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quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

JOGOS MORTAIS 3


Após dois grandes filmes, James Wan e Leigh Whannell produziram o terceiro filme da franquia Jogos Mortais. O filme foi lançado em 2006, com a direção de Darren Lynn Bousman e estrelado por Tobin Bell e Shawnee Smith. A princípio seria um desfecho de uma trilogia, o que por sinal havia terminado de forma digna. Mas, como sabemos, atualmente já existem oito filmes, sendo que a partir do quarto foram produções caça-níqueis completamente desnecessárias.

Sinopse: Em Jogos Mortais 3, Jigsaw (Tobin Bell) está à beira da morte, mas quer acompanhar o seu último jogo. Sua assistente Amanda (Shawnee Smith) sequestra a médica Lynn (Bahar Soomekh) para mantê-lo vivo até que Jeff (Angus Macfadyen) passe por três testes distintos. Jeff é um homem transtornado que foi escolhido por Jigsaw por ter se tornado vingativo e obcecado com a morte de seu filho, deixando de lado os cuidados com sua outra filha. Lynn foi eleita por ser uma médica desleixada e fria com seus pacientes, além de ser distante de sua família.

Jogos Mortais 3 é mais furioso do que seus antecessores, as armadilhas e mortes são muito mais brutais, algumas até são meio surreais, mas as cenas são tão fortes que são capazes de causar um incômodo nas pessoas sensíveis. Por exemplo, uma mulher tem o corpo totalmente despedaçado, um homem é preso com vários ganchos cravados em diversas partes de seu corpo, um crânio e depois o cérebro sendo cortado, tudo isso em close, para arrepiar mesmo o espectador. Porém, em termos de história, o filme não traz quase nada de novo, exceto em flashbacks sobre a vida de Jigsaw e suas primeiras vítimas, como Amanda. Também o filme mostra alguns detalhes de como foi feito o jogo no banheiro que vimos no primeiro filme.

Podemos dizer que foi a partir daqui que o filme começa a declinar, por que os demais filmes que se segue após este traz as mesmas situações: uma ou mais pessoas participam do jogo, mortes através de armadilhas bem elaboradas, isso durante todo o filme e no final um desfecho que surpreende. Confesso que o desfecho de Jogos Mortais 3 é o que faz do longa ficar quase no mesmo nível que os dois filmes anteriores. O ato final é tão chocante e bem feito que consegue fazer valer a pena acompanhar sem medo de sair decepcionado.

Por outro lado, o elenco força um pouco na atuação, exceto Shawnee Smith, a atriz vive uma Amanda deprimida e descontrolada, mesmo quando ela diz ter sido ajudada com os jogos sádicos de Jigsaw. A melhor interpretação do filme é a dela, sem dúvidas. A atuação de Tobin Bell é diferente do que vimos antes, pois aqui ele é um homem debilitado e incapaz de fazer mal a alguém, por isso seu desempenho foi controlado muito bem, sem abusar da lógica. Os demais atores não conseguem mostrar medo e desespero diante da situação na qual eles se encontravam, embora possa haver esforço nesse sentido.

Mesmo com tantas torturas, o filme quase não tem um clima de suspense, exceto quando chega ao clímax, que conforme já mencionado faz valer o filme todo. No entanto, mesmo com pouco suspense que dura na maior parte do tempo no longa, o filme não deixa a desejar quando seu assunto é mostrar sangue e morte, que inclusive já vira a principal atração da franquia, sem ter que se preocupar muito com a história.

Jogos Mortais 3, embora inferior aos dois primeiros não é um filme decepcionante e muito menos o pior da franquia. Ele supera os demais filmes que sucedem a ele com muita precisão, em especial por que sua ligação com os acontecimentos do filme original faz com que a história de Jigsaw fique mais completa e fácil de ser compreendida. Ao contrário das sequências que mesmo que algumas delas tenham um desfecho que surpreende, a história em si não colabora com quase nada, apenas se preocupa em continuar com os jogos sádicos de Jigsaw que inclusive morre neste terceiro filme. 

NOTA: 7,8/10


Veja o trailer no vídeo abaixo:

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

ACONTECEU NAQUELA NOITE (1934)


Essa semana tive o imenso prazer de assistir uma das maiores comédias românticas da história do cinema. O primeiro filme a conquistar cinco das categorias mais importantes do Oscar: filme, diretor, ator, atriz e roteiro. Estou falando do filme It Happened One Night, no Brasil conhecido como Aconteceu Naquela Noite lançado há quase 84 anos no ano de 1934, e ainda assim continua cativando gerações e mais gerações. Creio que esse pode ser um dos principais filmes a se recomendar quando vemos alguém falar mal dos filmes antigos.

Aconteceu Naquela Noite é um filme doce, engraçado e cheio de energia que ainda continua de pé desde o seu lançamento. O filme foi dirigido por Frank Capra (1897-1991) e é baseado na história de Samuel Hopkins Adams (1871-1958) e é protagonizado por Clark Gable (1901-1960) e Claudette Colbert (1903-1996).


