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quarta-feira, 26 de julho de 2017

EFEITO BORBOLETA


Quando um filme de ficção científica aborda assuntos um tanto desprovidos nesse gênero, tais como romance, amizade, família e o valor humano? Efeito Borboleta dirigido por Eric Bress e J. Mackye foi lançado em 2004 e teve uma boa recepção do público. O filme conta uma história bastante interessante onde aborda viagens no tempo e as consequências que há em fazer isso. Mas no filme não se usa máquinas ou algo do tipo. O título do filme já sugere uma expressão utilizada na teoria do caos fazendo referência a característica do sistema caótico, que é a sensibilidade nas condições iniciais. Isso já se torna evidente que o longa não irá ser clichê, pois há uma grande novidade sendo retratada.

O texto a seguir contém spoilers!

Já adianto que o filme é verdadeiro quebra-cabeça. Sim, acontecem muitos eventos que podem nos confundir, caso não prestemos à devida atenção. O filme é estrelado por Ashton Kutcher, Amy Smart, Eden Henson e William Lee Scott. Mas seus personagens passam por três fases, cada um em uma época diferente: a primeira é quando eles são crianças; a segunda eles são pré-adolescentes e na terceira já são jovens rumo à vida adulta. Essas fases, no entanto, não ocorrem de forma linear, mas um aqui outro ali tudo misturado. Percebe-se também que há fatores cruciais sendo mostradas detalhadamente a cada cena feita. Um modo diferenciado do filme está na sua premissa perturbadora que assola o protagonista a todo o momento.

Evan (Ashton Kutcher) é um jovem que desde criança tem surtos que o fazem perder a memória por um tempo, ele junto com seus amigos tiveram uma infância atordoada por causa do padrasto de uma delas que se diverte com pornografia infantil, além de aprontarem juntos causando a morte de uma pessoa. Evan tem um dom. E isso acontece com seus surtos que o fazem voltar no tempo. Como perde a memória de tudo que acontece até surtar, ele escreve todos os dias os acontecimentos da sua vida em um diário, pois caso ele se esqueça de alguma coisa, o diário torna-se seu amigo inseparável para ajuda-lo de alguma forma. Isso contribui para os surtos de Evan ao ler aquilo que ele escreve, ele consegue voltar no tempo no exato acontecimento descrito no diário. 

Como ele e seus amigos não tiveram uma infância legal, Evan volta ao passado e modifica os acontecimentos, pois ele se sentia culpado por sentimentos ruins que vem nas suas lembranças, mas isso acaba por afetar o futuro, sempre algum de seus amigos ou ele mesmo acaba sendo afetado por alguma coisa trágica. Nas mudanças feitas por ele, algumas vezes o futuro termina bem para um e péssimo para outro. O que torna uma crise moral na consciência do protagonista em relação às suas amizades, sua família e a pessoa com quem ele é apaixonado. Parece que nada, absolutamente nada pode fazer com que tudo acabe bem pra ele e pra todos.

Entre muitas idas e voltas no tempo, o filme deixa cada detalhe importante nos diálogos ou nas ações, mesmo as menores feitas por quem compõe o elenco. Devemos prestar muita atenção nas inúmeras tentativas de Evan em arrumar o passado sem prejudicar o futuro, em algumas cenas ele leva a pior de todas, por exemplo, em uma de suas tentativas, o futuro se torna embaraçoso para ele, pois fica em uma cadeira de rodas, sem as mãos, enquanto todos os seus amigos levam uma vida tranquila. Evan chega até mesmo tentar um suicídio, mas acaba sendo impedido. E sem esperanças para consertar tudo, ele arrisca a última opção. Essa última tentativa foi a mais corajosa de todo o filme. Ela faria com que tudo que havia na vida de Evan e seus amigos se apagassem por completo. 

Alguns cinéfilos, no entanto, não gostaram disso, mas pergunte-se: teria outra ideia melhor? Não percebem que o cara tentou de todas as formas consertar o passado sem que o futuro seja trágico para alguém? É algo pra se pensar! O que se deve levar em conta ao assistir essa obra é que ela consegue unir todo o quebra-cabeça sem deixar nada pra trás. Além disso, o filme nos ensina uma importante lição sobre como devemos fazer nossas escolhas em cada aspecto na vida, pensando em como essas escolhas afetarão tanto a nós como a outros. Em poucas palavras, Efeito Borboleta crítica de alguma forma, as escolhas precipitadas que são tomadas sem pensar nas consequências.

Eu particularmente, não achei o filme cansativo. Ao contrário, ele faz com que sua mente trabalhe pra encaixar aos poucos as peças do filme. É magnífica essa ideia! Uma pena que as sequências deixaram a desejar, mas como todo bom filme, esse já deixou a sua marca registrada, ignorando por completo as sequências que tentaram fazer igual, mas não conseguiram. Efeito Borboleta é um filme recomendadíssimo! 

NOTA: 10/10

Veja o trailer no vídeo abaixo:

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