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quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

A LIGAÇÃO (2020)

 

Eu já citei aqui no blog por diversas vezes que o cinema sul coreano sabe utilizar elementos clichês, sem perder a essência, tornando-a uma abordagem diferenciada quando comparados aos clichês do cinema norte americano. E isso, pra mim em particular, é algo fascinante e admirável! E hoje irei falar sobre mais uma produção sul coreana, que foi lançada na Netflix esse ano: A Ligação, dirigido por Lee Chung-Hyun. 

A trama acompanha as constantes conversas por telefone entre duas jovens: Yeong Sook e Seo Yeon. Sook diz que está sendo perseguida por sua madrasta, que a quer tortura-la e mata-la. À medida que suas conversas avançam, elas se dão conta de que estão na mesma casa, porém, com anos de diferença. Ou seja, Yeong Sook se encontra no passado, enquanto Seo Yeon fala do futuro. 


A princípio, a relação das duas é amigável, mas ao saber que o pai de Seo Yeon morreu, Yeong Sook modifica esse fato, salvando a vida dele, dessa forma, tudo no futuro é automaticamente alterado, inclusive quem deveria estar morto, aparece vivo, para a alegria da moça ainda enlutada. 

Mas, é tão clichê o fato de alterar o passado, sempre dar merda. E com A Ligação isso não é diferente. Yeong Sook também é salva por Seo Yeon, que no futuro investiga sobre sua nova amiga e descobre o que aconteceu a ela. Com mais uma mudança, vamos aos poucos entendendo o porquê a madrasta de Yeong Sook queria mata-la. Sook é uma garota desequilibrada e fria, e quando foi salva da morte, ela revela o seu lado psicopata. Assim, o atrito entre ela e Seo Yeon é inevitável. 


É claro que estou ciente dos diversos furos no roteiro, inclusive com o final estranho e decepcionante para muitos. Todavia, procurei me ater ao clima tenso e surpreendentemente bem amarrado entre as duas personagens, que dispensam comentários com suas atuações maravilhosas! 

Era preciso ter mais lógica e explicação sobre algumas lacunas que o filme deixou, no entanto, isso de modo algum tira o mérito de utilizar elementos clichês de uma forma diferenciada e bacana, nisso eu tiro o chapéu. Mas, não posso considera-lo uma obra-prima do gênero, devido a confusão que o desfecho teve, com final alternativo em cima do final. Não combinou muito, talvez o diretor queria fazer algo diferente, mas isso acaba quebrando o clima, que até então estava impecável. 


Porém, é um filme altamente recomendável, pois mistura o tema de grandes filmes como Alta Frequência (2000) e Efeito Borboleta (2004), mas que não procura copiar tudo que já foi usado, A Ligação procura desenrolar sua trama do seu próprio jeito e com identidade própria. 

NOTA: 7,8/10

Assista ao filme na Netflix

Um comentário:

  1. O crescimento do cinema sul-coreano nos últimos vinte anos é fantástico.

    Eles conseguem explorar os clichês hollywoodianos com as tradições e o estilo de oriental, resultando em filmes universais de qualidade.

    Este que vc comentou eu ainda não vi, mas já anotei.

    Abraço

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