Sinopse: Peter Warren (Clark Gable), um jornalista desempregado, encontra Ellie (Claudette Colbert), a filha mimada de um milionário que havia fugido do iate de seu pai, pois este não aprova quem ela escolheu como marido. Peter vê a oportunidade de obter uma boa matéria, mas vários fatos criam uma forte aproximação entre eles.

Logo de cara, o filme nos prende quando nos deparamos com uma situação mais que óbvia e que filmes e novelas posteriormente imitariam várias e várias vezes. Ellie ao fugir do pai seguindo caminho sozinha para Nova York, se encontra com o jornalista que aos poucos tenta provocar a linda jovem na tentativa de conseguir seu objetivo: a reportagem. Como ele sabia quem era ela e que seu pai era um milionário, nada melhor do que aproveitar a chance de fazer a matéria do século, onde jornais famosos iriam se interessar com o desfecho dessa história.


Ellie, por ser uma garota mimada, acha que pode cuidar de si mesma sozinha, mas durante a viagem, sua mala é roubada, homens estranhos tentam paquerá-la, o ônibus acaba caindo em um lamaçal, é zombada por outras mulheres e tem de se esconder dos homens que a procuram a mando de seu pai, entre muitas outras situações que são capazes de deixa-la fora de si. Mas Peter é uma espécie de salvador, e mesmo que inicialmente a relação dos dois não seja muito amigável, aos poucos eles vão se aproximando e cuidando um do outro, resolvendo problemas, improvisando dinheiro e vantagem para seguir em frente.

Nesse parte do filme, onde os dois tentam continuar seguindo em frente na viagem sem o ônibus, eles conseguem se disfarçar e enganar os homens que estavam procurando por ela, conseguem empenhar roupas e objetos para conseguir dinheiro e também pedir carona, inclusive uma das cenas mais famosas desse filme é no momento onde Peter ensina como se deve pedir carona, utilizando gestos que possam fazer com que os motoristas parem, e o engraçado de acompanhar essa cena é que nenhum carro na estrada para pra ele. Depois de desistir, Ellie se oferece para tentar, e mesmo com Peter debochando dela, ela consegue parar o primeiro carro que passa, utilizando o método que foi imitado em inúmeros desenhos, como o pica-pau, que é mostrar as pernas para o motorista. 


Outra cena que vale a pena mencionar aqui, é quando os dois pombinhos discutem no meio do mato durante a noite, Ellie dizendo que não precisava de Peter e que pode muito bem cuidar de si mesma sozinha sem a ajuda dele, e Peter se afasta do local por um momento em busca de comida, e ao perceber que ele não estava no local, Ellie se desespera. E na hora eu perguntei: cadê a mulher que diz saber cuidar de si mesma sozinha? É muito engraçado esse filme e sinceramente é impossível não amar.

O filme possui uma boa narrativa que irá conduzir tudo aquilo para uma convivência mais profunda entre os dois protagonistas, e que mesmo diante de inúmeras barreiras que os impedirá de se comprometerem um com o outro, chega uma hora em que eles pretendem ir até o fim para viver esse amor. Vale mencionar que a química entre os atores é muito eficaz, não é atoa que os dois tenham conquistado o Oscar. Clark Gable e Claudette Colbert são ótimos atores e que naquela década de 30 haviam participado em outras obras que valem a pena assistir, como por exemplo, Gable protagoniza o impecável E o Vento Levou (1939); e Colbert protagoniza a divertida e também comédia romântica A Oitava Esposa do Barba Azul (1938). São apenas alguns dos grandes exemplos de relíquias daquela década inesquecível na história da sétima arte. 

NOTA: 10/10

Observação: Como o filme está em domínio público, poderá assistir online ou baixar no site VK, clicando aqui, mas para assisti-lo, terá que fazer um cadastro no site.

domingo, 28 de janeiro de 2018

ÚLTIMA PARADA 174


Última Parada 174 é um filme brasileiro dirigido por Bruno Barreto e lançado em 2008. O filme conta a história verídica de Sandro Barbosa do Nascimento, um menino de rua que sobreviveu à chacina da Candelária que ocorreu no ano 1993, e ele virou noticia no país inteiro após sequestrar o ônibus 174, mantendo várias pessoas como reféns sob posse de uma arma de fogo. O longa é estrelado por Michel Gomes, Marcello Melo Jr, Cris Vianna, Anna Cotrim e André Ramiro. O filme chegou até mesmo a ser escolhido para representar o Brasil na disputa pelo Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, mas não recebeu a indicação.

Bem, o filme Última Parada 174 retrata acontecimentos que giram em torno de dois jovens, Alessandro (Marcello Melo Jr) que havia sido tirado dos braços de sua mãe Marisa (Cris Vianna) que era viciada em drogas por traficantes. Assim sendo, o garoto cresce no ambiente do tráfico, se tornando posteriormente um bandido. E o outro garoto é o protagonista do longa, Sandro (Michel Gomes) que após sua mãe ter sido assassinada, foi morar com os tios, mas que depois foge para Copacabana, local dos sonhos de sua mãe. Mas como não tinha muito dinheiro, ele se envolve com crianças de rua e cai no vício das drogas, foi até mesmo apelidado de “Alê”.

Dois contextos sociais diferentes são abordados para desenvolver os dois jovens que por acaso acabam se esbarrando um com o outro. Após Sandro sobreviver à covarde chacina da Candelária, ele recebe abrigo de uma ONG, mas acaba fugindo e continua a usar drogas, até que um dia foi preso por porte de entorpecentes. E é na prisão que Sandro e Alessandro se conhecem, tornam-se amigos, fogem e passam a conviver juntos. Sandro briga com seu companheiro e pede ajuda a algumas pessoas que ele conhece, como por exemplo, uma jovem a quem ele gostava e que trabalhava como garota de programa.

Paralelamente, Marisa agora recuperada das drogas é uma mulher da igreja e é casada com o pastor local. Determinada a reencontrar o seu filho, ela passa a acreditar que Sandro, por ter o apelido de “Alê” é o seu filho, e dessa forma ela o acolhe na sua casa, mesmo a contragosto do marido. Mas aos poucos ela percebe que “seu filho” não está determinado a mudar e o expulsa de casa, e é nesse contexto que o jovem rouba uma arma do marido de Marisa (pastor com porte de arma??), e sequestra o ônibus 174, que termina com a morte de uma das reféns e Sandro é preso e morto asfixiado dentro da viatura. O famoso sequestro virou notícia em todo o Brasil no ano 2000.

Bom, analisando os acontecimentos do filme, podemos perceber que sua intenção principal é fazer de Sandro uma vítima da sociedade. Ele não sabe ler, não teve oportunidades, foi jogado no submundo e sua morte é uma consequência de tudo isso. Bruno Barreto obteve bom êxito na direção e os atores foram ótimos, principalmente o jovem Michel Gomes. Mas senti que o clima do filme perdeu um pouco do ritmo colocando Alessandro, o verdadeiro filho de Marisa para escanteio, se bem que sua participação não era tão importante quanto à de Sandro, afinal, a história do filme é dele. 

Mas, mesmo assim podemos notar que aquele que foi criado com traficantes, se torna traficante, comete os mais bárbaros dos crimes e no final é visto como alguém com sentimentos. Sério gente... é difícil engolir isso. Porém, se estamos a falar de desenvolvimento de personagens, o filme cumpre seu papel, mas de importantes acontecimentos como a Chacina da Candelária, não sabemos muito como o porquê aquilo acontece, só sabemos que o protagonista do filme estava lá e que seria um sobrevivente.

Mas, sinceramente acho muito tendencioso tentar culpar a sociedade pela vida inútil e infeliz de Sandro Barbosa. O filme dar a entender que a sociedade não o acolheu e não deu oportunidades grandiosas para que ele vivesse como um cidadão comum. Mas, espera um pouco... Como assim a sociedade não deu oportunidades? Pra que serviu a ONG na qual o garoto ingressa e foge de lá por que quis? Por que ele fugiu quando foi morar com os tios e cair nas drogas em Copacabana? Por que ele não teve atitude para mudar quando sua suposta mãe, mesmo que erroneamente o acolhe acreditando ser seu filho, já que ali ele teria uma chance de ouro para sair do mundo das drogas e do crime? Pra que diabos ele recusa a aprender a ler e escrever quando alguém lhe oferece a chance?

Muita gente diz que a sociedade influência na vida dos jovens e o que eles irão se tornar. Nisso eu concordo. Mas, cá entre nós, não foi o caso de Sandro Barbosa. Mesmo que ele tenha vivido em um contexto social, onde é quase que inevitável cair no mundo do crime, as oportunidades para mudar para um rumo melhor na vida foi o que não faltou para ele! Ele rejeitou tudo o que talvez pudesse ajuda-lo na vida por que quis, por que foi um tremendo idiota! Não se deve culpar apenas a sociedade e fazer do cara uma vítima. Isso não cola. E que apesar dele não ter matado ninguém e sim fingindo matar durante o sequestro, exceto a professora a quem ele usou como escudo ao sair do ônibus, não faz dele de vítima coisa nenhuma.

A qualidade do filme Última Parada 174 é boa, e as atuações conforme já mencionado também. Como uma produção cinematográfica, o filme foi bem conduzido em sua narrativa, mas Bruno Barreto infelizmente peca ao desenvolver mal algumas situações e alguns personagens, e principalmente por trazer uma mensagem por trás altamente tendenciosa, onde se prestarmos atenção, o próprio filme em si, irá contrariar qualquer tendência de fazer do jovem protagonista uma vítima, e a sociedade a vilã da história. 

NOTA: 5,5/10

Veja o trailer no vídeo abaixo: 

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

UMA LINDA MULHER


Garry Marshall é especialista em comédias românticas, sendo que uma de suas obras mais conhecidas havia marcado época logo no início da década de 90. Uma Linda Mulher, título original Pretty Woman é um filme de 1990 que originalmente iria tratar de uma advertência sobre a obscura classe de prostituição de Los Angeles, mas essa intenção muda para uma divertida comédia romântica que fez muito sucesso tanto nas bilheterias, quanto no público em geral, sendo até mesmo considerado como uma das comédias românticas mais populares de todos os tempos. O filme é protagonizado por Richard Gere e Julia Roberts (que não era muito conhecida na época), e com atores coadjuvantes contamos com os nomes de Ralph Bellamy, Jason Alexander, Laura San Giacomo e Hector Elizondo.

Sinopse: O filme conta a história de uma atraente prostituta chamada Vivian Ward (Julia Roberts) que conhece por acaso o milionário Edward Lewis (Richard Gere), que a contrata por uma semana e que acaba apaixonando-se por ela. No período em que a garota é contratada pelo milionário, ela se transforma em uma mulher elegante, para acompanha-lo em compromissos sociais. No entanto, os dois começam a se envolver mais profundamente, nascendo uma grande e divertida amizade, além de um carinho imenso, e assim, a relação cliente/garota de programa modifica-se para um relacionamento envolvendo sentimento entre homem e mulher e os dois acabam se apaixonando verdadeiramente e terão que enfrentar qualquer dificuldade para poderem viver esse grande amor, que é cercado de muitos preconceitos da sociedade, pelo fato dela ser uma simples prostituta do subúrbio e ele, um homem conceituado perante as pessoas.


Pra falar desse filme, é impossível não se cativar pelo desempenho de Roberts, que inclusive ganhou um Globo de Ouro e foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz, sem dúvida foi um marco muito grande na carreira da atriz, que a partir daí ficou mundialmente famosa no mundo do cinema. Uma Linda Mulher é um filme doce, divertido, sem exageros e principalmente cativante por conta da imensa sintonia que há entre os dois personagens principais, o que de modo bem direto transforma qualquer clima chato que houver em situações divertidas e cômicas, que agrada aqueles que apreciam o gênero.

É interessante a forma em que dois protagonistas se chocam um com o outro. Ele perdido na cidade dirigindo um carro com dificuldade, pede ajuda a uma garota de programa que aparece, e ao perceber o carisma da jovem e seu modo de se comportar na frente de alguém, atrai o empresário que a contrata para ser sua acompanhante. A princípio, eles apenas tratam de negócios, nada além disso iria acontecer, mas é muito previsível o fato de um homem e uma mulher juntos no mesmo apartamento ficarem trocando olhares e carinhos um com outro, não da outra, é paixão na certa. Mas não significa que o filme irá seguir uma linha narrativa simples e sem dificuldades.


Apesar de ser uma prostituta, Vivian não gosta do estilo de vida que leva, sua situação financeira é que nos fará compreender seus motivos de usar seu belo corpo em troca de dinheiro, e ela tem suas regras para os clientes, por exemplo, nada de beijo na boca, pois ela considera isso muito íntimo e pode gerar sentimentos nada “profissionais”. E ao conhecer um cara rico, simpático e carente, ela o enxerga como a solução para seus problemas financeiros, mas aos poucos vai perceber que o dinheiro apenas não irá fazê-la feliz, pois há algo bem maior que os aguarda. No decorrer do filme somos presenteados com ótimas cenas engraçadas da parte de Julia Roberts e sua personagem tentando agir corretamente ao entrar como uma mulher da alta sociedade, ao mesmo tempo em que ela enfrenta o preconceito das pessoas que a julgam pela aparência.

É claro perceber que Vivian não é uma pessoa má e nem sequer usa algum tipo de droga ou que planeja prejudicar Edward, longe disso. Ela tem bom coração e tenta ajuda-lo em seus compromissos, fazendo o possível para se comportar, embora na maioria das vezes tenha fracassado, devido aos seus costumes não se adequar para uma mulher de classe alta. Por isso, há algo que o filme deixa marcado em nossas mentes: não julgue ninguém pela aparência, pois não sabemos como e porque a pessoa é assim e nem em quais circunstâncias ela se encontra. No final da trama, Vivian e sua amiga conseguem largar esse mundo obscuro que não apenas a afeta emocionalmente como também psicologicamente, em outras palavras, todos os acontecimentos do filme acabam por beneficiar os personagens.

Edward por outro lado, é um homem rico e cheio de condições para fazer o que quiser, mas percebe-se que por dentro, ele é um homem triste, solitário, sem objetivo na vida. Sendo rodeado de negócios e mais negócios, ele não conhece muito, ou melhor dizendo, não está familiarizado com companhias. Mas sua escolha por uma prostituta para ser sua acompanhante durante uma semana foi algo bem incomum, mas causou resultados que nem sequer imaginaria. Sua convivência com Vivian, além de fazê-lo enxergar mais sobre a vida amorosa, um mundo completamente diferente do seu e os benefícios que possa ter a partir disso, ele se torna mais homem e firme em decisões com seu dinheiro que não iria apenas beneficiá-lo, mas também a outros.


Creio que um dos principais aspectos a serem criticados no filme é o preconceito com pessoas de classe baixa, e ainda por cima se tratando de uma garota de programa. Mas o filme não faz isso de modo a nos causar apenas revolta das pessoas egoístas, o clima de comédia misturado com duas sociedades distintas que se chocam uma com a outra conseguem refletir com tamanha precisão a qualidade do filme em termos de comédia mesclada com uma crítica social, tudo de uma forma divertida e atraente.

