É do
conhecimento de todos aqueles que acompanham o trabalho de Guillermo del Toro
há anos, que suas produções geralmente remetem a histórias sombrias, porém,
contadas de uma forma ilustre e sensível. O seu mais novo filme A Forma
da Água, título original The Shape of Water é mais um
filme fantástico para o currículo do cineasta. Esse filme foi lançado aqui no
Brasil no dia 01 de fevereiro desse ano de 2018, e como é óbvio, a maioria das
pessoas estavam com grandes expectativas, pois teve 13 indicações ao Oscar.
Eu também tinha grandes expectativas e a maioria delas foram saciadas com a produção, no entanto, eu não acho uma obra-prima do mesmo patamar do filme O Labirinto do Fauno, do mesmo diretor. Porém, pretendo ser justo ao falar dessa obra, pois reconheço com toda a minha sinceridade que o filme A Forma da Água foi dirigido com maestria e talento por del Toro, que provou ainda ter fôlego e criatividade para esse tipo de filme. O longa é estrelado por Sally Hawkins, Michael Shannon, Richard Jenkins, Octavia Spencer e Doug Jones.
Eu também tinha grandes expectativas e a maioria delas foram saciadas com a produção, no entanto, eu não acho uma obra-prima do mesmo patamar do filme O Labirinto do Fauno, do mesmo diretor. Porém, pretendo ser justo ao falar dessa obra, pois reconheço com toda a minha sinceridade que o filme A Forma da Água foi dirigido com maestria e talento por del Toro, que provou ainda ter fôlego e criatividade para esse tipo de filme. O longa é estrelado por Sally Hawkins, Michael Shannon, Richard Jenkins, Octavia Spencer e Doug Jones.
Sinopse: Em meio
aos grandes conflitos políticos e bélicos e as grandes transformações sociais
ocorridas nos Estados Unidos, Elisa (Sally Hawkins), zeladora em um laboratório
experimental secreto do governo, conhece e se afeiçoa a uma criatura anfíbia
(Doug Jones) mantida presa no local para experimentos. Para elaborar um
arriscado plano de fuga, ela recorre a um vizinho (Richard Jenkins) e à colega
de trabalho Zelda (Octavia Spencer).
Pode soar muito estranho para as pessoas que não são acostumadas com o estilo de Del Toro, afinal, uma mulher se apaixonar por uma criatura bizarra é algo meio maluco. Porém, é esse o jeito que Guillermo del Toro está acostumado a trabalhar, e se não levar em conta a criatividade e o estilo do cineasta, você está assistindo o filme errado. A Forma da Água é um filme bonito sim, o romance entre humano e monstro não é nenhuma novidade quando nos lembramos de A Bela e a Fera, mas o filme em questão aqui tem uma simplicidade e particularidade que o difere de quaisquer clichês que a princípio possa ter.
Pode soar muito estranho para as pessoas que não são acostumadas com o estilo de Del Toro, afinal, uma mulher se apaixonar por uma criatura bizarra é algo meio maluco. Porém, é esse o jeito que Guillermo del Toro está acostumado a trabalhar, e se não levar em conta a criatividade e o estilo do cineasta, você está assistindo o filme errado. A Forma da Água é um filme bonito sim, o romance entre humano e monstro não é nenhuma novidade quando nos lembramos de A Bela e a Fera, mas o filme em questão aqui tem uma simplicidade e particularidade que o difere de quaisquer clichês que a princípio possa ter.
Falando
da protagonista Elisa, ela é uma mulher que vive só, é muda e sua companhia é
nada mais do que a sua colega de trabalho Zelda. Mas, desde o começo percebemos
que Elisa não se sente completa, no sentido de haver algo que mude sua maneira
de enxergar o mundo. E ao conhecer a criatura que está presa no laboratório de
onde ela trabalha, Elisa passa a ver na criatura uma espécie de espelho. Como
assim espelho? A criatura não fala e tem dificuldade de se adaptar ao novo
ambiente, e um dos aspectos mais importantes que o filme aborda que é a
intolerância com respeito às diferenças. Isso é visto com a criatura que sofre
terríveis maus tratos e também com pessoas da classe de Elisa, que é uma
simples faxineira. E é nesse aspecto que ela enxerga na criatura uma espécie de
reflexo, daí entendemos o porquê de sua paixão por ele. Nisso, se percebe
claramente que o filme faz uma imensa crítica quanto a intolerância, e para mim
em particular, isso foi o forte do longa.
