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sábado, 22 de julho de 2017

EU SOU A LENDA


Imaginemos um mundo totalmente vazio, sem ninguém para lhe fazer companhia. Nesse mundo, você pode entrar nas lojas e fazer suas compras sem se preocupar em pagar nada. Parece ser legal, mas ao mesmo tempo apavorante. Pois bem, é esse o retrato do filme Eu Sou a Lenda de Francis Lawrence. O filme foi lançado em 2007 e é estrelado por Will Smith. Trata-se de um mundo devastado por uma epidemia criada através de um vírus que fora descoberto como a cura para o câncer, e após terem sido feito testes com essa possível cura, causou um efeito colateral que transformou todos os humanos em seres monstruosos sensíveis à luz, semelhantes a vampiros o que mata a humanidade quase que por completa.

O filme se centra no personagem Robert Neville (Will Smith), o único sobrevivente de Nova Iorque que já havia passado três anos sozinho naquele lugar com seu pastor alemão, Sam, a cachorra de sua filha. O que Neville faz sozinho em Nova Iorque? Ele procura a cura para a doença, e por considerar o lugar como o marco zero da disseminação do vírus. Notamos que ele sai durante o dia para fazer compras (na verdade fingindo, já que ele está sozinho), para isso ele espalhou vários manequins nas lojas para ter pelo menos com quem conversar e pelo que me pareceu, ele faz isso para não enlouquecer com tanta solidão que o rodeia.

Mesmo sendo ele e o cachorro, Will Smith consegue de certa forma prender a atenção do espectador na tela. Percebemos sua rotina diária, cada passo dado até o momento em que o sol está se pondo e ele recebe um alarme de seu relógio, indicando que é hora de ir pra casa. E durante a noite, ele se mantém alerta com sua arma escondido em casa e ouvindo ruídos do lado de fora. Quem assiste pela primeira vez, não compreende os 30 minutos iniciais sobre tudo o que está acontecendo, no entanto, até que aparece um ser humano doente surtando após ter contato com a luz do dia.

Neville é altamente dedicado ao seu trabalho na descoberta de uma possível cura. E em sua rotina, notamos juntamente com o personagem que o perigo pode está em qualquer lugar. Vale a pena mencionar uma rixa que um homem doente tem para com Neville, pois este capturou uma mulher doente para realizar testes em humanos, ela é revelada em um final alternativo como a namorada daquele infectado que já podemos considerar como um vilão. Essa rivalidade gera um clima de tensão e desespero total em vários momentos do filme, além disso, Neville é devastado pela solidão em especial quando sua cachorra é infectada, e ele motivado pela revolta e um desejo de vingança se arrisca em uma noite na tentativa de matar os causadores de tanto sofrimento que o assola.

Sua tentativa é uma tentativa suicida, e ele tem a sorte de ter sido salvo por uma sobrevivente que o procurava, pois ouvia as mensagens de rádio que Neville fazia todos os dias. Essa sobrevivente é Anna, interpretada pela atriz brasileira Alice Braga, que ajuda Neville e se torna companhia junto a ele nesses momentos de solidão. Dado o primeiro momento do filme é rodeado de solidão, durante o dia Neville ocupa todo o espaço, e a noite os companheiros sanguinários tomam de conta da situação, mas levando isso em conta na primeira metade, poderíamos pensar que o filme seria muito arrastado e desperta nossa curiosidade de saber até onde tudo isso vai levar, pois aparenta não haver solução para o problema que afligiu a humanidade no filme.

Em contrapartida, o diretor Francis Lawrence resolve deixar de lado a solidão a partir para a ação. Sim, após o aparecimento de Anna, acontece uma guerra entre os sobreviventes com os infectados em grandes momentos impactantes repletos de tensão e medo. E em meio a isso tudo, a descoberta de uma cura torna-se possível após verem os resultados dos testes de Neville. O filme também gera um clima de conflito no que respeito à existência de Deus. Para Neville, Deus não existe, pois não se importou com todo o caos que aconteceu com a humanidade, já para Ana, Deus havia lhe dado um sinal que, segundo ela, haveria sobreviventes em uma colônia numa região fria. Mas esse conflito de fé seria irrelevante quando o assunto em questão é a sobrevivência no agora.

Eu Sou a Lenda pode não ter agradado alguns, mas seu ponto forte está na brilhante atuação de Will Smith que de certa forma segurou as pontas, na maior parte delas sozinho. Vamos elogiar também a atuação do pastor alemão, afinal o cachorro rouba a cena em diversos momentos, inclusive ao andar numa esteira junto com seu dono, quando ele está malhando. Alguns talvez achem que esses exercícios de Neville são irrelevantes na história do filme, mas pense um pouco: não seria melhor manter a forma caso precise lutar contra os sanguinários humanos doentes? Ou então será que manter a forma não fará bem a saúde? São coisas completamente relevantes dentro do contexto do longa.

O filme não explica de modo claro como Neville é imune ao vírus. Não sabemos e nem ele mesmo sabe. O que sabemos é que ele usa seu sangue na procura de uma cura, os cachorros são também imunes, exceto pelo contato com outros infectados. Eu vejo esses detalhes como um pequeno mistério, mas que talvez eles tenham contribuído para a descoberta da cura e levou o filme para um final devastador. Poucas pessoas sabem, mas esse filme é baseado no livro de Richard Matheson, que já foi adaptada para o cinema duas vezes, sendo a terceira com Eu Sou a Lenda. 

NOTA: 7,8/10
Veja o trailer no vídeo abaixo:

6 comentários:

  1. Filme excelente! Só o final que achei meio vago.

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    1. Tem um final alternativo que terminou de uma forma completamente diferente!

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  2. Obrigado pela resenha adorei muito o filme. Sempre achei o seu trabalho excepcional, sempre demonstrou por que é considerado um grande ator, desfrutei do seu talento, eu adoro Beleza Oculta um filme de Will Smith faz uma grande química com todo o elenco, vai além dos seus limites e se entrego ao personagem.

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    1. Oi Monica, que bom que gostou! E obrigado por comentar. E sobre esse filme do Will, "Beleza Oculta", eu ainda não vi, vou anotar na minha lista. Grato pela sugestão!

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  3. Olhando o filme novamente, percebi que o manequim mexe a cabeça quando está no meio da rua. O que será que o diretor quis passar com isso? Imaginação que o manequim foi parar lá?

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    1. Eu não tinha reparado nisso. Mas, ainda assim, dá para deduzir que foram os infectados que levaram o manequim para lá para distrair Neville e fazer ele cair numa armadilha. Note que quando a cabeça se mexe, o Neville não sabia que era o manequim chamado Fred, só percebeu depois que saiu do carro, talvez foram os infectados que amarraram algo lá para se mexer e chamar atenção do cientista. Não consigo ver outra explicação para isso, e o Neville falava com o manequim por que estava muito tempo sozinho, então, os manequins eram como as companhias dele, por isso ele conversava.

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