Além das ótimas atuações, o filme é recheado com uma boa fotografia e uma trilha sonora cativante! A música “Oh, Pretty Woman”, de Roy Orbison inspirou o título do filme e é impossível não identificarmos ao ouvi-la hoje em dia. Mas, particularmente eu gosto mais da canção It Must Have Been Loveda dupla Roxette (na qual sou muito fã), e o filme promoveu a música e a banda, que havia se tornado um fenômeno nas rádios de todo o mundo, o sucesso disso se deu após o estouro do filme nas telas do cinema. Uma Linda Mulher é uma das melhores comédias românticas que já vi, e é o meu filme preferido da Julia Roberts. Muito divertido, sexy, romântico, fino e principalmente por saber misturar temas obscuros da sociedade com situações inusitadas que nos entretém e nos motiva a rever quantas vezes for preciso. 

NOTA: 9,4/10

Veja o trailer no vídeo abaixo:

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

OLHOS FAMINTOS 2


A sequência de Olhos Famintos apresenta mais intensidade com ação, violência e sangue em relação ao anterior que focava mais no suspense. Olhos Famintos 2 foi lançado em 2003 e novamente dirigido por Victor Salva. E mesmo que os personagens que compõem essa sequência não têm absolutamente nada a ver com o filme anterior, a história é de fato a continuação do monstro Creeper. E apesar de ter opiniões mistas a respeito, esta é uma boa sequência que acerta em alguns aspectos, enquanto peca em outros, todavia, por ter seus defeitos não deixa de ser uma boa diversão para os fãs de filmes de terror. Dessa vez, o filme é estrelado por Ray Wise, Nicki Aycox, Marieh Delfino e Jonathan Breck que reprisa seu papel do monstro e figura central do filme.

Sinopse: Dias depois dos acontecimentos do primeiro filme, um ônibus escolar repleto de jogadores de basquete, técnicos e líderes de torcida, acaba ficando parado no meio de uma estrada deserta por conta de que o pneu é furado misteriosamente por um objeto que mais parecia ser feito de dentes e ossos. Lá eles precisam confrontar um perigoso monstro “Creeper”, que era o responsável por furar os pneus do ônibus. A criatura ressurge a cada 23 anos e tem 23 dias para comer, e agora ele estava no último dia antes de sua hibernação, por isso ele estava ansioso para um banquete. Ao mesmo tempo, um fazendeiro e seu filho mais velho partem em busca do monstro, na intenção de destruí-lo de uma vez por todas em vingança pela morte de um menino.

O filme pode ser considerado superior ao primeiro quando levamos em conta o fato de monstro ser mais explorado, como por exemplo, o vemos voar várias vezes, seu rosto é claramente focado, o porquê ele se alimenta de humanos, entre outras coisas. Também a carnificina é muito maior, já que havia mais pessoas que seriam vítimas do monstro que escolhe cuidadosamente aqueles que mais lhe agradam. O filme é cheio de cenas assustadoras, e quando o grupo do ônibus se veem cercados por um mostro horrível que quer se alimentar deles, aumenta muito o clima claustrofóbico e aterrorizante da produção. Sem dúvida, agradou muitos fãs, porém, os mais exigentes o rebaixaram por conta de alguns furos no roteiro. Mas, o filme anterior apresenta um tema mais misterioso e com um clima de suspense e medo bem maior, além de desenvolver bem os personagens principais, isso é o que o torna mais superior em relação ao segundo. Em resumo, cada um tem suas vantagens e será mais apreciada de acordo com o gosto da pessoa.

As cenas iniciais são uma das melhores já vistas na trilogia. Em uma plantação, a criatura se disfarça de um espantalho para poder fazer sua vítima que é um garoto filho do fazendeiro. Ao se aproximar do “espantalho”, o menino logo nota que há algo errado e de repente a criatura se mexe, causando um pânico enorme no jovem e no espectador. E ao captura-lo, o pai do garoto vê o fim trágico de seu filho sem poder fazer nada, mas o sentimento de vingança o domina, e é o que culminará na caçada que iremos presenciar a partir da metade do filme.

A criatura parece mais agressiva e faminta, e parece se divertir com os jovens do ônibus, escolhendo um a um quem ele quer. E com o “Creeper” é assim: se ele te escolher, já era meu amigo, nada irá impedir dele te devorar. Notamos também claramente que ele parece ser imortal e cada ferimento grave que possam fazer nele, ele consegue regenerar se alimentar-se da parte afetada, como acontece em uma cena aterrorizante, onde ao ser ferido no olho causando um grande estrago na cabeça, a criatura pega um dos personagens e arranca-lhe a cabeça e ao devorá-la ele consegue transforma-la em uma nova cabeça que iria substituir outra. Realmente, esse demônio é muito sinistro!

Além de perseguir e matar a maioria dos jovens que estavam no ônibus, o monstro ainda trava uma luta contra o pai do garoto a quem ele matou no inicio do filme. O fazendeiro sedento por vingança não irá descansar enquanto não acabar com a criatura. Algumas cenas de ação bem violentas, sangue, morte, mutilações e vingança é o que não falta em Olhos Famintos 2. Além do Creeper, o jovem Darry, personagem do primeiro filme que havia sido morto pelo monstro faz uma pequena aparição, e é juntamente nesse contexto que o filme peca ao introduzir uma das personagens como uma médium, algo bem forçado pra ser sincero. Isso não colabora com nada, assim como a vidente do filme anterior que do nada aparece, e o filme nada explica sobre ela. Ou seja, o filme erra na mesma tecla, ao invés de tentar se desviar e apresentar outro aspecto mais plausível e que contribua com o filme.

Mas ainda assim, vale a pena assistir Olhos Famintos 2, e não da pra dizer qual é o melhor, alguns preferem o primeiro, enquanto outros preferem o segundo, particularmente eu prefiro os dois, por que o terceiro que foi lançado recentemente foi uma decadência total. Estava tão ansioso por ele, e me decepcionei, inclusive foi um dos piores filmes do ano de 2017. Ainda irei escrever uma crítica sobre ele para desabafar. Para se ter uma ideia de como poderia ser bem melhor o terceiro filme da franquia que todos achavam que continuaria de onde parou o segundo, ou seja, 23 anos depois (a cena final de Olhos Famintos 2 é bem clara quanto a isso), mas os produtores resolveram estragar o encerramento da trilogia desconsiderando totalmente essa perspectiva e literalmente enterraram o monstro “Creeper” com um filme totalmente sem nexo e incoerente. Na resenha sobre ele que em breve será publicada aqui no blog, você irá entender melhor do que eu estou falando. 

NOTA: 7,5/10

ATUALIZAÇÃO 19/10/18: Resenha de Olhos Famintos 3 já está disponível, clique aqui.

Veja o trailer de Olhos Famintos 2 no vídeo abaixo:

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

ALIEN, O OITAVO PASSAGEIRO


Ridley Scott era um cineasta desconhecido até que no ano de 1979 ele trouxe para as telas do cinema um dos alienígenas mais famosos e admirados na sétima arte. Estou falando dos Xenomorfos, mais conhecido apenas como Alien. O filme de Ridley Scott conhecido aqui no Brasil como Alien, O Oitavo Passageiro estourou as telas e cativou o público e a crítica. O sucesso foi tão grande que além de obter um grande feito nas bilheterias, chegou a conquistar o Oscar de Melhores Efeitos Visuais. O longa é um clássico do final da década de 70 e é aquele filme obrigatório para qualquer cinéfilo. O filme é estrelado por Sigourney Weaver, Tom Skerritt, Veronica Cartwright, Ian Holm e John Hurt.

Sinopse: Uma nave espacial, ao retornar para a Terra, recebe estranhos sinais vindos de um asteroide. Ao investigarem o local, um dos tripulantes é atacado por um estranho ser. O que parecia ser um ataque isolado se transforma em um terror constante, pois o tripulante atacado levou para dentro da nave o embrião de um alienígena, que não para de crescer e tem como meta matar toda a tripulação.


Uma verdade que tem de ser dita: o Alien é uma verdadeira máquina do terror. E que apesar de também ser uma ficção científica, o filme viria a se tornar uma das franquias mais famosas do gênero. No caso do filme original, quase tudo é feito com perfeição, sua narrativa, atuações, clima de tensão e medo. Ridley Scott marcou época com esta produção, e é considerada a melhor de toda franquia pela maioria do público.

No inicio do filme, o clima pode parecer um pouco parado, mas isso não significa que seja um defeito, por que era necessário que cada tripulante da nave acordasse e interagisse entre si, para que o espectador tenha uma noção de como é estar viajando pelo espaço, além de mostrar como eles iriam se encontrar com o alienígena. Por isso, o clima parado dura muito pouco quando alguns dos tripulantes saem da nave para checar um possível sinal que captaram em um asteroide, e é a partir daí que se dá inicio ao horror que o filme promete.

Achei interessante o fato do filme se passar durante uma viagem pelo espaço, onde era impossível obter ajuda fora para combater a ameaça alienígena. O Alien aparece também em HQs, assim como o outro alienígena famoso, O Predador. O design do monstro é horripilante e só de olhar ele, já podemos perceber sua natureza agressiva. Quando o Alien ataca um dos tripulantes, isso acontece quando um de seus ovos lança um parasita que gruda no rosto da vítima. E ao retornarem para a nave em busca de ajuda, são barrados por Ripley (Sigourney Weaver) que teme que a criatura possa ser nociva e comprometer a segurança de todos na nave, mas o oficial de Ciência Ash (Ian Holm) abre as portas contra as ordens de Ripley. O motivo que o leva a desobedecer é logo entendido antes do final, e não irei mencionar como isso acontece, pois pra quem ainda não viu o filme seria um spoiler grande.


Depois de se recuperar, o tripulante que havia sido atacado parecia bem e sem nenhuma sequela. Mas, apenas parecia. Pois o parasita o havia colocado um embrião dentro de seu corpo que mais tarde iria sair de dentro da vítima quebrando o tórax. E quando isso acontece, começa o inicio de uma caçada pela criatura que cresce muito rápido e que passa a matar os tripulantes um a um. É importante mencionar também que as mortes no filme são de grande impacto, capaz de incomodar pessoas sensíveis. Mas, se você gosta de filmes tensos e bizarros, Alien, O Oitavo Passageiro não deixa a desejar.

