sábado, 26 de outubro de 2019

PARASITA (2019)


O ano de 2019 está acabando e é natural que façamos uma retrospectiva dos filmes lançados e julgamos qual é o melhor. Obviamente que cada um possui sua própria opinião a respeito, e por isso que eu gostaria de falar hoje sobre o que é até o presente momento o melhor filme do ano na minha humilde opinião. Estamos a falar de Parasita, filme de suspense e humor negro do diretor Bong Joon-ho, o mesmo diretor do excelente Okja

Esse é mais um exemplar sul-coreano que eu tiro o chapéu, pois o roteiro, as atuações, a direção, a crítica social que o filme faz e as reflexões que nos é repassado são impecáveis! O filme venceu o Palma de Ouro no Festival de Cannes, se tornando o primeiro filme sul-coreano a vencer esse prêmio.  


Apesar da crítica social então estendida ao espectador através do que é retratado em Parasita, o filme faz uma sátira sobre essas questões, explorando situações cruéis e sangrentas, algo que é bem comum no currículo de Bong Joon-ho. O humor negro é absurdamente predominante, o que é um feito e tanto para elementos clichês do gênero, Parasita usa tais clichês ao seu favor de uma forma magistral e primorosa!

A história se resume quando a família de Ki-woo, que vive na periferia e mal possuem dinheiro para o sustento. Ele vive com seu pai Kim Ki-taek, sua mãe Choong-sook e a irmã Ki-jeong, todos desempregados e cheios de necessidades. No entanto, eles são salvos pelo destino quando um amigo de Ki-woo o indica para ser professor de inglês de Da-hye, filha de uma família muito rica. Ao ser contratado, ele vê a oportunidade de mudar a vida da família, que juntos se unem para usufruir de todo aquele luxo. O plano deles era fazer com que toda a família seja contratada para trabalhar na casa, e para isso eles precisam fazer com que demitam os atuais empregados. Mas, para que isso funcionasse, eles precisariam usar pseudônimos e evitar dizer na frente dos patrões que são uma família.


À principio, o diretor nos conduz a considerar que essa família parasita são os charlatões do filme que não merecem nada de bom por se aproveitarem da propriedade dos outros e da desgraça dos que foram demitidos por causa deles, e isso sem falar no humor enriquecido em diversas cenas, como por exemplo, a pegada na bunda da esposa. Todavia, no segundo ato o diretor manipula nosso pensamento ao trazer plot twists sensacionais! Não irei revelar esses detalhes aqui, porém, ressalvo que se você prestar bastante atenção nos diálogos irá entender melhor, pois eu vi pessoas criticando determinadas coisas que, segundo eles não faziam sentido, contudo, observar atentamente as falas irá sanar essas dúvidas, por isso fica aqui a dica para você que não presta atenção e depois vem reclamar do filme.

O segundo ato do filme irá nos mergulhar no abismo social em relação às diferenças de classe. Bong Joon-ho não teve pena das pessoas emotivas que irão romper em lágrimas, principalmente em uma cena onde ocorre uma humilhação devastadora que pessoas ricas soberbas fazem das pessoas mais pobres. Devo dizer a vocês que tal cena me deixou arrasado, e muitos também sentiram isso. Apesar das boas doses de humor, o filme deixa uma série de reflexões sobre o que nós somos e o que nós temos, uma vez que na primeira parte do filme vemos a família parasita como imprestáveis aproveitadores, a segunda parte do filme vai fazer você pensar de outra forma, isso é líquido e certo!


Parasita me impressionou tanto que vou assistir ao filme mais uma vez. É difícil aparecer enredos tão marcantes quanto esse hoje em dia, portanto, não hesito em indica-lo pra quem quer que seja, e digo mais ainda, até agora esse é o filme do ano, e um possível candidato ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. 

NOTA: 10/10

Veja o trailer no vídeo abaixo: 

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