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sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

CORINGA


Joker é um filme de suspense psicológico lançado em 2019, dirigido por Todd Phillips. Estrelado por Joaquim Phoenix, Robert De Niro, Zazie Beetz, Bill Camp e Frances Conroy. O filme conta sobre o personagem das HQs da DC Comics, o Coringa, abordando sua vida pessoal antes de se tornar o assassino psicopata que todos conhecem muito bem. 

O Coringa é um dos vilões mais icônicos da cultura pop, possui uma grande legião de fãs ao redor do mundo. Quem me conhece sabe, eu sou um desses fãs do Coringa, acompanhei todas as suas versões no cinema e digo a vocês que era um personagem difícil de compreender, eu disse era. O novo filme do personagem, um filme solo por sinal, abordou a vida desse homem psicótico de uma forma tão profunda que fica difícil continuar considerando-o como um psicopata que mata sem razão alguma. Claro que aqui não estamos defendendo nenhum tipo de violência ou algo do tipo, mas através de uma ótica direta na mente, nas circunstâncias e na vida pessoal do personagem, obtemos uma compreensão maior do que ele está sentindo, o que de alguma forma, nos aproxima dele e criamos uma empatia sincera que nos faz gostar do personagem, apesar dos crimes que ele comete.

ATENÇÃO! ESTA RESENHA CONTÉM ALGUNS SPOILERS DO FILME.


O filme critica a sociedade que abandona e esquece pessoas que necessita de cuidados especiais. Também há uma forte critica contra pessoas que não entendem umas as outras, que zombam, discriminam, agridem, sem entender nada do que a pessoa está passando naquele momento ou o porquê ela age de forma estranha. Isso me faz lembrar um pouco do filme Primeiro da Classe (2008), onde um homem é afetado na vida de várias maneiras por conta de uma síndrome que fazia tiques e sons involuntários, e muitas pessoas não compreendiam, o que o deixava deprimido e com baixa autoestima, felizmente nesse filme o protagonista dava a volta por cima e superava sua síndrome e conseguia lidar com o preconceito. Com o filme Coringa a situação percorre um rumo diferente, mas existem essas semelhanças que me fizeram lembrar e fazer uma pequena relação.

Joaquim Phoenix conseguiu fazer uma interpretação gloriosa e magistral! Um dos grandes feitos desse projeto é o desenvolvimento do personagem, que é feito de uma forma impecável! Acompanhamos a vida de Arthur Fleck com seu trabalho como palhaço. E logo de imediato, percebemos que ele possui uma doença neurológica que faz com que ele ria em momentos inapropriados e, por essa razão, ele visita regularmente um serviço de assistência social para adquirir remédios. Seu trabalho como palhaço o ajuda a se manter e cuidar de sua mãe, Penny. Porém, muitas vezes ele é agredido por delinquentes no meio da rua. Devido a um mal entendido envolvendo uma arma de fogo, que lhe foi emprestada por um amigo para que Arthur se protegesse dos delinquentes que o agredia, ele é demitido por seu chefe por portar a arma, e para piorar o tal amigo, nega qualquer envolvimento com o artefato.


Sempre que vinha um ataque de risos, Arthur tentava se explicar para as pessoas que estiverem por perto sobre o seu problema neurológico, mas dentro de um metrô, ele tem o ataque de risos quando um grupo de três jovens que tentam assediar uma mulher, ao ser contestado sobre o porquê estava rindo, ele tentou explicar sobre o problema, mas foi impedido, sendo então brutalmente agredido pelos jovens. Essa ação desencadeia em assassinatos e consequentemente, o caos na cidade de Gotham. Arthur é afetado mais ainda quando seu programa de assistência social é cortado e fica sem seus remédios. Além disso, ele enfrenta crises familiares envolvendo sua mãe e seu possível pai, gerando momentos revoltantes. Arthur ainda é zombado na tv por conta de seus risos, que foram gravados enquanto ele tentava se apresentar e a gravação foi parar em um programa de televisão.

Portanto, diante das circunstâncias, do que se passava na mente dele e a triste realidade de sua vida, fica mais claro notar as motivações pelos quais Arthur se torna então um psicopata frio e violento. A cena onde o Coringa vai ao programa de tv é altamente chocante e surpreendente! Novamente volto a frisar que o filme não está incitando violência, como alguns “intelectuaizinhos” chegaram a afirmar. Ao contrário disso, o filme nos aproxima de uma mente perturbada por doenças e situações revoltantes que fariam qualquer um cair em depressão e posteriormente um suicídio. Por esse lado, é um ponto muito importante abordado no filme que deve ser discutido e analisado. Talvez até seja um alerta para que autoridades competentes tomem providências em relação às pessoas que passam por situações semelhantes a essa. Coringa é um balde de água fria e uma facada no estômago da sociedade.


Além do roteiro com uma abordagem um pouco diferente, se tratando de um personagem das HQs, outro grande triunfo do filme é a atuação de Joaquim Phoenix, conforme já mencionado, ele trouxe um coringa tão bom quanto o que foi interpretado por Heart Ledger, em Batman: O Cavaleiro das Trevas (2008). Porém, eu não sou de fazer comparações idiotas sobre “quem foi o melhor coringa?”. Não! Isso tá fora de cogitação, e não é nada justo exaltar um e desmerecer o outro. Ambos foram excelentes intérpretes do palhaço do crime! E assim como aconteceu com Ledger, Joaquim Phoenix o Oscar 2020 é seu! 


NOTA: 10/10

Veja o trailer no vídeo abaixo: 

2 comentários:

  1. lindo esse pôster. o filme fala muito da invisibilidade, não só de quem tem problemas, mas dos pobres tb. eu gosto q o filme mostra que quem forneceu a arma pra ele é igualmente responsável pelo o q acontece a seguir. maravilhoso mesmo. e phoenix está gigante. que filme. obrigada por me avisar da postagem. beijos, pedrita

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