A condução do filme ao seu clímax gera efeitos devastadores nos personagens, e vale mencionar uma cena que acontece numa parte do final onde parecia que tudo estava bem, quando de repente a protagonista se vê diante da criatura em um local pequeno e apertado, sem poder mais sair pra nenhum lugar. Fiquei muito admirado com esse clássico e recomendo muito pra quem ainda não assistiu, é uma obra-prima muito aclamada pela crítica e público geral, o filme que inovou o tema sobre criaturas alienígenas e uma das grandes produções que gerou uma boa franquia digna de ser conferida. 

NOTA: 10/10

Veja o trailer no vídeo abaixo:

sábado, 20 de janeiro de 2018

UM DIA DE FÚRIA


Um Dia de Fúria, título original Falling Down é uma coprodução dos EUA, França e Reino Unido lançado em 1993, dirigido por Joel Schumacher e protagonizado por Michael Douglas e Robert Duvall. O filme é uma imensa crítica social ao nosso estilo de vida contemporâneo, além de abordar assuntos como economia, pobreza, mercantilismo, etc. O longa de 113 minutos de duração prende nossa atenção com a situação estressante em que se encontra o protagonista com respeito ao seu emprego e família, e que além de ter que lidar com isso, ele tem de enfrentar também uma série de burocracias do governo, de empresários, restaurantes, marginais e comerciantes na cidade, tudo em apenas um dia.

Sinopse: Martin Prendergast (Robert Duvall) é um policial no seu último dia de trabalho antes de se aposentar, e que arrisca a sua própria vida para tentar impedir William Foster (Michael Douglas), um homem que está emocionalmente perturbado porque perdeu o seu emprego e vai encontrar-se com Beth (Barbara Hershey), a sua ex-mulher, e de sua filha, sem querer reconhecer que o seu casamento já terminou há muito tempo. 


No seu caminho, William vai matando todos os que forem aparecendo no seu caminho e abusam de uma boa vontade que ele já perdera há muito tempo, como comerciantes estrangeiros, membros de uma gangue, trabalhadores que fecham uma rua, trabalhando sem razão apenas para não ter seus salários reduzidos, e um neonazista dono de uma loja que oferece artigos bélicos, que destrói o presente que William pretendia entregar à filha em seu aniversário, justamente nesse dia. 

É um dia extremamente estressante para o protagonista. Logo de cara, ele se encontra preso em um congestionamento. Irritado, abandona o carro e segue seu caminho a pé. E durante esse percurso, ele encontra toda sorte de pessoas que de algum modo o enfurece, por fornecer combustível para isso. Por exemplo, a cena onde ele pretende trocar dinheiro por algumas moedas, o comerciante estrangeiro o explora, exigindo que ele compre algo e ao fazer isso, é cobrado preço alto, o que por sua vez gera a revolta de William que quebra toda a loja com um taco. E no fim disso, ele chega a dizer para o comerciante as seguintes palavras:
"Você acha que eu sou o ladrão? Você é quem está me roubando, eu só estou exercendo meu direito como consumidor".
O que essa frase dita pelo protagonista quer nos dizer? Há como se identificar com uma situação igual a essa? Sem dúvida que sim. Pois no nosso país, por exemplo, quase todo mundo passa por exploração financeira, seja da parte de comerciantes ou do próprio governo. Vale mencionar também o momento em que William se depara com um grupo de trabalhadores fechando a rua sem nenhuma razão, apenas para cobrir tempo e mostrar que estão fazendo algo. E a quem isso afeta? A população. O filme é repleto de situações comuns do cotidiano, que de alguma forma se torna algo que quase ninguém da muita atenção ou não age para alguma possível mudança.


Já com o personagem William, isso é diferente. Mesmo com todos os seus problemas pessoais que o afeta, ele chega a praticar atos extremos em meio a tanta injustiça que o rodeia. Suas atitudes, embora sejam radicais e nada recomendáveis, são coisas que nos identificamos muitas vezes, e nos dar aquela sensação de que aquilo era o que nós gostaríamos de fazer com aquele gerente chato que não quer servir um café, apenas por que passou 3 minutos do horário estabelecido, ou como queríamos quebrar a cara daqueles vagabundos que vieram encher o saco, cobrando pedágio apenas por eu estar sentado no território que eles dizem serem os donos; ou então, como eu queria quebrar a loja daquele comerciante ladrão que sobe os preços de uma forma absurda. Sim, nos identificamos muito com o personagem e as situações no qual ele se vê inserido.

Além de conter altas doses de violência, esses momentos extremos chegam a ser engraçados. Não que o filme faça uma espécie de apologia a isso, mas a crítica social é muito evidente e nos serve de lição. Por outro lado, nos mostra como o estresse é capaz de fazer com que nos tornemos pessoas perigosas, até mesmo matando quem cruza seu caminho. Um Dia de Fúria me lembrou um pouco do filme argentino Relatos Selvagens, onde o ser humano no meio de tanta injustiça pode se tornar alguém cruel se deixar-se dominar pela raiva.


