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quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

CLUBE DA LUTA


Um dos clássicos do final dos anos noventa é sem dúvida o drama Clube da Luta, título original Fight Club, dirigido por David Fincher e estrelado por Brad Pitt e Edward Norton. Durante seu lançamento, o sucesso nas bilheterias não foi como o esperado, porém, o filme chegou a ser um dos mais comentados daquele ano. Hoje em dia, este filme é cultuado por uma legião de fãs, além de ser muito bem visto pela crítica. Sua trama é complexa e imprevisível, o que durante a narrativa somos expostos a uma série de acontecimentos que rodeiam o protagonista, e nos direciona a uma espécie de reflexão sobre o que temos e o que gostaríamos de ter. Sem teorizar demais, irei resumidamente expor o meu ponto de vista sobre o filme.


Edward Norton interpreta um protagonista anônimo, sem nenhuma identificação sobre si mesmo, sabemos apenas que ele é um homem comum que está descontente com o seu trabalho de classe média na sociedade americana. Ele sofre de insônia e consequentemente sua saúde mental vai ficando cada vez mais fraca. Solitário e sem nenhuma companhia, ele passa seu tempo livre comprando roupas e peças de decoração. Depois de passar muito tempo com seu problema de insônia, ele procura um médico, e este por sua vez, o aconselha a frequentar grupos de apoio.


Nessas reuniões, ele passa a se incomodar com a presença de Marla Singer, uma misteriosa mulher que sempre aparece fumando no final da sala. Brad Pitt interpreta um sujeito cujo nome é Tyler Durden, que o protagonista anônimo acaba conhecendo durante um voo. Tyler é um fabricante de sabonetes e que seu jeito acaba intrigando o personagem de Norton. Depois de um incidente envolvendo seu apartamento, o narrador anônimo se encontra com Tyler e juntos formam o Clube da Luta, e consequentemente isto atrai diversos homens que vão para lá, não para competirem um com o outro, mas para espalhar atos de vandalismo pela cidade. As lutas são apenas uma maneira para que eles se sintam vivos perante à sociedade opressora.  


À medida que o filme caminha, a personalidade do protagonista anônimo vai apresentando uma série de perturbações em relação a sua pessoa, a de Tyler Durden e a da mulher Marla Singer (aqui interpretada pela atriz Helena Bonham Carter). Não vou revelar o que de fato acontece durante o filme envolvendo esses dois homens, mas garanto que é uma surpresa daquelas. Mesmo antes do plot twist, o filme nos deixa algumas pistas pelo caminho, só que é muito difícil perceber em primeiro momento. O lado psicológico do personagem é exposto de uma forma incrível, entendemos a partir daí algumas alegorias sobre o estilo de vida que ele levava com desprazer. O filme deixa uma reflexão sobre nós mesmos e sobre o que temos ou gostaríamos de ter. O filme ensina também que ás vezes a nossa mente nos pregam peças, dependendo da situação que encontramos, podemos nos deparar falando sozinhos.


Clube da Luta é um filme que não se pode digerir facilmente. Há inúmeros simbolismos envolvidos nesta trama muito admirada pelos críticos. Alguns fãs criaram suas teorias a respeito, enfim, é um filme que deixa a cargo do espectador diversas interpretações. Porém, aqui não estamos focando tais teorias, e sim o que vemos no filme e o que pode talvez significar. Deixo claro, entretanto, que qualquer pessoa pode criar sua interpretação, independentemente se esta é igual ou diferente das demais.

Ao rever este filme, eu não pude deixar de notar uma pequena semelhança com o que acontece no filme brasileiro Menos Que Nada, embora este longa nacional se foque no problema mental da esquizofrenia de uma maneira explícita; em Clube da Luta, tal correlação é muito clara mesmo que o caso de doença mental não seja o foco em questão. O desfecho de Fight Club pode ter acabado de uma forma bem vaga, mas sua mensagem é tida como o principal aspecto que o diretor David Fincher preferiu colocar na trama. Vale destacar que Clube da Luta é baseado no romance homônimo de Chuck Palahniuk publicado em 1996.

Mesmo tendo entendido a mensagem do filme, eu sinto que há algumas informações que preciso captar em uma outra oportunidade que vou reservar para assisti-lo. Contudo, eu me incomodei com a longa duração do filme, e se caso você não esteja muito interessado pelo que está acontecendo, sem dúvida alguma, a pessoa dorme facilmente. Portanto, assistir ao filme Clube da Luta é sim uma experiência e tanto, todavia, esteja 100% interessado pelo conteúdo do filme, acredito que só assim a pessoa conseguirá discernir o recado que o filme nos repassa. 

NOTA: 8,8/10

Veja o trailer no vídeo abaixo: 

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