Doug Jones interpretando o monstro é sensacional! Vale lembrar que ele já faz há muito tempo papéis semelhantes, inclusive foi ele que encarnou o Fauno e o Homem-Pálido no filme O Labirinto do Fauno. Portanto, seu desempenho nesse novo filme de del Toro é também um dos pontos altos da produção, e os atores coadjuvantes como Richard Jenkins e Octavia Spencer cumprem seus papéis de forma excelente. Por isso, outro ponto positivo para o filme é o elenco forte.
O mundo fantástico abordado nesse filme irá nos mostrar que o monstro cruel é o próprio ser humano. E isso é uma verdade incontestável! Ninguém discorda do fator de que o homem é ganancioso e egoísta, que é capaz de tudo para saciar sua ambição. Em A Forma da Água isso é amplamente nítido com o personagem de Michael Shannon, que controla o laboratório e é o principal responsável por manter a criatura em cativeiro. Por outro lado, o filme não é tendencioso nesse aspecto, ele ainda mostra a empatia do ser humano quando se vê diante de tanta crueldade.
Doug Jones interpretando o monstro é sensacional! Vale lembrar que ele já faz há muito tempo papéis semelhantes, inclusive foi ele que encarnou o Fauno e o Homem-Pálido no filme O Labirinto do Fauno. Portanto, seu desempenho nesse novo filme de del Toro é também um dos pontos altos da produção, e os atores coadjuvantes como Richard Jenkins e Octavia Spencer cumprem seus papéis de forma excelente. Por isso, outro ponto positivo para o filme é o elenco forte.
O mundo fantástico abordado nesse filme irá nos mostrar que o monstro cruel é o próprio ser humano. E isso é uma verdade incontestável! Ninguém discorda do fator de que o homem é ganancioso e egoísta, que é capaz de tudo para saciar sua ambição. Em A Forma da Água isso é amplamente nítido com o personagem de Michael Shannon, que controla o laboratório e é o principal responsável por manter a criatura em cativeiro. Por outro lado, o filme não é tendencioso nesse aspecto, ele ainda mostra a empatia do ser humano quando se vê diante de tanta crueldade.
Portanto,
o filme não vai abordar apenas o romance e sim diversos pontos importantes, que
juntando com as brilhantes atuações e uma direção talentosa, nos obriga a
concordar que as indicações ao Oscar foram merecidas, e até que ocorra a
cerimônia de premiação (que ocorrerá no próximo dia 4 de março), ficamos na
expectativa de quantos Oscar o filme A Forma da Água poderá
conquistar.
De modo geral, A Forma da Água é um filme mágico e ao mesmo tempo angustiante. Um dos pontos negativos que achei, foi que o roteiro forçou bastante da metade para o fim, mas não forçou a ponto de derrubar a produção, o desfecho foi uma espécie de alívio e que terminou muito bem. Por isso, não posso dizer que foi um filme que começou bem e decepcionou, porém, eu não achei uma obra-prima daquelas que te faz assistir várias e várias vezes, o filme tem sim seus méritos e dignamente reconhecidos, todavia, não é o melhor filme de Guillermo del Toro.
De modo geral, A Forma da Água é um filme mágico e ao mesmo tempo angustiante. Um dos pontos negativos que achei, foi que o roteiro forçou bastante da metade para o fim, mas não forçou a ponto de derrubar a produção, o desfecho foi uma espécie de alívio e que terminou muito bem. Por isso, não posso dizer que foi um filme que começou bem e decepcionou, porém, eu não achei uma obra-prima daquelas que te faz assistir várias e várias vezes, o filme tem sim seus méritos e dignamente reconhecidos, todavia, não é o melhor filme de Guillermo del Toro.
ATUALIZAÇÃO
05/03/2018: A Forma da Água venceu 4 categorias do Oscar,
entre eles são: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Trilha Sonora e Melhor
Direção de Arte. Para mais informações sobre os demais premiados na noite de
cerimônia realizada no dia 4 de março, acesse o link.
NOTA: 7,8/10
Veja o
trailer no vídeo abaixo: