:

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