Após dois grandes filmes, James Wan e Leigh Whannell
produziram o terceiro filme da franquia Jogos
Mortais. O filme foi lançado em 2006, com a direção de Darren Lynn Bousman
e estrelado por Tobin Bell e Shawnee Smith. A princípio seria um desfecho de
uma trilogia, o que por sinal havia terminado de forma digna. Mas, como sabemos,
atualmente já existem oito filmes, sendo que a partir do quarto foram produções
caça-níqueis completamente desnecessárias.
Sinopse: Em Jogos Mortais 3,
Jigsaw (Tobin Bell) está à beira da morte, mas quer acompanhar o seu último
jogo. Sua assistente Amanda (Shawnee Smith) sequestra a médica Lynn (Bahar
Soomekh) para mantê-lo vivo até que Jeff (Angus Macfadyen) passe por três testes
distintos. Jeff é um homem transtornado que foi escolhido por Jigsaw por ter se
tornado vingativo e obcecado com a morte de seu filho, deixando de lado os
cuidados com sua outra filha. Lynn foi eleita por ser uma médica desleixada e
fria com seus pacientes, além de ser distante de sua família.
Jogos Mortais 3 é mais furioso do que seus antecessores, as
armadilhas e mortes são muito mais brutais, algumas até são meio surreais, mas
as cenas são tão fortes que são capazes de causar um incômodo nas pessoas
sensíveis. Por exemplo, uma mulher tem o corpo totalmente despedaçado, um homem
é preso com vários ganchos cravados em diversas partes de seu corpo, um
crânio e depois o cérebro sendo cortado, tudo isso em close, para arrepiar
mesmo o espectador. Porém, em termos de história, o filme não traz quase nada
de novo, exceto em flashbacks sobre a
vida de Jigsaw e suas primeiras vítimas, como Amanda. Também o filme mostra
alguns detalhes de como foi feito o jogo no banheiro que vimos no primeiro
filme.
Podemos dizer que foi a partir daqui que o filme começa a
declinar, por que os demais filmes que se segue após este traz as mesmas
situações: uma ou mais pessoas participam do jogo, mortes através de armadilhas
bem elaboradas, isso durante todo o filme e no final um desfecho que
surpreende. Confesso que o desfecho de Jogos
Mortais 3 é o que faz do longa ficar quase no mesmo nível que os dois
filmes anteriores. O ato final é tão chocante e bem feito que consegue fazer valer
a pena acompanhar sem medo de sair decepcionado.
Por outro lado, o elenco força um pouco na atuação,
exceto Shawnee Smith, a atriz vive uma Amanda deprimida e descontrolada, mesmo
quando ela diz ter sido ajudada com os jogos sádicos de Jigsaw. A melhor
interpretação do filme é a dela, sem dúvidas. A atuação de Tobin Bell é
diferente do que vimos antes, pois aqui ele é um homem debilitado e incapaz de
fazer mal a alguém, por isso seu desempenho foi controlado muito bem, sem
abusar da lógica. Os demais atores não conseguem mostrar medo e desespero
diante da situação na qual eles se encontravam, embora possa haver esforço
nesse sentido.
Mesmo com tantas torturas, o filme quase não tem um clima
de suspense, exceto quando chega ao clímax, que conforme já mencionado faz
valer o filme todo. No entanto, mesmo com pouco suspense que dura na maior
parte do tempo no longa, o filme não deixa a desejar quando seu assunto é
mostrar sangue e morte, que inclusive já vira a principal atração da franquia,
sem ter que se preocupar muito com a história.
Jogos Mortais 3, embora inferior aos dois primeiros não é um
filme decepcionante e muito menos o pior da franquia. Ele supera os demais
filmes que sucedem a ele com muita precisão, em especial por que sua ligação
com os acontecimentos do filme original faz com que a história de Jigsaw fique
mais completa e fácil de ser compreendida. Ao contrário das sequências que
mesmo que algumas delas tenham um desfecho que surpreende, a história em si não
colabora com quase nada, apenas se preocupa em continuar com os jogos sádicos
de Jigsaw que inclusive morre neste terceiro filme.
NOTA: 7,8/10
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Veja o trailer no vídeo abaixo: