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sexta-feira, 7 de março de 2025

PARA SEMPRE ALICE

 

Dirigido por Richard Glatzer e Wash Westmoreland, Para Sempre Alice (Still Alice, 2014) é um drama sensível e comovente que retrata a dura realidade do Alzheimer precoce. O filme é baseado no livro homônimo de Lisa Genova e traz Julianne Moore em uma atuação magistral no papel de Alice Howland, uma renomada professora de linguística que, aos 50 anos, é diagnosticada com a doença.

O enredo acompanha a progressiva perda de memória e identidade de Alice, mostrando o impacto da condição não apenas sobre ela, mas também sobre sua família. Seu marido, John (Alec Baldwin), e seus filhos, especialmente Lydia (Kristen Stewart), precisam lidar com a nova realidade e adaptar suas vidas às limitações cada vez maiores da protagonista.

Um dos pontos mais fortes do filme é a interpretação de Julianne Moore, que transmite com autenticidade a angústia e a fragilidade de Alice diante do diagnóstico e da inevitável deterioração cognitiva. Sua atuação lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz, e com razão: cada gesto e olhar são carregados de emoção, tornando sua trajetória ainda mais dolorosa e realista.

A direção de Glatzer e Westmoreland opta por um tom intimista, utilizando enquadramentos fechados e uma fotografia suave para intensificar a sensação de perda e isolamento que a protagonista vivencia. O ritmo do filme é lento e contemplativo, o que reforça a ideia de que estamos acompanhando a progressão da doença quase em tempo real.

Se há um ponto que poderia ser mais aprofundado, talvez seja a relação de Alice com o meio acadêmico após o diagnóstico. O filme foca mais na dinâmica familiar e pessoal, deixando de lado o impacto de sua condição no ambiente profissional. No entanto, essa escolha pode ter sido proposital para enfatizar o aspecto humano da narrativa.

No geral, Para Sempre Alice é um filme tocante e necessário, que trata de um tema difícil com delicadeza e respeito. Ele nos faz refletir sobre a fragilidade da memória e da identidade, além de ressaltar a importância do suporte familiar diante de doenças neurodegenerativas. É um drama intenso e emocionalmente envolvente, que permanece na mente do espectador mesmo depois dos créditos finais. 

NOTA: 8/10

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