Além dessas situações um tanto deploráveis em uma sociedade dividida, há os momentos do detetive Prendergast em seu último dia de trabalho, e como não o tornar especial quando aparecem queixas e mais queixas sobre um mesmo homem? Isso levanta o vigor de Prendergast em solucionar mais um caso que parecia ter saído do controle. A família de William também não fica de fora, e a trama envolvendo uma separação e ordens judiciais a respeito do afastamento do marido, são coisas pra nos deixar mais tensos, quando o protagonista não aceita o fim do relacionamento e a possibilidade de ver sua filha ter se tornado mais difícil.

Joel Schumacher obteve muito êxito com sua direção e o modo como a história se desenrola, e a atuação de Michael Douglas é impecável! Porém, não me agradei muito do ato final, embora tenha sido muito previsível que tal evento iria acontecer, mais cedo ou mais tarde. Mas, isso de forma alguma tira os méritos que Um Dia de Fúria alcança com sua simplicidade em abordar assuntos tão importantes do nosso cotidiano e criticar a postura de muitos campos sociais que infelizmente nos afeta, assim como afetou o personagem William. Esse é um filme que deve ser visto e refletido, e que apesar de conter boas doses de humor, não é uma comédia pastelão e muito menos tem a pretensão de divertir, acima disso, o que vale é a mensagem que o longa nos trás e que nos serve de exemplo. 

NOTA: 8,6/10

Veja o trailer no vídeo abaixo:

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

QUANDO UM ESTRANHO CHAMA


Sabe aqueles filmes em que sua simplicidade não agrada os exigentes que querem ver algo extraordinário em qualquer produção que é feita? Acredito que o filme Quando Um Estranho Chama do diretor Simon West se encaixa nesse quesito. Sendo um remake de um filme homônimo de 1979, esta refilmagem foi lançada em 2006, e tem como protagonista a bela atriz Camilla Belle, que por sinal possui ascendência brasileira. Além de Camilla, o elenco também conta com os nomes de Katie Cassidy, Brian Geraghty, Steve Eastin e Tommy Flanagan.

Sinopse: Jill Johnson (Camilla Belle) é uma estudante que ficou de castigo por ter usado demais o celular. Para pagar a conta, os pais dela a levam para trabalhar como babá por uma noite em uma casa muito afastada em um território desértico que pertence a um rico casal que iria sair naquela noite, deixando as crianças aos cuidados da moça. Jill teria uma noite tranquila, se não começasse a receber ligações anônimas de um estranho. Com medo, Jill começa a procurar respostas. Em meio a vários mistérios inexplicados, Jill descobre que a porta da garagem estava estranhamente aberta. As ligações continuam, e Jill liga desesperadamente para a polícia. O policial de plantão após rastrear a ligação do estranho, pede para Jill sair da casa imediatamente, pois a ligação está vindo de dentro da casa.


Essa sinopse já nos deixa com uma expectativa e mostra qual é a real intenção do filme, que é nos repassar muita tensão. E isso o filme consegue cumprir muito bem, apesar de ser bem clichê, não é nada cansativo para quem realmente aprecia um bom suspense. Como já mencionado, o filme é bem simples e direto, sem rodeios ou delongas. A premissa inicial é aos poucos elevada para o clímax, e a cada minuto do filme a situação vai ficando mais tensa. Além de ter um estranho a importunando, Jill ainda tinha de cuidar das crianças que ficaram aos seus cuidados, e durante quase todo o filme, estas se encontravam dormindo. Mostrando claramente a rapidez de como o longa é conduzido.

O filme pode não ter agradado uma boa parte do público e da crítica especializada, mas por ter praticamente um só cenário, os clichês são inevitáveis. Mas isso de forma alguma derruba a qualidade do suspense, muito longe disso. Não sabemos nada sobre o estranho que faz as ligações, mas em um breve prólogo no filme indica o que seria o tipo de gente que seria mostrado, embora o ato final tenha sido um relâmpago, que passou tão rápido e não vemos quase nada sobre ele.


Além de possuir um clima de tensão muito grande, principalmente quando a protagonista se dar conta de que o estranho está dentro da mesma casa que ela, o filme ainda nos traz os efeitos psicológicos que uma situação do tipo poderia trazer para a vítima, e mesmo que tudo tenha acabado bem no final, as sequelas permanecem. Pensando nisso, podemos elogiar a performance de Camilla Belle que praticamente atuou sozinha o filme inteiro, embora haja momentos em que ela força um pouco nas horas de desespero.

No fim de tudo, Quando Um Estranho Chama é um filme muito recomendável aos fãs de suspense, que além de possuir uma trama simples e direta, se esperamos tensão e agonia, não vai sair decepcionado. E vale lembrar também que não é uma obra-prima e nem teve a pretensão para isso, a intenção do filme foi cumprida muito bem, mesmo quando percebemos que poderia ter sido bem melhor. Ainda não assisti o original, mas pretendo. Pois é nos originais que iremos ver o caldo engrossar melhor, e como fã do gênero suspense, eu não posso deixar de conferir. 

NOTA: 7,2/10


Veja o trailer no vídeo abaixo: