Sabe aquele filme em que a violência nele contida é capaz
de fazer cair o queixo? Pois é, O
Protetor é um desses filmes. Título original Tom Yum Goong, é um filme tailandês lançado em 2005 e é estrelado
por Tony Jaa, que havia ficado mundialmente conhecido com o filme Ong Bak. Novamente com a direção de
Prachya Pinkaew, este filme traz uma história simples, porém, um pouco mais
dramática. E mesmo que o filme contenha alguns furos, o seu maior impacto está
no grau de violência, cenas de luta maravilhosamente coreografadas e grandes participações
especiais, duas delas é a aparição de Nathan Jones, o gigante; e também temos a
imensa honra de ver um brasileiro atuando no filme, mas especificamente em uma
luta épica contra Tony Jaa, estou falando do capoeirista Lateef Crowder.
Sinopse: Kham (Tony Jaa), um jovem lutador, precisa ir para a
Austrália recuperar seu elefante roubado. Com a ajuda de um detetive, Khan tem
que lutar contra todos, incluindo uma gang liderada por uma mulher maligna e
seus dois guarda-costas mortais.
No começo, poderíamos imaginar que o ambiente do filme se passaria na mata, pois o protagonista junto com seu pai vive em uma aldeia, onde criam elefantes. Um desses elefantes é muito apegado com Khan que ainda era criança, pois eles passeiam juntos, o acompanha até a escola, brinca e tudo mais. Depois que esse elefante tem um filhote, Khan passa a considera-lo como seu irmão mais novo. Mesmo que elefantes não sejam animais de estimação, vale mencionar que em alguns países do sul e sudeste asiático, existem pessoas que o criam assim como um cachorro ou um gato. Então, podemos concluir que a família do protagonista sejam uma dessas pessoas.
No entanto, o filme chega a abordar algumas lendas sobre
um rei, que em uma guerra ele utilizava os ossos de seu elefante contra os
inimigos. No começo não entendemos o que essas lendas querem dizer, mas aos
poucos ela é mencionada depois que um grupo de mercadores roubam os dois
elefantes de Khan sob as ordens de uma traficante que reside em Sidney na
Austrália. O protagonista ao descobrir, viaja para o exterior à procura dos
elefantes, que para ele são parentes. E é aí que o ambiente do filme muda
completamente, pois o que antes eram as matas, agora se torna a bela e
movimentada cidade de Sidney, onde será palco de uma guerra, por assim dizer.
O filme tem a participação do ator Petchtai Wongkamlao, que havia interpretado o Humlee em Ong Bak, aqui ele faz um papel de sargento da polícia chamado Mark, onde acaba por cometer alguns delitos na área onde reside, principalmente quando ele liberta um preso que era seu conhecido. Mas ele não é um vilão. Quando Khan chega a Sidney, ele logo entra em uma encrenca ao pegar um táxi que na verdade era roubado. Um jogo de perseguições se inicia, quando os bandidos descobrem que alguém está atrás dos elefantes roubados, mas eles se aproveitam da encrenca envolvendo o táxi e os delitos do sargento Mark para fazer a mídia perseguí-lo. Mas, Khan não está nem aí se a polícia está atrás dele ou não, seu único interesse é recuperar seu “parente”.
Como dito no inicio, a violência do filme é tão grande
que é capaz de nos deixar de boca aberta. Tony Jaa no filme Ong Bak utilizava
em suas lutas, especialmente técnicas de Muay Boran (Muay Thai antigo), aqui
além de usar esse estilo, ele também apela para chaves de braço e nas pernas,
que são capazes de quebrar os ossos das juntas. E isso acontece em todo o
filme. Por isso, Tony Jaa ficou conhecido como o “esmagador de ossos”, uma denominação
que caiu muito bem nele. Há inclusive uma cena em que Khan luta contra dezenas
de homens, e que todos eles terminaram com os ossos quebrados, no entanto, é uma
cena bem surreal, por que imagine: enfrentar diversos caras, em que na maioria
deles estavam armados com faca e você sozinho, realmente é pra quem tem sangue
no olho.
Sua luta contra o capoeirista acontece dentro de um
templo que havia sido incendiado, uma cena histórica pra ser bem especifico! E
o gigante Nathan Jones é um dos principais adversários do protagonista. No
entanto, é durante a luta contra ele que o lance da lenda do rei vem à tona, e
nos dá uma breve explicação sobre como aquilo poderia se cumprir naquele
momento, pois parecia mais uma profecia, porém o filme não entra muito em
detalhes a respeito disso, talvez isso fosse confundir muito o espectador.
Agora uma das principais façanhas do filme O Protetor dando todo crédito ao diretor
é a cena que Khan invade um restaurante que ficava no quarto andar (se não me
engano) de um prédio controlado pelos responsáveis pelo roubo dos elefantes.
Nessa cena em que a câmera acompanha o protagonista subindo as escadas do
local, lutando contra capangas durante mais de 4 minutos, sem nenhum corte e
sem nenhum erro. Sim, essa é a principal façanha desse filme, claro que nada comparado com o brilhante plano de sequência visto no filme Festim Diabólico (1948), mas isso pode fazer com que os
cinéfilos, principalmente aqueles que não são muitos fãs desse gênero a
reconhecerem a qualidade dessa cena, que para mim é épica, uma das melhores que
já vi.
No fim de tudo, O
Protetor é um ótimo filme a ser assistido e reconhecido, não apenas pelas
lutas, mas pela qualidade técnica. Tony Jaa realmente impressiona! Aqui ele não
apenas se elevou mais ainda na carreira, como também inovou um novo estilo
diferente para filmes de artes marciais. Um reconhecimento merecido e que nos
agrada a ponto de acompanhar mais ainda a carreira do astro.
NOTA: 8/10
Veja o trailer no vídeo abaixo: