Páginas

quarta-feira, 29 de julho de 2020

O GRANDE DITADOR


O Grande Ditador, título original The Great Dictator é um clássico de comédia dramática e uma sátira crítica escrito, dirigido e protagonizado por Charles Chaplin lançado em 1940. O filme satiriza o nazismo, o fascismo e seus maiores propagadores, principalmente Adolf Hitler. Esse foi também o primeiro filme falado de Chaplin, e recebeu cinco indicações ao Oscar. 

Irei comentar partes importantes do filme, caso ainda não o tenha visto e não deseja saber pormenores do que acontece, por favor, não siga a leitura.


O filme começa durante a Primeira Guerra Mundial, onde Chaplin interpreta um cadete do exército da nação fictícia da Tomânia e salva um soldado chamado Schultz. Quando o avião colide em uma árvore, o personagem de Chaplin perde a memória, passando seus próximos vinte anos no hospital, enquanto muitas mudanças ocorrem em seu país. O ditador Adenoid Hynkel que também é interpretado por Chaplin estabelece seu domínio na Tomânia, governando a nação com mãos de ferro, excluindo os direitos comuns como a liberdade de expressão. Além de perseguir incansavelmente os judeus do país.

Depois de sair do hospital, ainda com amnésia, Chaplin retorna para sua barbearia. Sendo judeu, ele ainda não sabe da situação política no país. Sendo assim, ele resiste contra soldados que quebram a janela de seu estabelecimento. Ele também encontra uma companheira no amor, Hannah, interpretada por Paulette Goddard, conhecida também por trabalhar junto com Chaplin em Tempos Modernos. Schultz, o soldado que Chaplin havia salvado na primeira guerra, recebeu várias promoções ao longo dos anos e reconhece o barbeiro, ordenando que as tropas o deixem em paz.


O personagem Hynkel é uma referência muito clara da personalidade de Adolf Hitler, um sujeito que persegue os judeus, negros e todo aquele que se opõe ao seu regime. Porém, Chaplin dá um tom cômico em sua personalidade fazendo com que o filme seja divertido, apesar de retratar uma época opressora e que foi o terror de muita gente, principalmente judeus. Cobiçando ainda mais poder e domínio, o ditador anseia o controle mundial, o que resulta na cena clássica onde ele brinca com o globo terrestre inflável para acidentalmente estourá-lo no final.

Schultz por se opor a perseguição aos judeus é mandado para um campo de concentração, mas consegue fugir e planeja junto aos judeus uma forma de tirá-lo do poder. Enquanto isso, Hynkel disputa com outro ditador chamado Napaloni a primazia em uma invasão que seria o primeiro passo para o domínio mundial. Quando Schultz e o barbeiro escapam do campo de concentração vestidos de soldados, os guardas confundem o barbeiro com o ditador Hynkel, pois eles eram parecidos (mesma pessoa interpretando né), ao mesmo tempo, Hynkel é preso por ser confundido com o barbeiro.


Com seu disfarce, o barbeiro é levado à capital da Tomânia para um discurso. Porém, seu discurso é o total oposto das ideias antissemitas de Hynkel, expondo as ideias democráticas há muito na cabeça do barbeiro. Seu discurso é transmitido para todo o país através de rádio e Hannah ouve a voz que em algum momento se dirige ela. Esse discurso é muito famoso e se tornou um dos pilares do filme e até hoje continua atual. E o curioso é que esse discurso foi mais tarde usado para acusar Charles Chaplin de comunista, o que ocasionou o seu impedimento de retornar aos EUA. O filme também acabou sendo proibido em alguns países simpatizantes do nazismo.

Apesar de todas as polêmicas, o que faz de O Grande Ditador um dos filmes mais marcantes de todos os tempos é a sua ousadia de satirizar o nazismo em plena Segunda Guerra Mundial. Fico imaginando se Adolf Hitler chegou a ver esse filme, como seria sua reação? Além disso, como é comum em outras obras de Chaplin, o filme também aborda a humanidade de uma maneira única e fidedigna! Este é, sem nenhuma penumbra de dúvida, um dos melhores filmes de todos os tempos! 

NOTA: 10/10

Veja a cena do discurso final:



Assista ao filme completo no vídeo abaixo (ative as legendas): 

Um comentário: