O filme Fúria (2014), dirigido por Paco Cabezas e estrelado por Nicolas Cage, é um thriller de ação que tenta mesclar drama familiar com violência urbana.
A trama acompanha Paul Maguire, um ex-criminoso que abandonou a vida no crime para viver como empresário e pai de família. No entanto, quando sua filha adolescente é sequestrada e brutalmente assassinada, ele mergulha novamente no submundo que havia deixado para trás, em busca de vingança.
A narrativa tem como ponto de partida um dilema interessante: até que ponto uma pessoa consegue realmente escapar do passado? Essa questão poderia render uma trama intensa, mas o desenvolvimento acaba se perdendo em clichês e em uma estrutura previsível. O enredo aposta fortemente na violência, mas falha em aprofundar os dilemas emocionais do protagonista, deixando a dor e o luto em segundo plano em relação às cenas de ação.
Nicolas Cage, conhecido por seu estilo intenso, entrega uma performance que alterna bons momentos de dramaticidade com exageros típicos de sua carreira. Embora consiga transmitir o desespero de um pai em busca de justiça, sua atuação é prejudicada por um roteiro que não explora totalmente a complexidade psicológica do personagem. O filme também sofre com ritmo irregular e diálogos artificiais, o que compromete a imersão do espectador.
Um aspecto que merece destaque é a tentativa de construir uma atmosfera sombria e violenta, mostrando as consequências inevitáveis de uma vida marcada pelo crime. Contudo, a reviravolta final, em vez de surpreender, parece forçada e deixa a sensação de que a história poderia ter sido conduzida com mais consistência.
Em síntese, Fúria é um filme que entretém pelo viés da ação e pela presença marcante de Nicolas Cage, mas não alcança o potencial dramático que a premissa sugere. Trata-se de uma produção que dialoga bem com fãs de filmes de vingança, porém carece de profundidade para se destacar dentro do gênero.
NOTA: 4,5/10
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