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sexta-feira, 14 de agosto de 2020

DURANTE A TORMENTA


Durante a Tormenta é o terceiro filme dirigido por Oriol Paulo, o filme chegou à Netflix em março de 2019, e como é evidente intrigou os espectadores com mais uma história surpreendente, porém que não apela apenas para investigações policiais. Ao invés disso, o filme trouxe um tema pouco comum no currículo do diretor, um suspense misturado com ficção científica. O filme é estrelado por Adriana Ugarte, Álvaro Morte e Chino Darín. 

A história gira em torno de Vera (Adriana Ugarte) que descobre fitas antigas do garoto Nico (Julio Bohigas), que morava na sua casa há 25 anos. Ao pesquisar a vida do menino na internet, a mulher descobre que ele morreu atropelado. Enquanto isso, uma tempestade forma um buraco de minhoca possibilitando Vera conversar com o garoto por meio das fitas antigas, e assim ele o salva da morte que ainda iria acontecer com ele. Porém, essa mudança gerou grandes consequências no futuro, pois a vida de Vera é totalmente apagada, inclusive sua própria filha. Nisso, a mulher vai tentar de tudo para reverter essa situação e recuperar a menina.


Esse filme é uma mistura de Alta Frequência (2000), Efeito Borboleta (2004) e seu tema também me lembrou em partes do filme Questão de Tempo (2013). É impossível não se lembrar desses filmes assistindo Durante a Tormenta. Mas, apesar da abordagem ser clichê, o filme acerta em não ser previsível, o que já é de costume com os filmes dirigidos e escritos por Oriol Paulo. Pra quem nunca chegou a ver os filmes citados acima, vai se surpreender muito mais com esse filme espanhol. A narrativa segue um rumo bastante perturbador e confuso, uma vez que absolutamente tudo muda de uma hora para outra na vida de Vera. Adriana Ugarte é um dos pontos fortes do filme devido a sua atuação, mas o elenco principal aonde informações e detalhes cruciais nos são repassados também merece a devida consideração.


Antes de assistir ao filme, eu estava ansioso já que me interesso de imediato por qualquer filme desse diretor. Claro que a abordagem de viagens no tempo foi feita de uma forma muito familiar para mim e nada original, isso me deixou com uma pulga atrás da orelha. Felizmente o roteiro opta por um caminho mais perspicaz, embora haja momentos que ficava cada vez mais confuso. A reversão dos acontecimentos aonde um personagem importante sacrifica tudo o que ele não queria perder, tem sido o ponto mais clichê possível, mas se sobressai com a linha do tempo final, onde me surpreendeu pra caramba! Pode ter terminado com uma interrogação? Sim, pode. Mas levando em conta que a principal preocupação da protagonista era recuperar a todo custo algo que ela havia perdido, nesse ponto podemos dizer que a trama fechou as pontas sem precisar preencher todas as lacunas. Basicamente, todos os filmes com esse tipo de tema, vai deixar algo em aberto, não tem como exigir o contrário.


Pra quem não entendeu as linhas temporais, e principalmente por que o filme não segue nenhuma ordem cronológica, Durante a Tormenta apresenta três linhas temporais: a primeira é a original, sem nenhuma mudança, onde Vera e sua família vivem naquela casa. A segunda é quando ela faz a mudança na vida de Nico e consequentemente sua vida é completamente mudada; e a terceira é quando ela recupera o que perdeu, mas sem voltar a linha do tempo original, pois houve outra mudança significativa na vida de Nico.

Durante a Tormenta é um filme recomendado, bastante complexo, mas com uma estrutura narrativa muito bem feita e cheia de detalhes importantes. Apesar de suas qualidades, é bem inferior aos dois trabalhos anteriores de Oriol Paulo: Um Contratempo (2016) e O Corpo (2012).

NOTA: 8/10

Assista ao filme na Netflix.

Trailer: 

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